08.08.2015 Views

o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Dora Lucia de Lima BertulioTalvez seja possível argumentar que o racismo, engendrado <strong>na</strong>scolônias america<strong>na</strong>s, a Central, a do Sul e a do Norte, mesmo tendo-seutilizado dos parâmetros científicos (ou pseudocientíficos) do fi<strong>na</strong>l dosanos 1800, <strong>na</strong> Europa, já se formulava, <strong>na</strong>s relações econômicas dosestados escravistas e pós-escravistas com caracteres distintos, somandoseàs teorias científicas. A lógica moral do comércio de almas 11 , bemcomo do escravismo moderno sobre povos africanos – <strong>negro</strong>s, necessitade uma justificativa que tranqüilize a consciência cristã. A humanidadedos indivíduos escravizados não pode assemelhar-se à dos homenslivres, sob pe<strong>na</strong> de desconstituição dessa mesma humanidade, que é obaluarte do Estado moderno e das estruturas jurídico-políticasdemocráticas. Mas refletir, igualmente, agora a serviço da sociedadebrasileira, que o “<strong>na</strong>tural” encaminhamento das questões de raça/racismo para a justificativa das relações econômicas, que Estado esociedade mantiveram, também pode trazer resquícios da confusãoescravista de apreensão do indivíduo <strong>negro</strong>, competentemente apresentadapelas instituições do Estado, ao equalizar <strong>negro</strong> – escravo – liberto. É oque pretendo desenvolver no próximo tópico.Racismo Brasileiro: Estado e Sociedade <strong>na</strong> Formação da Idéiade NegroA Lei do Ventre Livre, no Brasil, é a primeira lei abolicionistabrasileira, editada somente em 1871. Como já referido, <strong>na</strong> escravidãonegra america<strong>na</strong>, e no Brasil, por conseguinte, após a proibição docomércio de africanos, a única forma de escravidão era o <strong>na</strong>scimentode mulher escrava. A escravidão era, então, <strong>na</strong>tural, conforme o statuscivil da mãe. Vale dizer, <strong>na</strong> impossibilidade de transformar-se homenslivres em escravos, como ocorreu com o tráfico e comércio negreiro11FLORENTINO, Manolo. Em Costas ... Op. Cit.60

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!