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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Dora Lucia de Lima Bertulio“pardo”, estavam, ao mesmo tempo, sendo estimulados a sair de umacondição pior para uma nova que, não obstante fosse a origem do“mal”, a negra, nem a “do bem”, a branca, reservada para os indivíduoscom fenótipos predomi<strong>na</strong>ntemente europeus, ainda assim diminuía oseu valor social quanto ao seu pertencimento racial.Note-se que essa padronização, até hoje, não é auto-aplicável –as pessoas não dizem “sou pardo”, ape<strong>na</strong>s incluem-se nesse grupocomo alter<strong>na</strong>tiva para não se incluírem no grupo “preto” no qualironicamente identifica-se cor e não grupo racial. Via de regra, “mulato”,“moreno” ou “brasileirinho” são nomes mais utilizados <strong>na</strong> autoidentificaçãolivre. Então, o movimento <strong>negro</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, de há muito,diante desse arranjo institucio<strong>na</strong>l e favorável ao movimento da ideologiaracista no inconsciente coletivo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, tem juntado os grupos “preto”e “pardo” da nomenclatura oficial <strong>na</strong> categoria “<strong>negro</strong>”. Assim, emuma linguagem racialmente consciente, branco desig<strong>na</strong> os indivíduosnos quais os traços europeus são predomi<strong>na</strong>ntes. Negros são indivíduosnos quais os traços negróides (africanos) são preponderantes e que sãosocialmente reconhecidos como pardos, mulatos, morenos ou pretos.Nesse mister, a discussão de ações afirmativas para a populaçãonegra tem criado certa mudança comportamental nos indivíduos comascendência negra, mas socialmente identificados como brancos, querpela distância entre eles e seus ascendentes <strong>negro</strong>s, quer pela fabulosaobra da <strong>na</strong>tureza que permite, a uma família mista, ter filhos brancosou <strong>negro</strong>s. Todos esses fenômenos no contexto do racismo estrutural,que permeia nossas relações sociais, permitem a alguns indivíduos sentirou entender que, no momento de programas positivos, seu recalqueou desespero, por terem <strong>na</strong> família membros <strong>negro</strong>s ou por estaremem constante alerta para apresentarem-se socialmente como brancos,agora deve ser considerado para uma, talvez, compensação de dores.Esse é o objetivo das ações afirmativas, consubstanciado <strong>na</strong> inclusãode <strong>negro</strong>s <strong>na</strong> <strong>universidade</strong>, o que será fundamentado neste trabalho.54

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