o negro na universidade
O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina
Ação afirmativa: uma política pública que faz a diferençanegros de Medicina. Num total aproximado de 2% de todos os estudantesdo país 3/4 deles estavam na Universidade de Howard e na Faculdade deMedicina Meharry, ambas instituições exclusivas para negros.A mudança nesse quadro decorre da conjugação de algumasações no âmbito tanto do governo quanto da iniciativa privada. Dentreelas vale destacar: 1) em 1962, um juiz federal ordenou que aUniversidade do Mississipi admitisse um aluno negro, o que provocouuma explosão de violência quando o governador Ross Barnett ordenouque soldados da polícia estadual barrassem a entrada do rapaz; 2) em1964, o presidente Johnson ratificou uma Lei de Direitos Civis que obrigavao governo a envidar sérios esforços para desmantelar a segregaçãopromovida pelo Estado; 3) em 1965, depois de uma sangrenta ação policialem Selma, o congresso aprovou uma Lei sobre o Direito de Voto comrecursos de implementação realmente eficazes e com efeitos imediatosno comparecimento eleitoral dos negros que passou a subir no sul dopaís; 4) em junho de 1965, na Universidade de Howard, o presidenteJohnson proferiu sua famosa justificativa quanto a dar oportunidadesaos negros: “Não é possível pegar uma pessoa que esteve agrilhoada durante anos,colocá-la na linha de largada de uma corrida, dizer-lhe que ‘agora você está livrepara competir com todos os outros’ e, ainda, assim, acreditar com justiça que estásendo completamente imparcial” (BOWEN & BOK, 2004, p.40).Logo a seguir, o Escritório de Normas sobre Contratos Federaise a Comissão de Igualdade de Oportunidades no Emprego ordenaramque as empresas contratadas pelo governo federal submetessem projetosdetalhados, que incluíssem metas e cronogramas para a montagem deuma força de trabalho que refletisse a disponibilidade de empregadosoriundos das minorias no mercado de trabalho.O resultado mais visível, no final dos anos 60 e durante os anos70, com todos os contratempos e contradições, foi um imensocompromisso das principais instituições de ensino superior públicas eprivadas que, por meio de seus administradores, passaram a considerar35
Valter Roberto Silvérioque tinham um papel a desempenhar na educação de estudantes oriundosdas minorias.Não faltaram e, de certa forma, não faltam na atualidade,questionamentos legais àquelas medidas de inclusão efetiva. No entanto,como os autores mostram, ao que tudo indica, é a sociedade quemtem benefícios diretos da política de acesso sensível à raça.Um primeiro aspecto que chama atenção foi o desafio inicialenfrentado pelos administradores das 28 instituições. Para os autores,há uma suposição errônea e generalizada de que os escores e notasdevam representar as únicas considerações realmente válidas, ao sedecidir quem deve ser aceito em uma instituição seletiva. Notas e escoresnão são as únicas medidas legítimas de admissão e nem sempre, comomuitos afirmam, alunos que supostamente têm “mérito” com basenaqueles indicadores conseguem transformar-se em profissionaisconscientes de seu papel social.Assim, fica claro que decidir quais são os alunos de maior“mérito” depende do que se esteja tentando realizar em termoseducacionais e sociais. Se as notas, escores e testes são úteis para ajudaras instituições a rejeitar certos candidatos, essas medidas continuam aprever o desempenho acadêmico de modo imperfeito e cumprempapel menor ainda na determinação dos candidatos que contribuirãopara o desenvolvimento de seus colegas ou daqueles que se tornarãolíderes nos campos de estudo escolhidos.Com base nos indicadores, os autores estimam que a adoção deuma norma rigorosamente neutra em relação à raça reduziria de 50%a 70% o acesso dos alunos negros nessas faculdades. O surpreendente,quando se contrasta o desempenho global dos estudantes negros com ode outras etnias, é o fato de 14% deles serem originários de famílias deinstrução limitada e de baixo status socioeconômico (SSE).Os dados demonstram que aproximadamente 80% dos negrose mais de 90% dos outros grupos étnicos-raciais se diplomaram nessas36
- Page 2 and 3: o negro na universidadeo direito à
- Page 4 and 5: Jairo Queiroz PachecoMaria Nilza da
- Page 6: Dedicamos esta obra à Mãe Mukumby
- Page 10 and 11: IntroduçãoIntroduçãoAs reflexõ
- Page 12 and 13: Introduçãode comunicação, o foc
- Page 14 and 15: IntroduçãoQueiroz Pacheco, então
- Page 16 and 17: Considerações sobre as políticas
- Page 18 and 19: Considerações sobre as políticas
- Page 20 and 21: Considerações sobre as políticas
- Page 22 and 23: Considerações sobre as políticas
- Page 24 and 25: Considerações sobre as políticas
- Page 26 and 27: Considerações sobre as políticas
- Page 28: Considerações sobre as políticas
- Page 31 and 32: Valter Roberto Silvérioraciais, ce
- Page 33 and 34: Valter Roberto SilvérioNo Estado d
- Page 35 and 36: Valter Roberto SilvérioGráfico 6.
- Page 37 and 38: Valter Roberto SilvérioNo estudo D
- Page 39 and 40: Valter Roberto SilvérioNo período
- Page 41 and 42: Valter Roberto Silvério2) o diviso
- Page 43: Valter Roberto Silvériode migraç
- Page 47 and 48: Valter Roberto Silvérioo escoament
- Page 49 and 50: Valter Roberto SilvérioA questão
- Page 51 and 52: Valter Roberto SilvérioSILVÉRIO,
- Page 53 and 54: Valter Roberto SilvérioSeção II
- Page 55 and 56: Valter Roberto Silvériopositivas e
- Page 57 and 58: Valter Roberto SilvérioDe acordo c
- Page 60 and 61: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 62 and 63: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 64 and 65: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 66 and 67: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 68 and 69: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 70 and 71: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 72 and 73: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 74 and 75: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 76 and 77: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 78 and 79: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 80 and 81: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 82 and 83: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 84 and 85: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 86 and 87: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 88 and 89: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 90 and 91: Ação afirmativa no ensino superio
- Page 92 and 93: Ação afirmativa no ensino superio
Valter Roberto Silvérioque tinham um papel a desempenhar <strong>na</strong> educação de estudantes oriundosdas minorias.Não faltaram e, de certa forma, não faltam <strong>na</strong> atualidade,questio<strong>na</strong>mentos legais àquelas medidas de inclusão efetiva. No entanto,como os autores mostram, ao que tudo indica, é a sociedade quemtem benefícios diretos da política de acesso sensível à raça.Um primeiro aspecto que chama atenção foi o desafio inicialenfrentado pelos administradores das 28 instituições. Para os autores,há uma suposição errônea e generalizada de que os escores e notasdevam representar as únicas considerações realmente válidas, ao sedecidir quem deve ser aceito em uma instituição seletiva. Notas e escoresnão são as únicas medidas legítimas de admissão e nem sempre, comomuitos afirmam, alunos que supostamente têm “mérito” com base<strong>na</strong>queles indicadores conseguem transformar-se em profissio<strong>na</strong>isconscientes de seu papel social.Assim, fica claro que decidir quais são os alunos de maior“mérito” depende do que se esteja tentando realizar em termoseducacio<strong>na</strong>is e sociais. Se as notas, escores e testes são úteis para ajudaras instituições a rejeitar certos candidatos, essas medidas continuam aprever o desempenho acadêmico de modo imperfeito e cumprempapel menor ainda <strong>na</strong> determi<strong>na</strong>ção dos candidatos que contribuirãopara o desenvolvimento de seus colegas ou daqueles que se tor<strong>na</strong>rãolíderes nos campos de estudo escolhidos.Com base nos indicadores, os autores estimam que a adoção deuma norma rigorosamente neutra em relação à raça reduziria de 50%a 70% o acesso dos alunos <strong>negro</strong>s nessas faculdades. O surpreendente,quando se contrasta o desempenho global dos estudantes <strong>negro</strong>s com ode outras etnias, é o fato de 14% deles serem originários de famílias deinstrução limitada e de baixo status socioeconômico (SSE).Os dados demonstram que aproximadamente 80% dos <strong>negro</strong>se mais de 90% dos outros grupos étnicos-raciais se diplomaram nessas36