o negro na universidade
O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina
Ação afirmativa: uma política pública que faz a diferençaO estudo restringe-se ao ensino superior. Outra limitaçãodestacada pelos autores é que a investigação concentrou-se em alunosnegros e brancos comparando muito esporadicamente as situações deasiáticos e latinos, dois segmentos que têm ampliado de formaconsiderável sua presença no sistema de ensino superior norteamericano.No fundamental, o estudo aborda questões centrais dapolítica educacional relativas à diversidade populacional nos cursosuniversitários.O banco de dados denominado Graduação e ExperiênciaPosterior (G&EP) contém registros de mais de oitenta mil alunos docurso de graduação que se matricularam nas 28 faculdades euniversidades analisadas no outono de 1951, no outono de 1976 e nooutono de 1989.Trata-se de um estudo sumamente quantitativo que utiliza técnicassimples, segundo os autores, “compatíveis com a obrigação de relatar resultadosque façam sentido”. Entre as técnicas utilizadas encontram-se sobretudo“as regressões múltiplas, a fim de desenredar as muitas forças que afetam em conjuntoo desempenho estudantil no curso de graduação, a obtenção de graus universitáriosavançados e os resultados em épocas posteriores da vida” (BOWEN & BOK,2004, p.27).O livro está organizado em dez capítulos. O primeiro descrevea origem e a evolução das normas de admissão sensíveis à raça e oúltimo apresenta as conclusões dos autores a respeito do papel da raçano processo de admissão e da forma como se devem interpretarconceitos como “justiça” e “mérito”.A primeira preocupação dos autores consiste em contextualizaras origens e o desenvolvimento do chamado “acesso sensível à raça”,em especial na educação superior norte-americana. A Segunda GuerraMundial e a conseqüente demanda por mão-de-obra fabril, semprecedentes nos EUA, devem ser consideradas como o ponto de partidapara as mudanças extraordinárias naquele país com a decorrente onda33
Valter Roberto Silvériode migração para o Norte. Em relação aos negros e negras, astransformações são altamente expressivas como demonstram algunsindicadores. Em 1940, a grande maioria das famílias negras vivia emcomunidades rurais no Sul e cerca de 90% encontrava-se na pobrezaquando avaliada pelos critérios atuais e sua renda correspondia à metadeda dos brancos. Entre 1940 e 1960, os índices de pobreza entre osnegros declinaram de aproximadamente 93% para 55% e o níveleducacional elevou-se de uma média de escolarização de 7 anos em1940 para 10,5 anos em 1960.Tais conquistas, entretanto, não significaram maiores avanços noacesso de afro-americanos às profissões de elite. Assim, um dos aspectosfundamentais do pós-guerra foram as várias sentenças da SupremaCorte que alteraram o impacto da constituição sobre os afroamericanos.Entre as várias sentenças importantes do período convémregistrar um parecer unânime da Suprema Corte, em que a mesmaproferiu sua célebre decisão do caso Brown vs. Diretoria de Ensino, pondofim à segregação escolar de jure no Sul do país (BOWEN & BOK,2004, p.35).Tudo indica que as decisões do Judiciário, do Executivo e doLegislativo foram impulsionadas pela ampla mobilização socialorganizada da população negra, entre as quais ganhou notoriedade oboicote aos ônibus de Montgomery, no Alabama, em 1955-1956, quecolocou Martin Luther King Jr. no centro das ações que tinham comoobjetivo principal dessegregar os transportes públicos, os locais dehospedagem pública e as escolas em todo o Sul.Em 1965, apenas 4,8% de todos os alunos universitários dosEUA eram afro-americanos e destes menos de 2% estavam matriculadosem cursos de formação das chamadas profissões liberais (Engenharia,Medicina e Direito). Os estudantes negros de Direito, por exemplo,eram em torno de 1% do total e 3/4 destes estavam em escolasexclusivamente negras. Da mesma forma encontravam-se os estudantes34
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Valter Roberto Silvériode migração para o Norte. Em relação aos <strong>negro</strong>s e negras, astransformações são altamente expressivas como demonstram algunsindicadores. Em 1940, a grande maioria das famílias negras vivia emcomunidades rurais no Sul e cerca de 90% encontrava-se <strong>na</strong> pobrezaquando avaliada pelos critérios atuais e sua renda correspondia à metadeda dos brancos. Entre 1940 e 1960, os índices de pobreza entre os<strong>negro</strong>s decli<strong>na</strong>ram de aproximadamente 93% para 55% e o níveleducacio<strong>na</strong>l elevou-se de uma média de escolarização de 7 anos em1940 para 10,5 anos em 1960.Tais conquistas, entretanto, não significaram maiores avanços noacesso de afro-americanos às profissões de elite. Assim, um dos aspectosfundamentais do pós-guerra foram as várias sentenças da SupremaCorte que alteraram o impacto da constituição sobre os afroamericanos.Entre as várias sentenças importantes do período convémregistrar um parecer unânime da Suprema Corte, em que a mesmaproferiu sua célebre decisão do caso Brown vs. Diretoria de Ensino, pondofim à segregação escolar de jure no Sul do país (BOWEN & BOK,2004, p.35).Tudo indica que as decisões do Judiciário, do Executivo e doLegislativo foram impulsio<strong>na</strong>das pela ampla mobilização socialorganizada da população negra, entre as quais ganhou notoriedade oboicote aos ônibus de Montgomery, no Alabama, em 1955-1956, quecolocou Martin Luther King Jr. no centro das ações que tinham comoobjetivo principal dessegregar os transportes públicos, os locais dehospedagem pública e as escolas em todo o Sul.Em 1965, ape<strong>na</strong>s 4,8% de todos os alunos universitários dosEUA eram afro-americanos e destes menos de 2% estavam matriculadosem cursos de formação das chamadas profissões liberais (Engenharia,Medici<strong>na</strong> e Direito). Os estudantes <strong>negro</strong>s de Direito, por exemplo,eram em torno de 1% do total e 3/4 destes estavam em escolasexclusivamente negras. Da mesma forma encontravam-se os estudantes34