o negro na universidade
O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina
Ação afirmativa: uma política pública que faz a diferençanegros aumentou de forma contínua ao longo do século XX. Contudo,um jovem branco de 25 anos tem, em média, mais de 2,3 anos deestudo que um jovem negro da mesma idade, e essa intensidade dadiscriminação racial é a mesma vivida pelos pais desses jovens – amesma observada entre os seus avós.O Gráfico 10 apresenta a escolaridade média dos adultosbrancos e negros de acordo com o ano de nascimento, iniciando comos nascidos em 1929 e terminando com os de 1974. Como podemosdepreender do gráfico, a escolaridade média de ambas as raças cresceao longo do século, mas o padrão de discriminação racial, expressopelo diferencial nos anos de escolaridade entre brancos e negros,mantém-se absolutamente estável entre as gerações.Gráfico 10. Anos médios de escolaridade. Evolução por coorte (25 anose mais) por raça – Brasil*Fonte: PNADs (apud HENRIQUES, 1999)*Exclui a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá29
Valter Roberto SilvérioNo período recente, podemos estimar a evolução, entre 1992 e1999, das condições de vida de brancos e negros expressas porintermédio de indicadores de desempenho da escolaridade das criançase dos jovens brasileiros entre 7 e 25 anos de idade. As maiores diferençasabsolutas entre jovens brancos e negros encontram-se nos segmentosmais avançados do ensino formal. Por exemplo, entre os jovens brancosde 18 a 23 anos, 63% não completou o ensino médio. Embora elevado,esse valor não se compara aos 84% de jovens negros da mesma idadeque ainda não concluíram o ensino médio. Em 1999, 89% dos jovensbrancos entre 18 e 25 anos não haviam ingressado na universidade. Osjovens negros nessa faixa de idade, por sua vez, praticamente nãodispõem do direito de acesso ao ensino superior, visto que 98% delesnão ingressaram na universidade (HENRIQUES, 2001, p. 27-28).O enfrentamento do quadro de desigualdades raciais apresentadomostra a importância da criação de políticas públicas de ações afirmativasdirecionadas à população negra em todos os níveis de ensino. Conformeafirma Martins da Silva (2004), há uma compreensão cada vez maiorde que a busca de uma igualdade concreta não deve mais ser realizadaapenas com a aplicação geral das mesmas regras de direito para todos.Tal igualdade precisa materializar-se também através de medidasespecíficas que considerem as situações particulares de minorias e demembros pertencentes a grupos em desvantagem. Neste sentido, aexperiência norte-americana de implementação das ações afirmativaspode nos fornecer alguns elementos para análise crítica e compreensãode um processo que tem sido um sucesso.Algumas Anotações sobre a Experiência AmericanaPublicado originalmente pela Princeton University Press em 1998com o título The Shape of the River: long-term consequences of considering30
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Valter Roberto SilvérioNo período recente, podemos estimar a evolução, entre 1992 e1999, das condições de vida de brancos e <strong>negro</strong>s expressas porintermédio de indicadores de desempenho da escolaridade das criançase dos jovens brasileiros entre 7 e 25 anos de idade. As maiores diferençasabsolutas entre jovens brancos e <strong>negro</strong>s encontram-se nos segmentosmais avançados do ensino formal. Por exemplo, entre os jovens brancosde 18 a 23 anos, 63% não completou o ensino médio. Embora elevado,esse valor não se compara aos 84% de jovens <strong>negro</strong>s da mesma idadeque ainda não concluíram o ensino médio. Em 1999, 89% dos jovensbrancos entre 18 e 25 anos não haviam ingressado <strong>na</strong> <strong>universidade</strong>. Osjovens <strong>negro</strong>s nessa faixa de idade, por sua vez, praticamente nãodispõem do direito de acesso ao ensino superior, visto que 98% delesnão ingressaram <strong>na</strong> <strong>universidade</strong> (HENRIQUES, 2001, p. 27-28).O enfrentamento do quadro de desigualdades raciais apresentadomostra a importância da criação de políticas públicas de ações afirmativasdirecio<strong>na</strong>das à população negra em todos os níveis de ensino. Conformeafirma Martins da Silva (2004), há uma compreensão cada vez maiorde que a busca de uma igualdade concreta não deve mais ser realizadaape<strong>na</strong>s com a aplicação geral das mesmas regras de direito para todos.Tal igualdade precisa materializar-se também através de medidasespecíficas que considerem as situações particulares de minorias e demembros pertencentes a grupos em desvantagem. Neste sentido, aexperiência norte-america<strong>na</strong> de implementação das ações afirmativaspode nos fornecer alguns elementos para análise crítica e compreensãode um processo que tem sido um sucesso.Algumas Anotações sobre a Experiência America<strong>na</strong>Publicado origi<strong>na</strong>lmente pela Princeton University Press em 1998com o título The Shape of the River: long-term consequences of considering30