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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Kabengele Mu<strong>na</strong>ngacotas para estudantes das escolas públicas, combi<strong>na</strong>ndo o critériosocioeconômico com o critério racial ou étnico. Esta proposta paramim é a melhor, visto que atenderia aos dois lados da questão:melhoraria, por um lado, as oportunidades de ingresso do <strong>negro</strong> <strong>na</strong><strong>universidade</strong> e, por outro lado, diminuiria as desigualdades acumuladasao longo dos séculos, pois considera a especificidade do <strong>negro</strong>duplamente excluído pela condição socioeconômica e pela discrimi<strong>na</strong>çãoracial. Sem a reserva de uma certa porcentagem proporcio<strong>na</strong>l das vagasdo vestibular, o <strong>negro</strong> sobraria de novo e as desigualdades se manteriameter<strong>na</strong>mente. Considerando-se que a taxa de evasão e de abandonoescolar é maior entre os alunos <strong>negro</strong>s do que entre alunos brancos, até<strong>na</strong>s escolas públicas mais periféricas, o número de alunos <strong>negro</strong>s quetermi<strong>na</strong>m o ensino médio é menor, comparativamente aos alunosbrancos. Se não se reservar uma certa porcentagem a este pequenonúmero de alunos <strong>negro</strong>s que se apresentam ao vestibular para selecio<strong>na</strong>ros melhores dentre eles, as vagas poderão, quase todas, ser ocupadaspelos melhores alunos brancos das escolas públicas. Parece difícil deentender, mas é uma simples lei da probabilidade matemática.Fi<strong>na</strong>lmente, as cotas poderão ou não contribuir para o recuo dadiscrimi<strong>na</strong>ção social e racial <strong>na</strong> nossa sociedade? As cotas vão, semdúvida, promover o acesso a uma educação superior de qualidade e,conseqüentemente, à capacidade competitiva dos alunos brancospobres, <strong>negro</strong>s e índios. Ou seja, vão incluir os beneficiados <strong>na</strong> classemédia ascendente com efeitos multiplicadores, visto que a probabilidadedos filhos deles viverem a situação anterior dos pais é menos provável.Conquanto reduzir a pobreza não signifique combater automaticamenteo racismo anti<strong>negro</strong>, não devemos perder de vista o fato de que, pelaprimeira vez em sua vida, alguns alunos <strong>negro</strong>s e brancos terão aoportunidade de conviver, ao freqüentarem a mesma faculdade ou amesma escola. Esta aproximação das diferenças ou de convivência dasdiversidades pode desarmar os preconceitos recebidos <strong>na</strong> educação18

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