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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Kabengele Mu<strong>na</strong>ngaou superior de modo geral, tirando-o da situação de 2% em que seencontra depois de 116 anos de abolição, em relação ao contingentebranco que, sozinho, representa 97% de brasileiros com diplomauniversitário? Ou seja, como aumentar a representação do <strong>negro</strong> <strong>na</strong>educação superior, visando tanto à melhoria das oportunidades deingresso e permanência, como a diminuição das desigualdadesacumuladas durante cerca de 400 anos?O debate desencadeado no Brasil em torno desta questão, tantopelas mídias quanto pelos meios acadêmicos, começou com uma certasuperficialidade e com argumentos que não resistem a uma crítica sere<strong>na</strong>,contrariando a firme posição já em execução em algumas <strong>universidade</strong>s,com destaque para as estaduais. Cito a Universidade Estadual do Riode Janeiro, a Universidade Estadual da Bahia, a Universidade Estadualdo Mato Grosso do Sul, duas <strong>universidade</strong>s estaduais de Mi<strong>na</strong>s Geraise a Universidade Estadual de Londri<strong>na</strong>, que se inicia neste debate. Dentreas <strong>universidade</strong>s federais, ape<strong>na</strong>s duas instituições já iniciaram o processode cotas: a Universidade de Brasília e a Universidade Federal da Bahia.Tudo indica que a Escola Paulista de Medici<strong>na</strong>, que também é umainstituição federal, está se preparando para adotar a política de cotas. 5Eis alguns dos argumentos retóricos apresentados e defendidoscontra a política de cotas:1) Dificuldade de definir quem é <strong>negro</strong> no Brasil, por causa damestiçagem que atinge a todos os brasileiros, o que considero umaflagrante inverdade, pois num país onde a discrimi<strong>na</strong>ção existe e éaceita, no mínimo quem discrimi<strong>na</strong> sabe distinguir os discrimi<strong>na</strong>dos.A questão se colocaria <strong>na</strong> situação extrema do mestiço quefenotipicamente apresenta todas as características brancas e, segundoOracy Nogueira, já é branco, pois nossa classificação racial é de5Em 2004 ape<strong>na</strong>s algumas <strong>universidade</strong>s haviam iniciado o processo de adoção dascotas. Em 2007 deze<strong>na</strong>s de <strong>universidade</strong>s adotaram as políticas de ação afirmativa,com reserva de vagas para <strong>negro</strong>s e, em alguns casos, para índios.12

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