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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Comunicações Oraisdireitos elementares por conta da cor da pele ou por conta de etnia.Quem produz exclusão é quem tem poder, e quem é que tem poder<strong>na</strong> sociedade brasileira, quem é a classe dirigente <strong>na</strong> sociedade brasileira?Em 500 anos de história, apesar de quase a metade da população sernegra, nunca tivemos um presidente <strong>negro</strong>. Possuímos 538 deputadosfederais e ape<strong>na</strong>s 37 são <strong>negro</strong>s.A função da Fundação Cultural Palmares é esta: promover areflexão conjunta sobre o quadro que estamos vivendo. Isso não épedir favor, é exigir reparação. Reparação com a qual o Estado brasileirocomprometeu-se diante da ONU, em Durban, <strong>na</strong> África do Sul, em2001, <strong>na</strong> Conferência Mundial Contra o Racismo, a Intolerância e aXenofobia. O Brasil assinou um tratado, aliás, acredito que já tenhaassi<strong>na</strong>do outro em 1968, quando a ONU também estabeleceu o diaInter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l pela Elimi<strong>na</strong>ção da Discrimi<strong>na</strong>ção Racial, assim comoassinou também a Convenção 111 da OIT, contra a discrimi<strong>na</strong>ção nomercado de trabalho e não cumpriu. Pois em 2001 o Brasil ratificounão só esses tratados, como assinou um tratado afirmando juntamentecom mais 152 países que o tráfico de escravos e a escravidão foi umcrime de “lesa humanidade”, tanto quanto o <strong>na</strong>zismo com relação aosjudeus e, portanto, tal crime merecia reparação (no passado os judeusreceberam da Alemanha uma indenização de 5,85 bilhões de marcospor conta da discrimi<strong>na</strong>ção e do racismo sofrido por eles durante aSegunda Guerra Mundial. Desconheço qualquer judeu que se tenhasentido inferior por ter recebido esse dinheiro. Portanto não deixa deser curioso que seja levantada a questão de que só os <strong>negro</strong>s venham asentir-se inferiores ou a incomodar-se por serem beneficiados com adiscrimi<strong>na</strong>ção positiva ou com uma reparação).Há uma emissora de televisão que está fazendo uma verdadeiracampanha contra a cota para <strong>negro</strong> <strong>na</strong> <strong>universidade</strong> depois da aprovaçãodesta medida pela UNB, chegando à hipocrisia de dizer que no Brasilnão se sabe quem é <strong>negro</strong>. Costumo caricaturar tal afirmação dizendo149

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