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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Nizan Pereira AlmeidaPara essas pessoas, em um momento de grande crise, é muitodifícil discutir justiça histórica. É muito complicado, mas se não adiscutirmos neste momento, quando vivemos numa democracia, nãouma democracia relacio<strong>na</strong>da a acesso, mas uma democracia definidapela existência de liberdade de opinião e de debate, dificilmente, pelomenos para a geração <strong>na</strong> qual me incluo, nós vamos ter maisoportunidade de discutir isso. Então, esse momento é muito positivo.Há extrema desigualdade entre pobres e ricos, e há extremadesigualdade mesmo em meio à população pobre, entre brancos pobrese <strong>negro</strong>s pobres.O Ar<strong>na</strong>ldo Jabor, comentando o filme “Cidade de Deus”, queeu particularmente considero um filme que estereotipa os <strong>negro</strong>s,estereotipa os pobres, e tem uma visão deturpada da questão do tráficode drogas, ( o tráfico de drogas não é ape<strong>na</strong>s o Zé Pequeno com umaAR15 matando as pessoas, é um radar avião, dinheiro maior que oPIB, gente branca, gente negra também, relações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is) disseassim: “ o “Cidade de Deus” rompe com essa falsa sensação denormalidade que impera <strong>na</strong> vida dos brancos da Zo<strong>na</strong> Sul”. Eu achoesta fala uma tirada genial, quando aponta para “essa falsa sensação denormalidade”!Essa falsa sensação de neutralidade e normalidade é quebradacom a discussão sobre a orientação sexual, em que as pessoas têm odireito, depois dos 18 anos, de fazer o que quiserem com o própriocorpo, é quebrada com a questão da discrimi<strong>na</strong>lização das drogas,todas essas coisas que a elite, hegemônica no governo, <strong>na</strong> justiça e <strong>na</strong>política, não quer discutir. Não interessa ao Estado discutir isso, porquediscutir drogas significa discutir corrupção policial, discutir cota para<strong>negro</strong> significa discutir o que tem acontecido durante 500 anos no país.Só faço essa introdução para dizer que acredito que estamosvivendo um momento ímpar. Nós já avançamos muito, e o que medeixa muito satisfeito é estar sentado ao lado da pessoa que vai fazer a142

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