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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Vilma Santos de Oliveiratempos agora são outros, os movimentos <strong>negro</strong>s ganham visibilidadee o direito de inclusão. Enfim, há o reconhecimento da discrimi<strong>na</strong>çãoracial, no Brasil, como um fato. No entanto, é impressio<strong>na</strong>nte a profundaindiferença e indig<strong>na</strong>ção de setores da sociedade que afirmam: “cotasé ainda coisa de <strong>negro</strong>s para <strong>negro</strong>s”. Mesmo que algumas <strong>universidade</strong>sjá experimentem essa nova realidade, a questão ainda provoca debatesacalorados contra ou a favor.Depois de quatro séculos de escravidão, de mais um século paravivermos sem terra para trabalhar, sem direito à saúde e sem direito àeducação de qualidade, como pensar em cotas como privilégio? A lutapela igualdade deverá ser não somente do movimento <strong>negro</strong> mas detoda a sociedade, se entendermos que a exclusão social brasileira temsuas raízes fincadas no processo escravocrata brasileiro e <strong>na</strong> ausênciade políticas públicas que não deram ao <strong>negro</strong> oportunidades de trabalhoe moradia. Colocar <strong>na</strong> ordem do dia a questão racial, muito antes deser um problema, é, sem dúvida, uma solução <strong>na</strong> busca dodesenvolvimento integral da sociedade brasileira, desenvolvimento quedepende, acima de tudo, da intervenção do Estado <strong>na</strong> implementaçãode políticas públicas. É necessário que os meios acadêmicos se dêemconta de que devem produzir conhecimento capaz de enfrentar essarealidade. É necessário que a comunidade acadêmica brasileira aceitecomo desafio descobrir e entender os motivos pelos quais, por anos eanos se convivem, com pouquíssimos alunos <strong>negro</strong>s. É necessário quebrasileiros <strong>negro</strong>s e negras se empenhem <strong>na</strong> luta por saúde, educação,moradia e trabalho. A comunidade negra espera que esse debate tragaa luz necessária a fim de que <strong>negro</strong>s e não-<strong>negro</strong>s busquem caminhosque contenham mecanismos compensatórios de reparação histórica,possibilitando, enfim, uma sociedade justa e igualitária com a qual todosnós brasileiros e brasileiras sonhamos.140

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