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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Maria Nilza da Silva e Pires LaranjeiraEm conexão com a desorganização do trabalho escravo e com adesintegração da ordem escravocrata, processou-se a elimi<strong>na</strong>çãoparcial do <strong>negro</strong> no sistema de trabalho. As oportunidades surgidascom a instituição do trabalho livre foram aproveitadas pelosimigrantes e pelos então chamados ‘trabalhadores <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is’,geralmente ‘brancos’, ou ‘mestiços’ [...], que construíram sob oregime servil uma camada social ‘livre’, mas dependente e semprofissão definida. Em resumo, com o desaparecimento daescravidão o elemento <strong>negro</strong> perdera a posição no sistemaeconômico de São Paulo [...]. O regime de trabalho que seconstruíra através da escravidão ruíra completamente, destruindosecom ele todos os ajustamentos sociais criados anteriormenteentre brancos e <strong>negro</strong>s, senhores e escravos (BASTIDE, inFERNANDES e BASTIDE, 1955, p. 48, 49, 50).As dificuldades vivenciadas pelo <strong>negro</strong> no período pós-aboliçãoe a<strong>na</strong>lisadas por Fer<strong>na</strong>ndes e Bastide continuam ainda hoje. A sociedadebrasileira ainda não conseguiu ver o <strong>negro</strong> como pessoa com igualdadede direitos e deveres. É como se existissem cidadãos de primeira ecidadãos de segunda categoria, colocando-se a população negra nestasegunda categoria. Cabe destacar que, apesar dos avanços produzidossobre o conhecimento da população negra no Brasil, Bastide e Fer<strong>na</strong>ndesnão criticam o sistema social vigente como o responsável pelasdificuldades experienciadas pelo <strong>negro</strong>; é como se o próprio indivíduofosse responsável pela situação em que se encontrava porque não sehavia se adaptado à sociedade moder<strong>na</strong> que emergia. Esta idéia continuapresente <strong>na</strong> sociedade atual.Os Estudos de Carlos Hasenbalg e Nelson do Valle SilvaRepresentando também um marco <strong>na</strong> produção teórica dasrelações raciais no Brasil, estão os estudos de Carlos Hasenbalg e Nelson132

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