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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Do problema da “raça” às políticas de ação afirmativaem vários países, mostra a existência de um país mestiço e, por isso,segundo ele, extraordinário, porque representava uma resposta para omundo que vivia em crise com os conflitos étnico-raciais.A mensagem de Freyre era que os <strong>negro</strong>s e brancos, apesar depequenos contratempos, viviam em harmonia. No texto, o autorresgatava a contribuição do <strong>negro</strong> para a formação da sociedadebrasileira, contrariando a corrente que afirmava que o povo brasileiroera degenerado por causa da mestiçagem. Ele pregava exatamente ocontrário: a mestiçagem gerou um país mais harmônico, porque contavacom a contribuição de muitos povos, mostrando a influência exercidapor todos <strong>na</strong> língua portuguesa, <strong>na</strong> alimentação, no cotidiano... Enfim,Casa Grande & Senzala tornou-se a excepcio<strong>na</strong>l resposta, não somentepara o Brasil, mas para o mundo que vivenciava os conflitos étnicoraciais.Freyre apresentava um país em que esse tipo de conflito estavapraticamente ausente. No Brasil, imperava a cordialidade do povovivenciada numa democracia racial.Os Estudos da UNESCOEm 1950, a Conferência Geral da UNESCO, realizada emFlorença, <strong>na</strong> Itália, decidiu fi<strong>na</strong>nciar pesquisas sobre as relações raciaisno Brasil, inspirada pelo médico e antropólogo brasileiro ArthurRamos 9 . Sob a influência do livro de Freyre, o objetivo era mostrar aomundo o exemplo de paz entre as raças. O país era considerado o“laboratório de civilização” e poderia, portanto, oferecer uma resposta9Arthur Ramos, em 1949 assume o Departamento de Ciências Sociais da UNESCO(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e delineia umplano para a realização de estudos antropológicos e sociológicos no Brasil, mas morreno mesmo ano sem ver sua intenção realizada. Cf.: CHOR MAIO, Marcos. “O Brasilno concerto das <strong>na</strong>ções: a luta contra o racismo nos primórdios da UNESCO”.História, Ciência e Saúde, vol. V (2), julho-outubro 1998, p. 375-413.129

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