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O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

08.08.2015 Views

O sistema de cotas da Universidade do Estado da Bahiade que haveria uma maior evasão de alunos afrodescendentes optantespor conta de uma situação socioeconômica desvantajosa.Como resultado da entrevista, feita com os afrodescendentescotistas provenientes dos cursos do Campus I, verifica-se que não háentre os aprovados optantes pelo sistema de cotas no concursovestibular 2003, um maior número de pessoas com fenótipo brancodizendo-se ter o fenótipo de afrodescendente. Além disso, ficouevidenciado um forte grau de consciência quanto ao fato de serempessoas advindas de família cuja luta pela sobrevivência é acentuada.Como finalização da entrevista, foi possível detectar que, até então,nenhum deles estaria sofrendo qualquer tipo de discriminação por partedos outros alunos, dos professores ou funcionários, pelo fato de seremoptantes pelo sistema de cotas.Para dar melhor sustentação ao que preconiza a Resolução 196/2002, a UNEB criou e pôs em funcionamento o Programa de Auxílio aoEstudante Carente (PROTEGE) que objetiva o oferecimento de bolsasde estudo para estudantes que ingressaram pelo sistema de cotas. É umaação conjunta da Pró-reitoria de Extensão (PROEX) da Universidade doEstado da Bahia (UNEB) e da Associação de Ex-alunos UNEB (UNEX).Iniciado em março de 2005, o Programa pretende, até o final do ano,beneficiar 300 alunos na capital e demais campus no interior do estado,concedendo-lhes, inicialmente, uma bolsa mensal no valor de meio saláriomínimo (cento e trinta reais – em valores atuais).De acordo com o presidente da UNEX, Denis Gama, o programaobjetiva atender estudantes que cursaram o ensino médio em colégios darede pública e tenham renda familiar de até dois salários mínimos.Segundo Gama, a receptividade do PROTEGE foi avaliada junto aoalunado e à sociedade, quando foi feito um teste e foram conseguidosbenefícios para dez discentes considerados carentes. Para ampliação daabrangência do Programa, estão sendo buscados novos parceiros, entreempresas, organizações não-governamentais e instituições diversas.119

Maria Cristina Elyote Marques SantosComo contrapartida ao benefício auferido, o estudantecompromete-se a prestar serviços ou estágio em sua área de estudos,dentro da unidade acadêmica onde faz o curso – ou em algumaempresa parceira –, “mas sempre em horários que não prejudiquemsuas atividades discentes”, como ressalta o dirigente.Considerações FinaisA elaboração da parte que encerra este estudo nas suascaracterísticas de considerações finais decorre de uma visão global dosfatos aqui relatados, conforme vivenciados pela Universidade do Estadoda Bahia, resumidamente apresentados no quadro a seguir.Quadro 1. Estudo sobre o programa de cotas na UNEBUNEBA adoção do sistema de cotas foi provocada, quase ao mesmo tempo, poriniciativa externa à UNEB, com apresentação de proposta de Lei elaboradapor um vereador, e por debate interno, provocado pelo corpo discente.Votado pelo Conselho Universitário e implementado pela Resolução196/2002Reserva 40% das vagas para candidatos pretos ou pardos, oriundos deescolas públicas do ensino médio do Estado da Bahia.Prevê o percentual para cursos de graduação e pós-graduação.Exige autodeclaração racial através do formulário preenchido e assinadopelo candidato.Reserva vagas para alunos das escolas públicas do ensino médio do Estadoda BahiaCausou grande repercussão jurídica na questão da igualdade formal.Provocou mudanças tênues no processo vestibular.Iniciou a aplicação de programa de acompanhamento aos cotistas em marçode 2005: PROTEGE.Fonte: Criado pelo autor a partir de informações fornecidas pela PROGRAD/UNEB. Adaptado de César, 2003, p. 65.120

O sistema de cotas da Universidade do Estado da Bahiade que haveria uma maior evasão de alunos afrodescendentes optantespor conta de uma situação socioeconômica desvantajosa.Como resultado da entrevista, feita com os afrodescendentescotistas provenientes dos cursos do Campus I, verifica-se que não háentre os aprovados optantes pelo sistema de cotas no concursovestibular 2003, um maior número de pessoas com fenótipo brancodizendo-se ter o fenótipo de afrodescendente. Além disso, ficouevidenciado um forte grau de consciência quanto ao fato de serempessoas advindas de família cuja luta pela sobrevivência é acentuada.Como fi<strong>na</strong>lização da entrevista, foi possível detectar que, até então,nenhum deles estaria sofrendo qualquer tipo de discrimi<strong>na</strong>ção por partedos outros alunos, dos professores ou funcionários, pelo fato de seremoptantes pelo sistema de cotas.Para dar melhor sustentação ao que preconiza a Resolução 196/2002, a UNEB criou e pôs em funcio<strong>na</strong>mento o Programa de Auxílio aoEstudante Carente (PROTEGE) que objetiva o oferecimento de bolsasde estudo para estudantes que ingressaram pelo sistema de cotas. É umaação conjunta da Pró-reitoria de Extensão (PROEX) da Universidade doEstado da Bahia (UNEB) e da Associação de Ex-alunos UNEB (UNEX).Iniciado em março de 2005, o Programa pretende, até o fi<strong>na</strong>l do ano,beneficiar 300 alunos <strong>na</strong> capital e demais campus no interior do estado,concedendo-lhes, inicialmente, uma bolsa mensal no valor de meio saláriomínimo (cento e trinta reais – em valores atuais).De acordo com o presidente da UNEX, Denis Gama, o programaobjetiva atender estudantes que cursaram o ensino médio em colégios darede pública e tenham renda familiar de até dois salários mínimos.Segundo Gama, a receptividade do PROTEGE foi avaliada junto aoalu<strong>na</strong>do e à sociedade, quando foi feito um teste e foram conseguidosbenefícios para dez discentes considerados carentes. Para ampliação daabrangência do Programa, estão sendo buscados novos parceiros, entreempresas, organizações não-gover<strong>na</strong>mentais e instituições diversas.119

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