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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Jairo Queiroz Pacheco e Maria Nilza da Silvainiciativas do movimento <strong>negro</strong>. Por outro lado, coloca-se a crença nomito da democracia racial e <strong>na</strong> idéia de que o Brasil teria superado aescravidão e o racismo por meio de um processo de miscige<strong>na</strong>çãoque, por sua vez, nos teria livrado de problemas existentes ape<strong>na</strong>s emoutras paragens, tais como os Estados Unidos ou a África do Sul.Desconhecer a existência de um problema é um eficazmecanismo de evitar o seu enfrentamento. Sutilmente, basta contarcom a inércia, para que se mantenha a situação de brutal desigualdadeaqui descrita.Assim, institucio<strong>na</strong>lizada a idéia da não existência do racismo,que pode comodamente esconder-se por trás do imobilismo e daomissão, basta não fazer <strong>na</strong>da para que se consiga a perpetuação dadesigualdade social com seu explícito componente racial. Conquantoexplícito, por muito tempo este componente racial foi eficazmenteoculto por um racismo que pode dar-se ao luxo de apresentar-se como“cordial”, descrito por Michel Wieviorka como capaz de prescindir deuma militância racista engajada ou de uma ideologia e de uma teorizaçãoque assumam sua defesa.A mobilização do movimento <strong>negro</strong> pelas ações afirmativasprovocou um brutal abalo <strong>na</strong> estabilidade da discrimi<strong>na</strong>ção. Estudosdo IPEA, baseados em dados do IBGE, também a<strong>na</strong>lisados por quasetodos os autores desta obra, permitiram demonstrar que a desigualdadesocial tem um componente racial que a agrava. A partir da discussãosobre a adoção de cotas para <strong>negro</strong>s para ingresso <strong>na</strong>s <strong>universidade</strong>spúblicas, como uma das medidas para enfrentar o componente racialda nossa desigualdade social, vieram à to<strong>na</strong> algumas defesas do statusquo. Não contando mais com a inércia para manter a discrimi<strong>na</strong>ção e oracismo e não sendo possível a defesa explícita do quadro socialcriticado, restava alvejar o remédio proposto.O combate às ações afirmativas se deu em duas frentes. Numaprimeira, representada pela postura de grande parte dos maiores grupos2

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