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o negro na universidade

O Negro na Universidade - Universidade Estadual de Londrina

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Dora Lucia de Lima Bertulioaos indivíduos, de qualquer origem racial. Mais que isso, nosso país,além de ser um pseudo-exemplo de relações raciais harmoniosas,cumpre um papel, <strong>na</strong> comunidade inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, pelo seu portepopulacio<strong>na</strong>l <strong>negro</strong>, que deve ser melhor apreendido por todos. Asociedade brasileira permite a perpetuação da opressão com base emraça, acreditando que isto não desestrutura seus valores humanitários.Relativamente ao interesse do Estado em agir, verifica-se seupropósito de manter o sistema de hierarquia racial de supremacia branca.Embora não restrito a normas especificamente racistas, o sistema jurídico<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l faz, permanentemente, o reforço da ação discrimi<strong>na</strong>tóriacriando valores e mantendo a população negra fora do âmbito daproteção constitucio<strong>na</strong>l dos direitos de cidadania. Enquanto gerenciadorsocial e, portanto, o Estado o principal responsável pela atual situaçãode margi<strong>na</strong>lidade em que se encontram os <strong>negro</strong>s neste país. Não sóporque ele próprio implementa medidas que são segregadoras e racistas,mas também porque autoriza tácita ou expressamente o mesmocomportamento racista de grupos e indivíduos através da impunidade,particularmente. A legitimidade do Estado brasileiro para interferir<strong>na</strong>s relações raciais no intuito de promover a igualdade de oportunidadese, por conseqüência, a igualdade material, está implícita em sua funçãosocial estabelecida constitucio<strong>na</strong>lmente.O discurso dos Direitos Humanos está sedimentado em baseshumanitárias e de proteção do homem branco <strong>na</strong>s sociedadesinter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is; é mister que reflexões remontem aos diversos crimescontra a humanidade, praticados contra os povos africanos e indíge<strong>na</strong>sde todo o mundo e, muito especialmente, com o tráfico negreirotransatlântico e o genocídio contra as populações <strong>na</strong>tivas das Américas,para que esse paradigma dos Direitos Humanos se amplie.Desse conhecimento e desse propósito de desnudar as relaçõesraciais no Brasil e apresentar o racismo em suas vicissitudes degradadorasda <strong>na</strong>tureza huma<strong>na</strong>, quer para os <strong>negro</strong>s, como oprimidos, quer para94

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