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SETOR RELIGIOSIDADE AFRO-BRASILEIRA

Material do Professor - Setor Religiosidade Afro-Brasileira

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1. Quem usaria esta roupa?2. Quais são suas cores? Essas cores tambémrepresentam outro símbolo bem conhecido. Qual?3. Você já viu na rua alguém “vestido de caboclo”?Em que data?4. Por que será que um caboclo – um índio – écultuado em uma religião criada por descendentesde africanos? Qual será a relação existente entreestes dois povos?A roupa feita de plumas coloridas, composta por um saiotee um cocar, lembra-nos um indígena brasileiro. As coresusadas na sua roupa, verde e amarelo, mostram que o índio,chamado de “caboclo”, tornou-se um símbolo nacional.Ele simboliza a luta brasileira pela independência de Portugal.A Independência do Brasil foi proclamada no dia 7 desetembro de 1822, mas, na Bahia, os portugueses continuaramno governo até o dia 2 de julho de 1823, quando astropas brasileiras venceram a última batalha contra elesem Pirajá. O índio era, no século XIX, visto como o verdadeirobrasileiro, por ser aquele que estava aqui antes dosportugueses e africanos chegarem — “o dono da terra”. Ascomemorações da batalha de Pirajá, feitas a partir de 1824,elegeram o caboclo como o herói deste episódio histórico,e em 1826 foi feita uma imagem dele, que desde então desfilatodos os anos no “carro do caboclo” no dia 2 de julho.Mas o “caboclo” é também uma entidade cultuada nas religiõesafro-brasileiras, seja na umbanda, nos chamadoscandomblés de caboclo, na maioria dos candombléscongo-angola e em vários candomblés jêje e nagô. É aeste caboclo, e não ao “caboclo do 2 de Julho”, que pertenceesta roupa. Este culto originou-se provavelmente de umatradição dos povos bantu (dos atuais Angola e Congo),que, ao conquistarem um novo território, acreditavam quesó poderiam exercer o poder legitimamente se tivessema permissão dos ancestrais do povo que antes ocupavaIndumentária do Caboclo Trovezeiro de VisauraSalvador-BahiaTerreiro Auzidá JunssaraDoação: Nêngua de Inquice Maria Bernadete dos Santosaquela terra. Faziam então cerimônias homenageando epedindo licença àqueles que lá estavam enterrados – poisa terra não era vista como uma propriedade, mas como amorada dos ancestrais.Quando foram escravizados e trazidos ao Brasil, os bantu(das etnias Mbundo, Bakongo, Ovimbundo, Lwena, Imbangala,Bawoyo e outras) identificaram os indígenas comoos donos da terra e assim passaram a cultuá-los. É destaforma que surge o caboclo como entidade afro-brasileira.

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