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Trabalhadores

Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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Houve críticas do viés institucional e do foco apenas nas expressões maisformalizadas entre os que participaram no projeto do começo dos anos 90. Naspalavras do equatoriano Roberto Roggiero, uma ênfase exclusiva no movimentosindical obscurece a realidade dos “otros movimientos que lo acompanan [e] queactuan junto a el. . . En alguns casos [desses] tenemos la duda de si nos encontramospropriamente ante um movimiento sindical em termos explicitos” ou não. O dominicanoRoberto Cassá também ofereceu uma crítica. Citando “la debilidad delmovimiento sindical,” enfatizou para seu país a “primacia de otros mecanismos deacción de los setores populares - incluído el proletariado - basicamente través deinstancias pluriclasistas” 31 . Algo fora do foco da iniciativa.O reconhecimento da existência de um campo maior, possivelmente “sindicaly popular,” mudou o rumo do projeto. Na introdução, Nájera e Fernándezfalaram da necessidade de uma ampliação do foco para além das “expresiónes organizadasdel movimiento obrero” 32 . Chegaram a sugerir, por exemplo, que o movimentosindical deve ser colocado dentro da categoria mais ampla dos chamadosmovimentos sociais “para dar cuenta de las manifestaciones de sectores tales comoel movimiento de las mujeres, el de las minorias y en general toda asociación depersonas que se manifestan por el reconocimiento de derechos específicos, que englobatambién a los trabajadores” 33 . Essa mudança, na época, controvertida, era umpasso para assumir uma missão bem mais ampla. Que o nosso projeto deveria serna realidade, a história do trabalho e dos muitos tipos de povos trabalhadores quetêm constituído a maioria nessas sociedades.Daqui para frente, vou fazer observações vinculadas com o guia brasileirode centros de documentação incluídos e o ensaio analítico que juntos compõema contribuição brasileira no livro de 1992. Na realidade, a força inovadora oferecidapelo caso brasileiro em 1992 estava vinculada à experiência específica doBrasil, depois de 1978, quando houve uma multiplicação vertiginosa de formas demobilização, novas normas de organização e práticas de participação por parte demovimentos sociais pluriclassistas e voltadas para uma renovação da esquerda. Ascontribuições brasileiras em 1992 anteciparam a trajetória das pesquisas que iamavolumar-se nos anos 90 no país. Sem desdenhar o movimento sindical militante(o chamado “Novo Sindicalismo”), as contribuições reconheceram as distorçõesgeradas pela nossa dependência em fontes geradas por instituições sindicais, historicamenteestatizadas no caso brasileiro, baseadas em lógicas essencialmente econômicasde comodificacão do ser humano. Ao mesmo tempo, a prática social, políticae intelectual no Brasil reconheceu - antes dos outros - que os verdadeiros desafiosna luta são baseados na necessidade de ir além de uma história apenas sindical,94

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