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Trabalhadores

Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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87O Mundo dos <strong>Trabalhadores</strong> e seus Arquivossidad de Campinas dos dias antes de que el Banco Paraguayo fuera assaltado por lapolicia. Se salvo casualmente de la destrucción gracias a que se envío a Brasil. O sea,que le debemos bastante a la Universidad de Campinas” 10 . Essa história paraguaiamostra elementos de continuidade a partir do começo dos anos 90. O primeirotem a ver com a realidade histórica de uma tradição de solidariedade entre os paísese povos da America Latina, com os grupos, instituições, e países mais bem situados,ajudando os menos desenvolvidos e mais vulneráveis. Podemos dizer que o gestode solidariedade concreta do Arquivo Edgard Leuenroth em Campinas, em relaçãoao Paraguai, é uma amostra do sentimento latino-americanista que, nutrido no interiordo Mercosul, chega hoje em dia a abarcar a ideia de uma integração regionalda América Latina e do Caribe como um todo.Em 1992, aparecia no primeiro parágrafo do informe paraguaio uma observaçãoirônica: “si es que hay alguien que tiene la documentación completa delmovimiento obrero, es el departamento de investigación de la policia de la capital” 11 .Ou como escreveu o deputado de Porto Rico, Víctor García San Inocencio, em2006, “el mejor archivo que ha existido es el de las Carpetas de los Subversivos.. . ese acopio de información fue la documentación y radiografia de un padrónde persecución, vigilancia y represión del independentismo y el sindicalismo” 12 .E hoje? Houve um progresso totalmente inesperado no caso da documentaçãopolicial, especialmente dramática no caso do Brasil, onde ocorreu a desativação deum órgão histórico de repressão - as Delegacias de Ordem Política e Social, criadasa partir dos anos 20 - como parte da democratização do país. Posteriormente, amaioria dos arquivos estaduais do DOPS foi aberta para pesquisa. Isso abriu umuniverso de documentação inacreditavelmente rica, mesmo que distorcida, baseadonos acervos destes organismos altamente burocráticos e implacáveis na perseguiçãoaos lutadores sociais e políticos, os supostos “subversivos” de ontem. É interessantenotar que o livro de Nájera e Fernández, em 1992, não tem qualquer referênciaà possibilidade concreta de exigir a abertura dos arquivos dos órgãos de repressão.Essa possibilidade parecia na época algo totalmente inacreditável! Os avanços democratizantessão impressionantes.Relendo os informes de 1992, encontra-se também um reconhecimentode que os obstáculos - em termos da preservação e recuperação dos arquivosvinculados com a classe trabalhadora - vão além da repressão governamental, dodesprezo das classes dominantes, ou do preconceito político e de classe das camadasletradas. Uma parte da culpa tem que ser assumida pelas organizações e instituiçõesda classe trabalhadora que, em sua maioria, mostraram pouco interesse e compromissocom as tarefas envolvidas com a história. As críticas aparecem em alguns casos

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