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Trabalhadores

Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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Avanços e mudanças entre 1992 e hojeO progresso fica bem evidente quando se compara a situação atual com osresultados da primeira iniciativa hemisférica deste tipo, auspiciado pela FundaçãoPablo Iglesias em 1991-1992 como parte do Quinto Centenário da mal-chamada“descoberta” do Novo Mundo pela Espanha. As reuniões nacionais e intercontinentaisvinculadas a essa iniciativa deram origem a um livro de 588 páginas, queinclui relatos da situação em cada país. O volume proporciona um diagnóstico doestado precário da preservação e do pouco desenvolvimento dos estudos sobretrabalhadores na maioria dos países ibero-americanos (o Caribe não Ibérico ficoufora do alcance do projeto). A pergunta fundamental aqui: Quais são os avanços edesafios em relação aos informes apresentados naquela “Reunión Iberoamericanapara la Recuperación y Conservación de Archivos y Documentación de los Trabajadoresy los Movimientos Sociales” realizada em Buenos Aires em 1992?Antes de começar, vale a pena discutir algumas diferenças no ambientepolítico entre 1992 e hoje. O começo dos anos 90 foi marcado por uma mudançageopolítica transcendental que mudou todas as regras do jogo econômico, políticoe ideológico desde a Revolução Russa. A reunião de Buenos Aires aconteceudurante a época áurea do neoliberalismo globalizado, depois da década perdidados anos 80 na América Latina. Em 1992, a iniciativa espanhola tratando de movimentosoperários podia facilmente parecer uma tentativa ultrapassada, indo contraos ventos da história contemporânea. Naquele contexto, a proposta de unirforças intelectuais, sociais e arquivísticas para ampliar o campo de estudos sobreos movimentos dos trabalhadores parecia uma ação de retaguarda porque, comoapontou Charles Bergquist em 1993, estava acontecendo numa época em que “omovimento operário ao nível mundial se encontra no momento de maior recuodeste século,” em termos do nível de sindicalização na maioria dos países. Ademais,o socialismo marxista que - enfatiza este autor - serviu de inspiração “para a maiorparte do movimento operário mundial e que caracterizou e tinha uma influênciaprofunda na maioria de investigações sobre o trabalho, especialmente no campo dehistória” estava claramente desmoralizado, enquanto a “’nova ordem mundial’ delivre comércio e privatizações” não ofereceu “nenhum espaço, teórico ou prático”aos sindicatos” 2 .No começo dos anos 90, as concepções políticas e intelectuais esquerdistasnascidas durante os anos sessenta e as lutas dos setenta - dos anos tumultuados entreas revoluções em Cuba e Nicarágua - estavam aparentemente esgotados na maioriados países da America Latina (o crescimento do Novo Sindicalismo e o Partido dos<strong>Trabalhadores</strong> no Brasil, mesmo depois de 1989-1991, foi excepcional). As incer-84

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