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Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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que era mais grave: um problema de subdesenvolvimento cultural. A experiênciade onze anos de CeDInCI prova que se pode fazer muito com escassos recursoseconômicos e apenas uma dezena de profissionais capacitados e dispostos. Se asinstituições públicas visualizassem, como fizemos no CeDInCI, o valor históricodeste patrimônio, poderiam, também, gerar a confiança necessária para estabelecero espírito de legado, e enriquecer-se não só mediante compras, mas tambématravés de doações. Como nós, as bibliotecas e arquivos do Estado poderiam estabelecerprojetos de microfilmagem ou digitalização com instituições do exterior,pelos quais estas se encarregariam dos custos em troca de levar uma cópia, o quepermitiria às instituições argentinas preservar os originais, contar com uma cópiadigitalizada e ao mesmo tempo obter os recursos para financiar o trabalho. As alternativaspoderiam ser muitas, mas só uma consciência e uma vontade coletivasque assumam, com espírito benjaminiano, a máxima de que “o patrimônio está emperigo”, poderão gerar novos pactos entre recebedores e doadores, colecionadorese pesquisadores, instituições locais e do exterior, com o objetivo de frear a alienaçãoe a privatização de nosso patrimônio arquivístico e estabelecer as bases de um novociclo na história biblioteconômica e arquivística da Argentina.Notas1Em 1990 a chefe do Departamento de Conservación de la Biblioteca del Congreso de los Estados Unidos,Doris Hamburg, visitou o AGN e elaborou um informe devastador sobre sua situação. Quase vinteanos depois, a situação é a mesma, ou ainda mais grave. O Informe pode ser lido como adjunto aRecomendación 74/06 que o Defensor del Pueblo de la Nación levou ao Ministro do Interior a causado estado crítico da instituição, com data de 31/8/2006.2As próprias instituições do Estado argentino, como a SIGEN (Sindicatura General de la Nación)ou a Defensoría del Pueblo de la Nación, elaboraram reiteradamente informes críticos sobre agrave situação da BN. Um informe oficial da própria direção da instituição emanado no ano 2004reconhecia que “a Biblioteca Nacional descumpre com suas funções básicas, isto é, adquirir, conservar,preservar, restaurar e difundir o patrimônio editorial dos argentinos”. Apesar dos empenhos realizadosentre os anos 2004 e 2006, a BN voltou a funcionar como um centro cultural. Durante janeiro doano 2007 foi suscitado um forte debate público acerca da missão da Biblioteca Nacional a partir deuma carta que dirigi ao Secretário de Cultura da Nação apresentando minha renuncia ao cargo desubdiretor, debate que ainda se encontra acessível em diversas páginas na Internet.3Sobre a ausência de políticas públicas em matéria arquivística entendidas como uma “política damemória” veja-se as reflexões de Roberto Pittaluga, “Notas a la relación entre archivo e historia”, emPolíticas de la Memoria n° 6/7, p. 199 e seguintes.4Gilda Cubillo Moreno, “El coleccionismo y la compra-venta de bienes culturales en México”, enMemoria n° 128, México D.F., octubre de 1999.5Thomas Richards, The Imperial Archive: Knowledge and Fantasy of Empire, London, Verso, 1993, cit. enJosefina Ludmer, El cuerpo del delito. Un manual, Buenos Aires, Perfil, 1999, pp. 216-223.6Ana Laura Pérez, “El mercado de los originales”, en Cultura y Nación. Clarín, 20/7/2002, p. 3.7No ano 1968 o historiador Nicolás Iñigo Carrera levou a cabo um inventário das publicações periódicasentão disponíveis, entre outros depósitos, na Biblioteca Nacional. Ainda que a presença da80

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