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Trabalhadores

Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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69O Mundo dos <strong>Trabalhadores</strong> e seus Arquivosas vicissitudes de seus movimentos sociais e políticos, viveram com eles momentostanto de legalidade como de perseguição, tanto de expansão como de declínio. Essascaracterísticas as impedia de alcançar a suficiente autonomia e a necessária profissionalização.Foi assim com a Biblioteca Obrera, fundada em 1897 por iniciativa deum grupo de dirigentes socialistas. Ela foi destruída em 1953 quando no contextode graves enfrentamentos entre o Partido Socialista e o governo peronista, gruposafins a este último incendiaram a Casa del Pueblo. Outro caso foi a primeira biblioteca,hemeroteca e arquivo do Partido Comunista Argentino, embarcada rumo aMoscou em 1930, poucos dias depois do golpe militar de setembro. Mas nem todasas perdas se deveram à repressão, mas sim a crise e a perda de espaço social, políticoe cultural do movimento operário e das esquerdas, que também tiveram a suaresponsabilidade. Com a crise da esquerda, muitos locais anarquistas, socialistas ecomunistas fecharam suas portas, e às vezes suas bibliotecas e arquivos se perderamou foram dispersos. Em 1963, a Biblioteca Obrera voltou a erigir-se com o que sesalvou do incêndio da Casa del Pueblo, e sobre a base de doações particulares, comoBiblioteca Obrera “Juan B. Justo”. Declara um patrimônio de 90.000 volumes (http://www.adondevamos.com/bibliotecas/Biblioteca-Obrera-Juan-B-Justo/16/?js=0),mas se encontra em um estado penoso de abandono, não contando sequer comum catálogo de seu patrimônio. A outra grande biblioteca socialista, a pertencenteà Sociedad Luz, fundada em 1899 pelo médico socialista Ángel Giménez, foi parcialmentedesmembrada e permanece nos dias de hoje relegada ao esquecimento.O mesmo acontece com a Biblioteca e o Arquivo que pertenciam ao dirigentesocialista Alfredo Palacios, que preserva ao redor de 20 mil volumes(www.fundacionalfredolpalacios.org).A memória anarquista preservada na Argentina se concentra sobretudoem duas bibliotecas dessa orientação: a Biblioteca Popular “José Ingenieros”(http://www.nodo50.org/bpji) e a Biblioteca y Archivo de Estudios Libertarios (BAEL)pertencente à Federación Libertaria Argentina (www.libertario.org.ar/bael). Enquanto aspeças que compunham a biblioteca e o arquivo da antiga FORA (Federación Obrerade la Región Argentina) em grande medida foram abandonadas, dispersadas e perdidas,as jovens gerações que assumiram as duas primeiras bibliotecas anarquistascitadas levaram a cabo um voluntarioso trabalho de recuperação patrimonial eorganização da documentação. Mas como em outras bibliotecas deste tipo, onde àescassez de recursos econômicos soma-se a própria concepção libertária contráriaà profissionalização do trabalho, se reduzem as possibilidades de oferecer horáriosacessíveis para a consulta de leitores e pesquisadores.A crise do mundo comunista também levou ao fechamento de dezenas de

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