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Trabalhadores

Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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ao tratar-se de institutos de menor escala, que será absorvido e passará ao poder dafacção que o controla. Ou seja: as grandes instituições não oferecem garantias depreservação; as pequenas, de acesso público.O patrimônio cultural e o colecionismoNo mercado dos livros, revistas e documentos argentinos, dado que asbibliotecas e arquivos públicos estão ausentes, a principal demanda provém doscolecionadores privados, das universidades e centros do exterior do país.Paremos um momento para contemplar as coleções privadas. Diferentementedos políticos ou intelectuais da elite, que formam grandes bibliotecas porqueos livros são imprescindíveis para o exercício de sua profissão, os colecionadoresestão animados por uma paixão bibliófila, sendo, raras vezes, leitores sistemáticosou estudiosos das coleções que entesouram. Enquanto que para os pesquisadoresa grande biblioteca é, em definitiva, uma espécie de oficina que esconde suas ferramentasde trabalho, para os colecionadores seus exemplares fragilmente organizadose classificados podem adquirir, no máximo, um caráter lúdico, decorativoou de prestígio social. Se o acesso do pesquisador às grandes bibliotecas e arquivosfamiliares não costuma ser fácil, muito mais restrito e condicionado costuma serainda no caso do colecionador, que guarda zelosamente seu tesouro debaixo desete chaves.Os defensores do livre mercado de bens culturais presumem que a formaçãode coleções privadas tem sido um fator de enriquecimento do patrimônionacional. Argumentam em seu favor que muitos colecionadores privados, atuandocomo “pesquisadores”, às vezes sobre a base de sua intuição e experiência, recuperarame organizaram um patrimônio até então disperso, que finalmente terminaramcedendo a instituições públicas. Mas como se assinalou a propósito do casodo patrimônio do México (sobretudo, mas não exclusivamente ao arqueológico),“muitos formaram e formam suas coleções com juízos subjetivos, com peças compradassegundo suas predileções estéticas, ou por sua raridade e exotismo. Tambémsão conhecidos casos cujo objetivo central foi o de ganhar prestígio social; algunsmais por seu afã quase doentio de entesourar, mas, sobretudo pela esperança deencontrar no futuro melhores propostas, ou seja, para especular”. Para esta autora aformação de coleções teve valor no século XIX e em princípios do XX, mas nosalvores do século XXI sua existência não se justifica 4 .Na Argentina das últimas décadas, se uma carta de José de San Martín, umdocumento de punho e letra de Juan D. Perón, ou um manuscrito de Jorge LuisBorges chegar às mãos de um livreiro, dificilmente ele pensará em oferecê-lo a64

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