O Mundo dos <strong>Trabalhadores</strong> e seus Arquivoscaminho em meio às agruras do novo cenário. Contudo, grande parte dela, corretamenteou não, foi canalizada para outras trincheiras e formas de luta. Como osanos de ouro de 1980 acabaram deixando portas abertas pelas quais caminhou oenfraquecimento do sindicalismo na década seguinte, não se pode descartar a possibilidade,no sentido inverso, de que algumas das iniciativas intentadas nos anos de1990, não possam lançar bases diferentes para novas práticas e formas organizativas,as quais poderão pavimentar futuramente a trajetória de luta dos trabalhadoresbrasileiros. Em ambos, os usos da memória demonstram sua extrema importância.Ela serviu e serve tanto em momentos de “alta”, como em momentos de “baixa”.Funcionando, de todo modo, como um ponto de referência importante nos caminhostrilhados pelos trabalhadores.Notas1Não temos condições aqui de dar atenção específica ao sindicalismo rural e ao movimento dos trabalhadoresno campo. Entre outras, remeto o leitor a MEDEIROS, Leonilde. História dos movimentossociais no campo. Rio de Janeiro: Fase, 1989 e NOVAES, R. Continuidades e rupturas no sindicalismorural. In: BOITO JR, A. (org.) - O sindicalismo brasileiro nos anos 80. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991,pp. 145-168. Ali se encontrará uma boa introdução, informações e mais referências a respeito.2Neste sentido, ele andará no contrafluxo de seus pares nos países do capitalismo central, que experimentavamuma dura crise. Ver RAMALHO, José R. Trabalho e sindicato: posições em debate nasociologia hoje. Dados, Rio de Janeiro: IUPERJ, Vol.43, N.4, pp.215-240, 2000 e RODRIGUES,Iram J. O sindicalismo brasileiro: da confrontação à cooperação conflitiva. São Paulo em Perspectiva,São Paulo: Fundação SEADE. V. 9, N. 3, pp. 57-75, 1995.3MENEZES, Clarice e SARTI, Ingrid. Conclat 1981: a melhor expressão do movimento sindical brasileiro.Campinas: Cartgraf, Coleção Ildes 3, 1981.4SANTANA, Marco A. Homens Partidos: comunistas e sindicatos no Brasil. São Paulo/Rio de Janeiro:Boitempo/Unirio, 2001.5RODRIGUES, L. Martins. CUT: os militantes e a ideologia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990 e AN-TUNES, Ricardo. O novo sindicalismo. São Paulo: Brasil Urgente, 1991.6RODRIGUES, Iram J. O sindicalismo brasileiro: da confrontação à cooperação conflitiva. São Pauloem Perspectiva, São Paulo: Fundação SEADE. V. 9, N. 3, pp. 57-75, 1995.7RODRIGUES, Iram J. Sindicalismo e política: a trajetória da CUT. São Paulo, Scritta/Fapesp, 1997 trazuma detalhada análise da trajetória da CUT. Ver também, entre outros, GIANNOTTI, Vito. e NETO,Sebastião. L. CUT - ontem e hoje. Petrópolis, Vozes, 1991 e OLIVEIRA, Marco A. de. Notas sobre acrise do novo sindicalismo brasileiro. São Paulo em Perspectiva, São Paulo: Fundação SEADE,Vol. 12,Nº 1, 1998.8Ver VIANNA, L. Werneck. A classe operária e a abertura. São Paulo: Cerifa, 1983; VIANNA, L. Werneck.Travessia – da abertura à constituinte 86. Rio de janeiro: Taurus, 1986 e ALMEIDA, Maria H..T.de. Difícil caminho: sindicatos e política na construção da democracia. In: O’DONNELL, Guillermo,REIS, Fábio Wanderley. (Orgs.). A democracia no Brasil: dilemas e perspectivas. São Paulo: Vértice, 1988.9RODRIGUES, Leoncio. Martins e CARDOSO, Adalberto. Força Sindical: uma análise sócio-política.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.10 A esta altura já se podia contabilizar, pelo menos, quatro centrais sindicais: a CUT, as duas CGTs ea Força Sindical. Ainda nos anos 90, será criada a Social Democracia Sindical (SDS).11Nele temos estampado: os dias parados seriam considerados como faltas, proibindo que as mesmasfossem abonadas, compensadas ou mesmo computadas para fins de tempo de serviço; exigia-se daschefias imediatas, sob pena de exoneração ou dispensa, a lista com o nome dos faltosos; e, em caso57
de os grevistas ocuparem funções gratificadas ou cargos comissionados, se tornariam passíveis dedemissão.12Para que se tenha uma idéia, segundo dados do Anuário dos <strong>Trabalhadores</strong> DIEESE/2000-2001,em 2000 o desemprego chegou a algo em torno dos 18% na Grande São Paulo (aproximadamentedois milhões de trabalhadores).13BOITO JR, Armando. Política Neoliberal e Sindicalismo no Brasil. São Paulo: Xamã, 1999 e CAR-DOSO, Adalberto. Sindicatos, trabalhadores e a coqueluche neoliberal. A era Vargas acabou? Rio de Janeiro:Ed. Fundação Getulio Vargas, 1999.14Segundo dados publicados no jornal O Globo, edição de 27/05/2002, a participação de trabalhadorescom carteira assinada no mercado de trabalho brasileiro retrocedeu de 53,7% em 1991 para43,6% em 2000. Obtendo, em 2002, o primeiro crescimento depois de uma década de quedas, indopara 45%.15Um exemplo disso está na experiência dos metalúrgicos do Rio de Janeiro. Carlos Manoel, expresidentedo sindicato, lembrando a primeira metade dos anos 90, assinala que diante do processo demudanças econômicas, “que era um processo extremamente excludente (...) o desemprego começoua preocupar a todos. Então a pauta de reivindicação do sindicato também tinha que mudar. (...) Em1994, 95 e 96 no primeiro ponto de pauta o desemprego. (...) Os outros aspectos eram para segundoplano de pauta”, cf. RAMALHO, José R. e SANTANA, Marco A. Tradição sindical e as mudançaseconômicas dos anos de 1990: o caso dos metalúrgicos do Rio de Janeiro. In: RAMALHO, J.R. eSANTANA, M.A. (Orgs.).Trabalho e tradição sindical o Rio de Janeiro: a trajetória dos metalúrgicos. Rio deJaneiro, D,P&A, 2001, p. 20.16Neste sentido, pensamos, entre outras, na ideia das Câmaras setoriais e/ou regionais. Mesmo sabendoser um tema polêmico no interior do movimento sindical, não podemos deixar de indicá-locomo exemplo de busca de alternativas. Para uma análise do tema, ver, entre outros, CASTRO, NadyaAraujo. Reestruturação produtiva, novas institucionalidades e negociação da flexibilidade. São Pauloem Perspectiva, Vol.11, N.1, São Paulo: Fundação SEADE, 1997 e LEITE, Márcia. Trabalho e sociedadeem transformação. Sociologias, N. 4, Porto Alegre: PPGS/UFRGS, 2000.17A esse respeito ver SOUZA, Donaldo; SANTANA, Marco A. e DELUIZ, Neise. Trabalho e educação:centrais sindicais e re-estruturação produtiva no Brasil. Rio de Janeiro: Quartet, 1999. Os recursos paracusteio de tais projetos são oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o que gerou umintenso debate no interior do movimento.18Para uma análise das relações entre memória e identidade, ver HALBWACHS, Maurice. A memóriacoletiva. São Paulo: Vértice, 1990 e POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos históricos,n. 10. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1992.19LOVISOLO, Hugo. A memória na formação dos homens. Estudos Históricos, vol.2 N.3. Rio deJaneiro: Editora da FGV, 1989.20Deve-se assinalar, contudo, que houve louváveis tentativas de ações conjuntas, ainda que setoriais,como: o movimento comum levado a cabo pela CUT e pela FS em fins de 1999 na luta pelas 36 horasde trabalho e pelo contrato nacional de trabalho das montadoras. Em conjunto elas organizaram ochamado “Festival de greves” que paralisou uma série de plantas através do país. Para uma análise maisdetalhada das aproximações e tensões entre as centrais, ver MARTINS, H. de Souza e RODRIGUES,Iram J. O sindicalismo brasileiro na segunda metade dos anos 90. Tempo Social, Vol. 11, N.2, São Paulo:USP, 2000 e SANTANA, Marco A.. As centrais sindicais brasileiras e a re-estruturação produtiva:análises e propostas. Sociologias, N.4, Porto Alegre: PPGS/UFRGS, 2000.58
- Page 4 and 5:
Antonio José Marques - Inez Terezi
- Page 6:
Presidente da RepúblicaLuiz Ináci
- Page 9 and 10: CAPÍTULO 6Os arquivos do movimento
- Page 12 and 13: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 14 and 15: 13O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 16 and 17: 15O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 18 and 19: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 20 and 21: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 22 and 23: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 24 and 25: 23O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 26: PARTE IMUNDO DOS TRABALHADORES:A CI
- Page 29 and 30: esistências a esses processos de t
- Page 31 and 32: o “mundo do trabalho” sempre te
- Page 33 and 34: Do que nos interessa ressaltar aqui
- Page 35 and 36: Trata-se de um período sobre o qua
- Page 37 and 38: outra chave: a dos resultados perve
- Page 39 and 40: cializados, que operam máquinas so
- Page 41 and 42: que resultou em termos de reconheci
- Page 44 and 45: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 46 and 47: 45O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 48 and 49: 47O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 50 and 51: 49O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 52 and 53: 51O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 54 and 55: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 56 and 57: 55O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 60: PARTE IIARQUIVO, MEMÓRIA E CIDADAN
- Page 63 and 64: Atraso econômico e subdesenvolvime
- Page 65 and 66: ao tratar-se de institutos de menor
- Page 67 and 68: de suas fontes, devendo peregrinar
- Page 69 and 70: lheres, o antifascista das décadas
- Page 71 and 72: locais que preservavam livros, folh
- Page 73 and 74: levantamento em se tratando de conj
- Page 75 and 76: Estado. Paralelamente, no âmbito d
- Page 77 and 78: Construir um arquivo que reunisse,
- Page 79 and 80: Nicolás Repetto, Juan Antonio Sola
- Page 81 and 82: que era mais grave: um problema de
- Page 84 and 85: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 86 and 87: 85O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 88 and 89: 87O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 90 and 91: 89O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 92 and 93: 91O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 94 and 95: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 96 and 97: 95O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 98 and 99: 97O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 100 and 101: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 102: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 106 and 107: O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 108 and 109:
107O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 111 and 112:
Durante o Simpósio “Políticas P
- Page 113 and 114:
Notas1Surgem, progressivamente, lei
- Page 116 and 117:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 118 and 119:
117O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 120 and 121:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 122 and 123:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 124 and 125:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 126 and 127:
125O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 128 and 129:
127O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 130:
PARTE IVAS CENTRAIS SINDICAIS:ORGAN
- Page 133 and 134:
e no acesso às informações, na m
- Page 135 and 136:
percebemos, os documentos eram reun
- Page 137 and 138:
devem ter tido contatos com o CPV,
- Page 139 and 140:
seja a iniciativa ou disposição d
- Page 141 and 142:
elaboradas as minutas do convênio
- Page 143 and 144:
cio do século XX que teve sua orga
- Page 145 and 146:
ANEXODescrição do Fundo Comissão
- Page 147 and 148:
ÁREA DE FONTES RELACIONADASUnidade
- Page 149 and 150:
documentos para o Sindicato dos Ban
- Page 151 and 152:
Descrição do Fundo Comissão Orga
- Page 153 and 154:
ÁREA DE CONTEXTUALIZAÇÃOProdutor
- Page 155 and 156:
História administrativa: No iníci
- Page 157 and 158:
Dimensão e suporte: Textuais: 1,5
- Page 159 and 160:
ÁREA DE FONTES RELACIONADASUnidade
- Page 161 and 162:
afete a integridade física dos doc
- Page 163 and 164:
a natureza interventiva que a carac
- Page 165 and 166:
Em termos gerais, o estudo diagnós
- Page 167 and 168:
dades e uma coleção audiovisual q
- Page 169 and 170:
documentação de natureza históri
- Page 171 and 172:
mória do percurso histórico desta
- Page 173 and 174:
A recuperação e preservação da
- Page 175 and 176:
Fundos e coleções dos Arquivos Hi
- Page 177 and 178:
O objetivo é a definição e execu
- Page 179 and 180:
obras sociais estabelecidas na empr
- Page 181 and 182:
da repressão patronal em suas dife
- Page 183 and 184:
9. Fundos Especiais e ColeçõesNes
- Page 185 and 186:
Departamento de Análise e Tratamen
- Page 187 and 188:
Fundação: 25/06/1991Normas: Norma
- Page 189 and 190:
Xúquer: Set i Mig, 1998.Estrutura
- Page 192 and 193:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 194 and 195:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 196 and 197:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 198 and 199:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 200 and 201:
199O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 202 and 203:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 204 and 205:
203O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 206 and 207:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 208 and 209:
207O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 210 and 211:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 212 and 213:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 214 and 215:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 216 and 217:
215O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 218 and 219:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 220 and 221:
219O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 222 and 223:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 224 and 225:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 226 and 227:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 228 and 229:
227O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 230 and 231:
229O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 232 and 233:
231O Mundo dos Trabalhadores e seus
- Page 234 and 235:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 236 and 237:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 238 and 239:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 240:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 243 and 244:
ciação e de participação polít
- Page 245 and 246:
No conjunto das atas, recupera-se p
- Page 247 and 248:
1Cf. http://www.ufrrj.br/cpda/als/N
- Page 249 and 250:
Benito SchmidtPorto Alegre - Brasil
- Page 251 and 252:
Reveladas, do Arquivo Nacional e co
- Page 253 and 254:
Marco Aurélio SantanaRio de Janeir
- Page 255 and 256:
Coordenação: Célia Reis Camargo,
- Page 258 and 259:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 260 and 261:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 262:
O Mundo dos Trabalhadores e seus Ar
- Page 265:
Formato: 160x230Tipologia: BemboPap