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Trabalhadores

Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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Diante da efetivação da ruptura, convocada pela ANAMPOS, a UnidadeSindical resolveu organizar outro congresso para os dias 4, 5 e 6 de novembrode 1983. Seguindo a proposta do PCB, este encontro que, realizado em PraiaGrande (SP), reuniu 4.234 delegados e 1.243 entidades, opta por não criar umacentral sindical, o que, a seu ver, ratificaria a divisão orgânica do movimento sindicalbrasileiro. Criou-se, então, a Coordenação Nacional da Classe Trabalhadora(CONCLAT).Foi apenas em março de 1986, já diante do enorme crescimento conseguidopelo sindicalismo ligado a CUT, e com a certeza de que qualquer possibilidadeunitária já havia sido soterrada há tempos, que a CONCLAT, em seucongresso, resolveu tornar-se efetivamente uma central sindical. Cria-se a CentralGeral dos <strong>Trabalhadores</strong> (CGT), que tendo em vista a tensão entre suas forçascomponentes, dará origem ainda a Confederação Geral dos <strong>Trabalhadores</strong>(CGT), em 1988, e, posteriormente, a Força Sindical, em 1991.No centro dessas cisões na CGT, se encontra a forte disputa interna entreos grupos que a compunham. A tensão se dava entre os setores mais tradicionaisdo sindicalismo, aliados aos partidos de esquerda atuantes na central, e um novobloco que foi se formando chamado de “sindicalismo de resultados”. Este último,defensor da economia de mercado, anticomunista e pragmático, divergia tanto dosindicalismo de contestação da CUT, como de seus parceiros de esquerda dentroda CGT. Ele tinha como principais lideranças Luís Antônio de Medeiros (metalúrgicosde São Paulo) e Antônio Rogério Magri (eletricitários de São Paulo).Deste setor, sairá à verdadeira alternativa no sentido de tentar barrar o sensívelavanço da CUT.Por seu turno, a CUT, apesar das duras disputas entre os seus diferentesgrupos internos, conseguiu manter sua coesão, inclusive incorporando ao longodo tempo aqueles setores da esquerda tradicional que iam divergindo e saindoda CGT. Contudo, deve-se assinalar que a central passou por um processo deinstitucionalização, principalmente a partir do seu terceiro congresso nacional,ocorrido em Belo Horizonte em 1988 (III CONCUT), que modificou suas característicasoriginais. Ainda que mantendo seu discurso crítico contra a estruturasindical corporativa, o que ocorreu ao longo de tempo foi que a CUT caminhoupara uma posição cada vez maior de adequação àquela estrutura. Em termos desua orientação na defesa dos trabalhadores, o que se viu foi a migração de umapolítica de maior confrontação, que lhe caracterizara desde a sua fundação, parauma outra de cooperação conflitiva 6 , assumindo o que passou a se chamar desindicalismo “propositivo” 7 .46

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