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Trabalhadores

Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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o “mundo do trabalho” sempre teve acesso limitado. Dessas demandas resultaraminclusive produtos sob a forma de livros, que acabaram tendo uma grande circulação3 .b) em 1983, a Contag (Confederação Nacional dos <strong>Trabalhadores</strong> na Agricultura)demandou ao Cedec (Centro de Documentação de Cultura Contemporânea) umapesquisa em seus arquivos sobre a luta pela terra no período 1969-1979, de formaa resgatar não só os conflitos existentes ao longo dessa década e sua distribuiçãonacional, como também padrões de ação sindical em relação a eles. Tratava-se, paraa instituição sindical, da necessidade de organizar sua memória para se fortalecer naluta política, tanto visando se afirmar como protagonista no então incipiente processode redemocratização do qual era ativa participante, mas também procurandodemarcar sua posição frente ao tema da questão fundiária, num momento em queoutros movimentos emergiam e buscavam se colocar como porta-vozes da lutapor reforma agrária. Recuperar a memória de suas próprias ações era uma formade se legitimar em relação às novas formas de luta que ganhavam força, como erao caso das ocupações de terra no sul do país que dariam origem, logo depois, àcriação do MST (Movimento dos <strong>Trabalhadores</strong> Rurais sem Terra), ou frente aoprocesso de constituição de oposições sindicais, alimentadas pela Igreja, e que seposicionavam de forma bastante crítica em relação às linhas de ação do sindicalismocontaguiano 4 .c) mais recentemente, a Via Campesina do Brasil convidou um grupo de reconhecidosacadêmicos a elaborar um trabalho pioneiro, uma “história social do campesinato”,com o objetivo de sistematizar e resgatar, para um público mais amplo, umconjunto de experiências disseminadas por diversas regiões do país. A obra, previstapara ter dez volumes, já teve os dois primeiros lançados em 2008 (Motta e Zarth,2008; Neves e Silva, 2008).Ao lado dessas iniciativas, relacionadas às postulações dos movimentos sociais,há um outro caminho de resgate da memória que parte da iniciativa acadêmica,mas que acaba se encontrando com as demandas dos trabalhadores. É o casoda constituição de diversos acervos documentais locais ou de iniciativas visandoresgatar a memória dos participantes de determinadas lutas e eventos. Dentre estes,destacamos:a) a série de seminários “Memória Camponesa”, já realizados em diversos estadosdo país, sob a coordenação do professor Moacir Palmeira (PPGAS/MN/UFRJ),visando recuperar a visão das lideranças sobre o que foram as lutas de resistênciados anos 1960 e 70. Essas experiências estão gerando a produção de DVDs, que têmalto valor político e histórico, como instrumento de registro de uma memória quecorre o risco de se perder.30

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