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Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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liares, escondidos no exterior e até mesmo enterrados nos quintais, agora estavamdisponíveis para doação, em alguns casos, para venda – vivíamos então um fecundoperíodo de disponibilidade de acervos e de uma generosa compreensão de algumasgrandes universidades públicas e privadas quanto à necessidade da preservaçãodocumental.A realidade do AEL era aquela em que se dizia: “um acervo chama o outro”;a própria institucionalização publicizava a possibilidade de guarda e preservação.Em um dos momentos de sua entrevista a Lígia Belem, o professor PauloSérgio relata que houve mudança na ideia original, primeiro porque se apresentavaimpossível igualar o acervo inicial do Leuenroth ao que já constituíra o CPDOC eos próprios interesses de Pinheiro e Hall, ligados a classe operária. Mesmo assim,seguiram-se arquivos de grande importância e muito consultados, tais como osarquivos pessoais de Octavio Brandão, Evaristo de Moraes, Heitor Ferreira Lima,Maurício de Lacerda, enfim, “uma vocação à Primeira República”. O professorafirma e comenta que houve “uma abertura em termos de temas como repressão,operários contemporâneos e considerou ainda um fator natural, que a simples existênciade uma instituição no gênero estimula a doação e aproximação de arquivosassemelhados” 13 .O professor Hall, também em entrevista 14 a mesma pesquisadora, teceusua avaliação sobre a expansão do acervo do AEL, considerando de certa formaseu crescimento como ocorrido “por acaso” talvez na intenção de acompanhar aexpansão da pós-graduação do IFCH. Avaliou que “a existência de outros arquivosna UNICAMP fez com que o AEL não voltasse suas buscas para temas como literaturaou história local” 15 . Podemos entender então que condicionantes acadêmicoadministrativosda UNICAMP contribuíram também para desenhar o perfil do acervodo AEL.A trajetória pessoal do professor Marco Aurélio Garcia certamente imprimiriaum determinismo à ampliação das temáticas do AEL. Seu período à frente dainstituição respondeu pela expansão temática que ela alcançou ao longo dos anosde 1980 – a documentação latino-americana, especialmente da Argentina e doParaguai, a documentação dos movimentos da esquerda brasileira, do movimentohomossexual, do movimento estudantil, do IBOPE, do Brasil Nunca Mais, do TeatroOficina e outros. “O céu é o limite” era a frase lapidar do professor, da qual noslembramos continuadamente.É preciso observar que, para os familiares detentores de acervos arquivísticose bibliográficos, a expectativa deles virem a ser recebidos por uma grande universidadee passarem a ter uso público, viabilizava um sonho que simbolicamente218

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