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Trabalhadores

Livro O Mundo dos Trabalhadores e seus arquivos - Arquivo Nacional

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Desempenhou papel de destaque na militância operária do início do século, emespecial na greve geral de 1917, em São Paulo, no mesmo ano em que fundou umdos mais significativos jornais do período, A Plebe.Os primeiros congressos operários, a fundação das primeiras organizaçõesoperárias, as greves, a literatura, o teatro, a vida cotidiana, a imprensa e a organizaçãopolítica, nada escapou da preservação em função da diversidade e extensão de seuarquivo pessoal. Leuenroth relacionava-se com libertários de outros países – acompanhavao movimento na América Latina e na Europa, correspondia-se com a imprensaoperária estrangeira e assim ilustrava com veracidade a imprensa anarquistalocal. Sua militância e sua inserção no movimento certamente forneceram-lhe asferramentas necessárias para construir seu interesse pelos registros, não somente daação política propriamente dita, mas também da sociedade, da cultura e da educaçãoda vida cotidiana, enfim dos trabalhadores daquele inicial século XX.Sobre Edgard Leuenroth, relatou-nos Jaime Cubero, em visita ao AEL,que desde bem jovem admirava imensamente o experiente militante. E ele, Cubero,perseguia-o encantado por seu ativismo político, quando durante um eventogrevista observou que Leuenroth recolhia papéis do chão e guardava-os consigo.Cubero indagou-o sobre sua atitude e ouviu do mestre, como resposta, umapergunta sobre quem contaria a “nossa” história se aqueles panfletos não fossemrecolhidos.Memória da fundaçãoDurante as festividades comemorativas 4 do aniversário de 30 anos do AEL,em 2004, os professores Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro e Marco AurélioGarcia, o primeiro, articulador da aquisição do acervo e fundador do AEL juntocom Michael Hall e o segundo, responsável por sua institucionalização em 1986 epela expansão de seu acervo original, lembraram a influência do AEL “para umavisão mais complexa do anarco-sindicalismo e do aparato repressivo da PrimeiraRepública” bem como a fundamental intervenção do professor Zeferino Vaz, àépoca reitor da UNICAMP, na aquisição e na recepção da documentação. A propostaoriginal teria sido do professor Fausto Castilho – segundo Paulo Sérgio em entrevista5 a Lígia Belem em 1999 – que tinha um sonho “concorrente” ao Centrode Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), daFundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, criado em 1973.Quando em 1971 ingressou no IFCH, o professor Paulo Sérgio obteve aconfirmação do professor Michael Hall – docente do IFCH desde essa época – da“real existência do acervo documental”. Receberam do diretor Fausto Castilho a214

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