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reportagem sobre o novo Distrito Federal

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<strong>•</strong>g>?> AN4, 9\\QX^ <strong>•</strong>/sobre o novoreportagemDistrito Federal; <strong>•</strong>Jexa daj'fra. JÁôni&i PradoMandei jwVfoldurada.^^flHHKtcirías daarquitetura cOscar Niemeyèr.^??^WI<strong>•</strong>^i*<strong>•</strong><strong>•</strong>f , ü ^ ^ —


5* ArH.Í^C LL.4 "'IMPRESSA E EDITADA PORN. 419 <strong>•</strong> RIO DE JANEIRO, 30 DE ABRIL DE 1960 <strong>•</strong> ANO 8BLOCH EDITARES S. A.SumárioConversa com o leitorNOVA ERA: BRASÍLIA 6MAGALHÃES PINTO: PACIÊNCIA SALVOU AUDN 28POSTO DE ESCUTA 30RUBEM BRAGA 33JACINTO DE THORMES EM BRASÍLIA 34O BRASIL EM MANCHETE 36HENRIQUE PONCETTI 41BRASIL, CAPITAL BRASÍLIA 42MARTA GARCIA JA Ê HISTÓRIA 52PAULO MENDES CAMPOS 53JUSCELINO, CIDADÃO BENEMÉRITO DO RIO 54FERNANDO SABINO 56NOTICIAS QUE VALEM MANCHETE 59Dl CAVALCANTI E O CANDANGO 60O ROMANCE POLÍTICO DE BRASÍLIA 62O SUPREMO ATRAI TURISTAS 70NOITES DE LUAR NO PLANALTO 72NIEMEYER: POEMA EM CONCRETO-ARMADO 80O POVO NAS RUAS 82HELENA SANGIRARDI 85CARNAVAL DO ADEUS 86O MUNDO EM MANCHETE 90CLAUDIUS 92NOSSA CAPA: Sra. Mónica Prado Mendes(Foto de Gervásio Batista)OITO anos atrás, a 26 deabril, surgia o primeironúmero d e MANCHETE,com a promessa de tornar--se uma revista do Brasilpara o inundo. Os irmãos'Bloch foram os seus idealizadorese Henrique Pongettio seu primeiro diretor.Naqueles dias de 1952,tinha apenas 40 páginasmas já contava a atualidadeem vibrantes reportagens.De então para cá, oritmo dinâmico que temimpulsionado a imprensabrasileira exigiu paraMANCHETE a construçãode um moderno parquegráfico, que, hoje, se estendepor mais de 50 milmetros quadrados, em Paradade Lucas. Nossos objetivos,porém, ainda sãomais amplos. Dentro detrês meses começaremos aimprimir 32 páginas emcores nas novas rotativaseletrônicas que estãoOITO ANOS ATRÁSEram apenas 40 páginas. . .|II4«»«r|«it4(«air ]«*<strong>•</strong> Miamsendo montadas. Ao mesmo tempo, passaremos a dispor de uma fábrica própriade tintas de impressão — a "Blocolor" —, o que nos possibilitará tiragens de 500mil exemplares diários. MANCHETE poderá, assim, atingir os mais distantes pontosdo País e do estrangeiro. A promessa do primeiro editorial está, portanto,sendo cumprida: uma revista do Brasil para o mundo. Esta semana, ao festejarmoso oitavo aniversário, homenageamos uma das maiores conquistas da nossa história:a transferência da Capital para Brasília. É uma reportagem que retrata a ousadarealização nacional às vésperas da sua inauguração — no momento exato em queela passará a figurar perante o mundo como Capital dos Estados Unidos doBrasil. Em nossa próxima edição, uma equipe de dez fotógrafos e cinco repórterescontará tudo sobre as cerimônias da inaugração. E, numa edição extra, ade Brasília — autêntica vitória do otimismo —, será apresentada desde a primeiramissa rezada no planalto até a recepção presidencial no Palácio da Alvorada.J. M.PRESIDENTE : ADOLPHO BLOCH <strong>•</strong> DIRETOR :OSCAR BLOCH SIGELMANN * DIRETOR RES­PONSÁVEL: NELSON ALVES * DIRETOR: JUS-TINO MARTINS * ASSISTENTES : LEONARDOBLOCH E PEDRO JACK KAPELIER * CHEFE DEREDAÇÃO | DANIEL CAETANO * CHEFE DE RE­PORTAGEM . ARNALDO NISKIER * REDAÇÃO :RAIMUNDO MAGALHÃES JÚNIOR, MURILOMELO FILHO, GASPARINO DAMATA, NEYBIANCHI, RONALDO BÔSCOLI, ZEVI GHIVELDER,SILVA NETO E FAtTSTO WOLFF * REVISÃO:JORGE GAZINEO, EUCLÉCIO FACÃDIO ESYLVIO CRUZ OLIVEIRA * COLABORADORES :HENRIQUE PONGETTI, FERNANDO SABINO,PAULO MENDES CAMPOS, RUBEM BRAGA,JACINTO DE THORMES, LEON ELIACHAR,HELENA SANGIRARDI, ALBERTO SHATOWSKY,VERAMOR E CLAUDIUS * FOTÓGRAFOS i CHEFE:NICOLAU DREI. REPÓRTERES: GERVÁSIO BA­TISTA, JADER NEVES. JANKIEL GONCZA-ROWSKA, CARLOS KERR, GIL PINHEIRO,VICTOR GOMES, FELISBERTO ROGÉRIO, JOSÉAVELINO <strong>•</strong> LABORATÓRIO | CHEFE : JUVENILDE SOUZA. AUXILIARES : TOLENTINO GOMES,MOACYR e">MES * ARTE : WILSON PASSOS,FERNANDO MAURÍCIO, PAULO TAVARES *ARQUIVO . ARON VAISMAN * PRODUÇÃO :NELSON SAMPAIO, ORIARD T. GUIMARÃES *CIRCULAÇÃO : JOSÉ ARTHUR C. NOYA * SU­CURSAL DE SAO PAULO : WALTER BOUZAN,IVO BARRETTI, GERALDO MORI * CORRES­PONDENTES NO BRASIL : AMAZONAS : PHELIPEDAOU ; PARA : OSWALDO MENDES | CEARA:JOSÉ RAIMUNDO COSTA; PERNAMBUCO :ALEXANDRINO ROCHA; ALAGOAS: L.R.PAIVA LIMA; BAHIA : GUILHERME SIMÕES;MINAS. MARCELO C. TAVARES; ESPIRITOSANTO | SETEMBRINO PELISSARI ; PARANÁ :FERNANDO PESSOA ; RIO GRANDE DO SUL :ERNO SCHNEIDER ; PARAÍBA : LINDUARTE NO­RONHA <strong>•</strong> CORRESPONDENTES INTERNACIO­NAIS : PARIS : MICHEL PIERRE ; ROMA : ANTÔ­NIO DE TEFFÉ ; LISBOA : FANOR CUMPLIDO JR-;LONDRES: JOAQUIM FERREIRA; TÓQUIO:IRASHAI MASSÉ ; BUENOS AIRES . EMÍLIO PE-RINA; MONTEVIDÉU : RADECK BALCARCEL;CARACAS . JOSÉ QUIROGA ; MADRI : EDILBERTO COUTINHO * DEPARTAMENTO DE PUBLICI­DADE : DIRETOR : DIRCEU TORRES NASCIMENTO;ASSISTENTE : FRANCISCO AUGUSTO NASCI­MENTO. SAO PAULO: DÉCIO CORRÊA DA SIL­VA. SYLVIO TOSE * REDAÇÃO E ADMINISTRA­ÇÃO : RUA FREI CANECA, 511. TELS : 32-4353 E32 0300. RIO DE JANEIRO. BUREAU DE SAOPAULO : RUA BARÃO DE ITAPETININGA, 255,SALA 801, TEL 36-9998. DISTRIBUIÇÃO PARATODO O BRASIL : DISTRIBUIDORA IMPRENSAITDA. RUA DO SENADO, 192-A - TEL. 22 88177


B*P> AN , fr{Q X^..Q. € H C L > 4-^


NOVABRASÍLIAReportagem de JSicolau Orei, Gerváno Batista, Jáder Weves, Jankièl e Gil PinheiroFIZ o que me cumpria. Estou dando a noiva pronta, limpinha, de véu e grinalda... O Brasil já pode casar comela. ..Quem diz risonhamente estas palavras, às vésperas da inauguração da nova Capital Federal, é um homem que,há quatro anos, surpreendeu a Nação, renunciando à sua cadeira de representante de Minas Gerais no Congresso, parase exilar voluntariamente no planalto goiano, região em que, na época, não havia senão a natureza selvagem, a solidãodos desertos. Com o mesmo vigor dos primeiros dias, embora mais encanecido, em razão das lutas que travou para tiraruma cidade do nada, Asse homem vê agora o coroamento dos seus esforços com uma satisfação perfeitamente compreensível. Admirável comandante de um grande exército de trabalhadores, alcançou o objetivo visado. Presidente da Novacape, agora, Prefeito do novo Distrito Federol, o construtor de Brasília não perdeu o bom-humor:— Esta cidade estava prometida ao País desde 1691... Já era tempo para o casamento, não acha ? O namoro,de tão longo, começara a ficar escandaloso. . .Soo . -. ntensa vibração estas horas da semana inaugural. Tudo é festa em Brasília. Por onde passa o Sr.Israel > correm pessoas a abraçá-lo. Uns o cumprimentam efusivamente pela tarefa que lhe coube realizar, pordelegação do Prasídente Jusc ífino Kubitschek de Oliveira. Outros lhe apresentam congratulações por sua nomeação parao cargo Prefeito do novo Distrito Federal. A opinião geral sobre a escolha pode ser resumida pelo comentário de umdos bravos candangos'


to x^to.tr.:,*GL.4yi- $BRASÍLIADe toda parte chegam milhares de carros para omIhJtUMA NUVEM DE POEIRA sobe para o céu do planalto, q'ue sai da calma em que viveu durante séculos e se integra na vida ativa da Nação. Pelasestradas abertas através de milhares de quilômetros, brasileiros de todas as idades chegam para testemunhar a inauguração da nova Capital brasileira.


£P) Aj4 , ?)\0 X9. O.ES\i £CHEIOS DE ANSIEDADE, parlamentares e funcionários descem de aviões, ônibus e automóveis. Todo mundo quer ver o colosso. Pelas ruas se estendemrestaurantes e cafés com suas mesas ao sol. A população de Brasília vai formando desde já o hábito de flanar despreocupadamente pelas calçadas.


£>?) AM, PHO X^.O. tS\ i «CL -4/^p^BRASÍLIACinematografistas do mundo inteiro disputam osEDIFÍCIO do Congresso visto de helicóptero. O prato virado para cima é a Câmara dos Deputados, e, o outro, o Senado. Há salas também no subsolo.UTRO que fosse escolhido pareceria uma usurpação. Sendo êle, só seO pode dizer que o homem certo foi chamado a ocupar o lugar certo.Na verdade, o que muda é o título da função, que continuará adesempenhar com o mesmo afã, para fazer de Brasília o monumentode arte e de progresso que, embora ainda em elaboração, pelo seu arrojoassombra o mundo e entusiasma os brasileiros que a paixão partidárianão cegou. Mesmo os mais descrentes da capacidade do nosso povo.A ofensiva desfechada em todas as frentes de trabalho nos poucosdias imediatamente anteriores à mudança da Capital foi, em Brasília,qualquer coisa de épico. Nem uma hora, nem um minuto perdido.Andando de obra em obra numa inspeção geral, o Sr. Israel Pinheiroverificava pessoalmente falhas e atrasos. Distribuía ordens enérgicas,trocava impressões com engenheiros, fazia ativar trabalhos urgentes,procurando obter vantagens na corrida contra o tempo. As explicaçõesse multiplicavam. Aqueles andaimes ? Iam ser retirados logo à noite.O revestimento de mármore do Museu de Brasília ? Faltavam apenasalguns blocos, que seriam colocados antes das seis horas. Quantos homenscompletavam os arremates, pintura, vidraças, limpeza e arrumaçãodo mobiliário do Palácio do Planalto ? 700 operários, distribuídosem turmas. O passeio, em frente, em mosaicos brancos e pretos. Haviaum pequeno atraso, que a duplicação do número de operários procurariarecuperar. Quando as explicações não satisfaziam, a voz dochefe se fazia ouvir. Oferecia sugestões, dava conselhos, rebatia argumentos.E as palavras logo se transformavam em ação. Libertos dosandaimes, os grandes edifícios, em sua maioria, já podiam ser admiradosna plenitude de sua beleza. A toalete da noiva, para usar da expressãodo Sr. Israel Pinheiro, era a preocupação dominante. Paraisso, entraram em vigor muitas proibições. Havia como que um "Onne passe pas" geral. Não se podia entrar no Palácio do Congresso, nemno Palácio do Planalto. Nem no Palácio da Alvorada. Nem no Paláciodo Supremo Tribunal Federal. Brasília fervilha de jornalistas, de técnicosde cinema, de rádio e de televisão, assim como de visitantes,chegados do estrangeiro e de todos os Estados do Brasil. Se todos tivessemlivre acesso não só perturbariam o trabalho, como deixariampor toda parte, em tapetes ainda virgens e em alvos pisos de mármore,recém-lavados, a marca de suas pegadas, em barro vermelho. A curiosidadegeral teve de ser refreada. As exceções foram raras. Só conseguimospercorrer todas as dependências do Palácio do Planalto, ondea mobília começara a ser colocada, sob a condição de fazè-lo semsapatos, só de meias, como se entrássemos num templo oriental. Doishomens, de peça em peça, moviam um aspirador de pó como nuncavimos antes (100 kg). No último andar, numa falsa estufa (envidraçada)mas a céu aberto), o jardim acabara de ser plantado. Embaixo, um caminhãodescarregava ainda potes com begônias, antúrios e outras plantasornamentais. Duzentos quilos de flores estavam chegando (o percursoRio-Brasília fora coberto de avião) para a ornamentação donovo Catete, local da recepção oficial. Desse carregamento floral constavam400 orquídeas. Uma corbelha de noiva como poucas.Brasília é um formigueiro, regurgitante de homens e máquinas.Nas largas avenidas, *í)u]I-dozers w e caminhões-tanques, carros--guindastes e escavadeiras mecânicas, rolos-compressores e ônibus, jipese peruas cruzam-se com carros de todas as marchas, num vaivémincessante, durante o dia e durante a noite. O tráfego se torna de instantea instante mais intenso : a cada minuto entram em Brasília veículose mais veículos, vindos tanto de lugares próximos como de paragensremotas. Imensos caminhões de empresas de mudanças estacionamà porta de blocos dos conjuntos residenciais : mobílias de ministros,congressistas e altos funcionários acabam de chegar. No centrocomercial, passa de descarga aberta um velho Ford, carregado deinscrições, algumas coloridas. Traz a estranha caranguejola uma placada Colômbia. E' um modelo de 1929. Chama-se "Jeam ne '' e já rodou26 mil quilômetros, numa excursão de dois jornalistas colombianos,Karis Abril e José Mendoza Urdiales, através do Equador, Peru, Chile,Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Brasil. Ao lado desse carroquase pré-histórico, presente à inauguração de Brasília, pára um automóvelde aluguel com placa do Ceará! O chofer fez mais de 2.800 quilômetrospara alcançar a nova Capital. Surgem barulhentamente pelasruas veículos de propaganda de produtos industriais: camionetas novíssimasde uma empresa carioca de café moído e verdadeira frota de umacervejaria paulista. Setenta ônibus com placas do Rio engrossaramainda mais o tráfego de Brasília, na segunda-feira, 18, além de dezenasde outros, contratados em São Paulo, Belo Horizonte e Goiânia, alinhadosnas ruas à espera da ocasião em que irão auxiliar o movimentodurante as festas inaugurais. Chegam também 350 automóveisde aluguel (dos quais 60 são do tijo JK, da Fábrica Nacional de Motores),colocados à disposição dos convidados. Um grupo de trabalho doDepartamento Nacional de Estradas de Rodagem, sob a chefia geraldo Dr. Marcelo Rangel Pestana, assistido pelo Dr. Henrique Árias Rodriguese mais 25 auxiliares, ficou com a incumbência de distribuiras linhas de transportes de emergência, para facilidade do deslocamentodo povo para as várias solenidades. Um setor do referidoserviço, sob a direção do engenheiro Abel Figueiredo, estará pelaprimeira vez no Brasil operando em transportes de passageiros, pormeio de rádio, processo até aqui só utilizado em patrulhas policiaise em ambulâncias. Sete camionetas radiequipadas atendem aos chamadosdo aeroporto, transportando rapidamente os convidados que nãodispõem de condução. Em Brasília, tudo foi planejado em escala gigantesca.E mesmo as pequenas distâncias são ali grandes demais paraserem vencidas a pé. Pletórica como se encontra, sem plano de circulaçãobem ordenado, muita gente, por falta de transporte, teria quevoltar do aeroporto, limitando-se a ver a nova Capital à distância .. .Outro agudo problema equacionado foi o da hospedagem dos convidadospara as festas inaugurais. O Brasília Palace Hotel ficou inteiramentereservado nestes dias festivos, para os embaixadores, ministros,cardeais e convidados especiais do Governo. Outros convidadosforam hospedados nos novos hotéis que ora estão sendo instalados.SEGUE


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\3P) AM.ftfO^O. 6£l', ACL-^p*)DEPOIS DO TRABALHO DURO, OS OPERÁRIOS SE «EÚNEM EM GRUPOS DE CONVERSA PARA UM RÁPIDO DESCANSOdos parlamentares eS demais (inclusive turistas que seguiramO para a nova Capital por iniciativa própria)foram acomodados em apartamentos vazios deblocos residenciais e de casas cujos moradoresdefinitivos ainda não chegaram a Brasília.Algumas dessas casas, com sala e três quartos,passsaram a abrigar, às vezes, vinte a trintapessoas. Nove a dez camas de emergênciaocupam a área de uma sala de visitas, agoradormitório de homens, no conjunto da CaixaEconômica, ao lado do bairro comercial. Calcula-seque a população de Brasília terá quadruplicado,entre quinta-feira e domingo, como aíluxo de tantos visitantes. O tráfego aéreose intensificou de tal forma que apenas umadas várias companhias nacionais a Real, estáfazendo 11 viagens diárias entre o Rio e Brasília,com os aviões inteiramente lotados. APanair tirou todos os seus aviões das linhas doexterior, para, esta semana, se limitar ao tráfegoentre as Capitais dos Estados e a novaCapital Federal. O Brasília Palace Hotel, quetomou a deliberação de não aceitar hóspedespor mais de 3 dias (depois de 72 horas desocupaos aposentos para atender a novos candidatos),tem todos os seus aposentos sob reservaaté 15 de maio. Aliás, às vésperas da mudança,fez uma revisão de seus preços, adotandonova tabela: apartamentos de superluxo,Cr$ 3.000,00 por dia, incluído café damanhã (até 4 pessoas); apartamentos de luxo,Cr$ 2.000,00 por dia (até 2 pessoas); outrosapartamentos, Cr$ 1.600,00 por dia (até 2)e Cr| 1.200,00 (uma só pessoa).Aproveitando-se da escassez de habitaçõesno período das festas inaugurais, apareceramem Brasília vendedores de "trailers" e deveículos a motor adaptados para servir comocasas de emergência. Despertou grande curiosidadeum tipo de camioneta, provida de lavatório,mesa, espelho, armário e cama paracasal (dando até para três pessoas, segundoo eloqüente vendedor) e, ainda, com um toldo,ou varanda, de lona armada em suportes metálicos.Tinha ainda, à parte, uma armaçãopara banheiro ou vestuário. Colocada estrategicamentenas proximidades do Brasília PalaceHotel, onde muitos em vão tentavam obterhospedagem, a camioneta com cama fezum grande sucesso. Preço: Cr$ 700.000,00.Pouco mais de oito meses de permanêncianum apartamento de superluxo. E o donopoderia, ainda, variar a paisagem, rodandoora para cá, ora para lá...<strong>•</strong> <strong>•</strong> *- O senhor é jornalista ?Quem nos fêz a pergunta não cabia em sido espanto que lhe causara a chegada, a umdos blocos residenciais, de uma senhora que,no seu entender, era a mais velha de todas aspessoas residentes em Brasília.- Não acha que é uma história paraMANCHETE ? - perguntou. - Eu cheio queé ... Imagine o senhor : tenho 45 anos e, noentanto, na minha família, achavam tolice euvir com minha gente para Brasília. Era umaespécie de realejo : "Deixa isso para lá ... E*coisa para gente moça . .." Pois bem : chegouaí uma senhora que tem a insignificância de90 anos de idade ...- Quem é ?- D. Josefina... Olhe aqui o endereço... Bloco 8 do IAPI, quadra 106, ap. 101Meia hora depois, D. Josefina, chegadana véspera, dava no jipe de MANCHETE oseu primeiro passeio por Brasília. Seu nomecompleto é Josefina dos Santos Carvalho.SEGUE


funcionários dão à cidade um ar de vida quase normalPESADOS CAMINHÕES CHEGAM COM A BAGAGEM DOS PARLAMENTARES. MUITOS PRECISARAM DE MAIS DE UM VEÍCULO, OUTROS PREFERIRAM LEVAR APENAS UMA PARTE DE SEUS BENS.AS MOÇAS JÁ CIRCULAM PELAS RUAS COMERCIAIS DA CIDADE EM FUNCIONAMENTOCOM BOM-HUMOR, SENHORAS DE FUNCIONÁRIOS ESPERAM O CARREGADOR DE MALAS


BRASÍLIAz>rétfò xq.o.e5i-AcL.4/^p.H<strong>•</strong> >Uma venerandasenhora cria uma onda deotimismo na cidade\


BPi ANJ, mü X^.p. 65QCL.D. Josefina dos Santos Carvalho, 90 «nos de idade* conheceuo Presidente Kubitschek menino. O entusiasmo da anciã já criou uma legenda na cidade.Toda gente deseja ouvir suas impressões sobre a Capital. É mãe doDeputado Último de Carvalho.SEGUE


NÂO HÁ TEMPO PARA CHORAR A MORTE OE UM CANDANGO QUE CAIU DE UM EDIFÍCIO,Brasília pulsa na baseOI para a nova Capital com a família : filho, netos, bisnetos. E' aF veneranda senhora a mãe do Deputado Ultimo de Carvalho, da"Frente Nacionalista", e grande entusiasta (desde os primeiros momentos)da candidatura do Marechal Teixeira Lott. Nasceu em Diamantinae foi colega de estudos de D. Júlia, mãe do Presidente JuscelínoKubitschek de Oliveira. Ainda faz croché e bordados, enfia linha naagulha, sem óculos, caminha desembaraçadamente e tudo lhe parecerisonho e fagueiro. Impossível ser mais otimista.- Sou idosa, mas não sou velha - faz questão de dizer D. Josefina.Idade é uma coisa e velhice é outra, muito diferente. Tive uma irmãque, quando chegou aos 90 anos, estava mesmo velha. Vivia a se queixare a pedir a Deus para morrer. Dizia ter vivido muito. Era demaise queria descansar. Pois eu, não ! Não me fartei ainda de viver. Vivi 90 ?Pois mais dez anos não me farão nenhum mal! Por que não hei desentir a alegria de viver ? Tenho um filho maravilhoso, que me cercade todo o carinho. Tenho netos e bisnetos que me dão muito gosto.Este ano, formam-se cinco dos meus netos ! Há maior felicidade doque isso para quem é avó ? Tenho uma bisneta com 14 anos. Elame disse outro dia : "Minha bisavó, a senhora não morrerá sem eu lheter dado um trineto". Pois vou esperar por ele ! Agora, quer coisamais bela do que esta ? Estar uma pessoa como eu, nascida antes daLei do Ventre Livre, assistindo à mudança da Capital para Brasília ? Sóeu sei o que o Brasil tem progredido nestes oitenta anos, desde queme entendo . . . Outro dia apareci num programa de televisão... Imagine! No meu tempo de moça, não havia nem rádio ... Nem cinema !Namorar é que era diversão dos moços. ..D. Josefina é muito expansiva. Com ela estão uma das netas, D.Maria Loy de Melo Tranco^ e um bisneto, Rogério, filho do Dr. Waltensirde Melo Franco, assistente ]Tfr1dico do Ministério do Trabalho.A neta observa que a avó é sempre assim: loquaz, cheia de vivacidade,interessada em tudo. E o única sinal de velhice, além da cabeça branca,é um pouco de surdez. A rrrais velha habitante de Brasília continuaa revelar suas impressões:- Que lugar admirável ! Como tudo isto é belo... Gosto dessesdescampados, assim ... Como a vista da gente alcança longe ! Não melembro de ter visto outro horizonte tão longínquo... Nem um morro,nem uma pedreira ... O Juscelino teve muito gosto,.. Chamo-o assimporque o conheço desde menino. Conheci muito o pai dele. E o avô,também. Que edifícios ! Tudo muito bonito. Maravilhosa, esta Brasília !Vou dar um abraço no Juscelino e dizer : "Sim, senhor, rapaz ! Vocêfez uma bela escolha P Você, não .. . Acho que não fica bem. Digomesmo "Presidente". Estou encantada e quero que êle saiba. O clima éótimo. Acho que não saio mais daqui...Fêz uma pausa, pensativa. Depois, uma interrogação imprevista :- Aqui já tem cemitério ? Onde é ?Ninguém sabia. Mas a neta disse :- Claro que tem, vovó...- Então, o meu problema está resolvido. Não saio mais daqui...Riu gostosamente. Depois, voltou-se para o bisneto :- E você, meu querido ? Está gostando ?do pitoresco e dramático: aO menino respondeu sem hesitação:- Acho que é a maior cidade do mundo para a gente soltarpapagaio ... Nem um fio, em lugar nenhum, para atrapalhar...Realmente, em Brasília não há redes aéreas, para telefones ouligações de luz e força. Tudo é subterrâneo. Os engenheiros procuraramresolver o problema sem enfeiar a cidade. As ruas já estão posteadase à noite acende-se a iluminação fluorescente. Urbanistas etécnicos não sabiam que estavam oferecendo tanta vantagem às crianças.Sem dar por isso, fizeram de Brasília a cidade ideal para ospapagaios de papel. ..Brasília está aparelhadapara instalar 2 mil telefones por mês.A noite, no centro comercial de Brasília, havia uma enorme aglo--**-meração na sede da Companhia Telefônica, perto do estúdio daRádio Nacional. Que queria toda aquela gente ? Apenas isto : falarde graça para o Rio de Janeiro. Alguns dos jornalistas (representantesde quase todos os jornais e estações de rádio, não só do Rio comode São Paulo) se aproveitaram da franquia concedida, para transmitirartigos e reportagens, contando suas impresssões. Quarta-feira,14, o serviço começara, oficialmente, com um telefonema do Sr. IsraelPinheiro, presidente da Novacap, para o Sr. Juscelino Kubitschek deOliveira, Presidente do Brasil. Depois, todo mundo falou, pela noiteadentro. O Major Dagoberto Rodrigues, do Serviço de Comunicaçõesdo Exército, aplicou em Brasília os seus conhecimentos técnicos e asua valiosa experiência. E* quem dirige o serviço de telefones, queutiliza, nas ligações interurbanas, o sistema sueco "cross-bar", consideradoo mais moderno e aperfeiçoado do mundo. Em experiênciadesde o dia 23 de fevereiro, esse serviço deixou excelente impressãoem todos, na inauguração oficial. Quer pela rapidez com que eramfeitas as ligações, quer pela nitidez da audição.- Estamos aparelhados para instalar inicialmente 2 mil telefonespor mês - declarou-nos o Major Dagoberto. - Como o nosso serviçoe autofinanciável, o direito a um telefone será adquirido medianteum depósito em dinheiro: Cr$ 30.000,00 para os residenciais eCr$ 65.000,00 para os comerciais. Parece muito caro. Mas qualquerassinante que em qualquer tempo peça baixa da nossa lista terá odireito a levantar o depósito. Aquele que obtiver o mesmo númeroreporá essa quantia. Os telefones serão intransferíveis e exigimos umdepósito alto para evitar que se tornem objeto de especulação. Osfuncionários lotados em Brasília poderão, excepcionalmente, pagar oseu depósito em 30 meses, mediante desconto em folha. Ninguémpoderá ter mais de um telefone em sua casa, ainda que pretendaobtê-lo sob um nome diverso. Poderá, no entanto, instalar extensões.Faremos o serviço na base de assinaturas até 120 ligações, sendo pagasas excedentes a Cr$ 4,00 cada uma, tal como nos nossos telefones públicos,em que será essa a tarifa por três minutos ou menos., No dia seguinte, a Companhia Telefônica abriu em várias agênciasas inscrições para assinaturas. Filas enormes se formaram nessesi*


JÁ É POSSÍVEL COMPRAR NO PRIMEIRO "S1AND" DE JORNAIS PUBLICAÇÕES DOS ESTADOS.E A REPORTAGEM LOCAL TEM UM BOM ASSUNTO COM UNS COLOMBIANOS NUM FORDECOimprensalocal vive seus primeiros furos de metrópole.locais. Antes do fim da tarde, já havia cerca de 3 mil inscrições. OMajor Dagoberto, satisfeito, só se lamentava de uma coisa : não teraparecido um amigo do escritor e engenheiro Gustavo Corção, paradirigir-lhe algumas palavras lá de Brasília :- O Dr. Corção disse que o nosso serviço seria um fracasso. Mastenho a impressão de que ele se enganou ... Sorriu, triunfante. Confessou,contudo, uma falha :- E' verdade : infelizmente ainda não chegamos a um acordo coma Companhia Telefônica Brasileira, com a qual teremos de fazer umcontrato para o tráfego mútuo interurbano... Espero, contudo, queos obstáculos sejam vencidos.A CTB deu, aliás, uma prova de boa-vontade : o serviço telefônicoda nova Capital está sendo assessorado por duas de suas competentesfuncionárias, as senhoras Zeni Viana e Edith Castôlhos, asquais atuam como instrutoras dos jovens telefonistas (quase todoshomens) de Brasília.Por toda parte, havia cartazes colados às paredes, anunciando oinício das irradiações da TV-Brasília no momento da inauguraçãoda nova Capital. Quatrocentos operários e técnicos trabalhavam ativamentena construção do edifício e na instalação da aparelhagem(inclusive uma torre para a emissão dos sinais). O sistema de trabalhocontínuo, dia e noite, da Novacap, está sendo aí empregado. Complementarmente,doze subestações estão ao mesmo tempo sendo instaladas,no alto de montanhas, só acessíveis por meio de helicópteros,para que as transmissões possam chegar a Belo Horizonte, ao Rio ea São Paulo. O primeiro cinema de Brasília está sendo construído emritmo febril. Não será uma grande sala, mas outras surgirão, nos lugaresde maior densidade demográfica. Alteiam-se os esqueletos denumerosos edifícios na zona bancária, inclusive o do Banco do Brasil(que está construindo também, na zona residencial, um enorme edifíciode apartamentos, para uso exclusivo de seus funcionários), a poucadistância do supermercado, da escola-parque e da Capela de NossaSenhora de Fátima. A imensa Catedral ae Brasília, destinada a seruma das mais belas do mundo, pela originalidade de sua concepção(é circular, apresentando de qualquer ângulo o mesmo aspecto), játem a estrutura de concreto-armado acima do meio. O edifício do Tribunalde Contas da União tem as fundações lançadas, devendo estarterminado antes de um ano. Na zona comercial, as lojas estão sendodisputadíssimas. Produzem aluguéis de 70 mil a 120 mil cruzeiros. Drogarias,mercearias, casas de rádios, de malas e de roupas já começaram afuncionar naquele setor. São raros os cafés e os bares. Restaurantes,além dos que os institutos e o SAPS mantém, só os do Brasil PalaceHotel, Chez Willy e Caravelle. Já é problema encontrar lugaresvagos nas mesas de qualquer deles. O recurso é o de aguardar na fila.Outros decerto surgirão, à medida que haja locais adequados e disponíveis.Chez Willy, já com quarenta empregados, dispõe de instalaçõespróprias (altos e baixos), já exíguas para o seu intenso movimento.Parece muito pouco. Mas, para as festas desta semana, um serviço desubsistência foi planejado, incluindo grandes restaurantes popularesde emergência que servirão churrasco ao ar livre. Um milhão de pãesde fôrma, com a quantidade correspondente de queijo e presunto, serãotransformados em vários milhões de sanduíches, para a massa popular.Os convidados oficiais terão bufê à parte. Verdadeiros problemasde logística foram equacionados por especialistas para que tudocorra normalmente, pelo menos quanto a leitos, transporte e alimentos.Mas a afluência de gente é tão extraordinária que talvez os cálculosfiquem prejudicados, num ou noutro ponto. Há uma verdadeira corridanacional para Brasília, meta dos governadores dos Estados e tambémdos homens comuns.A construção da cidade continuará nomesmo ritmo depois da inauguração.THNTRE estes estão os "invasores". Quem são eles? Homens que«<strong>•</strong>-' querem viver dentro de Brasília, ligados à vida de Brasília, participandodas atividades de Brasília, mas sem se submeterem aos rígidosplanos traçados pelos urbanistas. De quando em quando, fazem umainvestida, para ravelar" uma parte da nova Capital. Ãs vezes, surgemrepentinamente, quase da noite para o dia, dezenas de barracos. Se houvertolerância, transformam-se em centenas e, logo, em milhares. Tornam-seuma força política e um fato consumado, como as diversasfavelas dos morros do Rio. Em Brasília, os barracos não ficam de pé.A Novacap não o permite. O "favelismo" ali não deita raízes usucapientes.Uma vez destruídos os barracos, os moradores são localizadosnuma das cidades-satélites, a uma distância de 25 km, onde podemobter áreas de que se tornarão proprietários. Com a afluência cadavez maior de gente que irá povoar essas cidades, já se pensa, inclusive,num sistema de transporte, como o do plano-aéreo, para a rápidaintercomunicação.Não só os barracos dos "invasores", mas também os conjuntos demoradias de emergência dos trabalhadores, como a Vila Amaury, jádesapareceram da área de Brasília. Em janeiro de 1961, deverá desaparecertambém a pequena cidade de casas de madeira, chamadaNúcleo Bandeirante, ou a Brasília-Velha, onde existe enorme movimentocomercial e bancário (uma única agência de banco tem ali750 milhões de cruzeiros em depósito !). Agora, os moradores da Brasíliade tábuas quiseram, à sua própria custa, asfaltar a rua principal,- a do comércio, dos bancos e do cinema. A diretoria da Novacap nãopermitiu, assim como não permite que sejam feitos melhoramentos outros,ou construções sólidas, de pedra e cal, ou de cimento e tijolo.Sem atender a razões de ordem sentimental (todas as concessões, ali,foram dadas a título precário), a Novacap fará destruir tudo aquilo,com um desfile de "bull-dozers" e outras máquinas pesadas, sob a garantiade forças militares (no caso de haver rebeldes ou resistentes).Quem tiver capacidade para localizai seu comércio em Brasília (algumasfirmas, inclusive bancos, já se mudaram), irá para lá. Quemnão tiver, ou irá para as cidades-satélites ou tomará outro caminho.Cumprido o seu destino, o Núcleo Bandeirante em breve não serásenão uma lembrança para os que o viram, ou ali habitaram, enquantoa nova Capital ia surgindo no deserto do Planalto Central...SEGUE19


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&P,.Ahl ,ftlO'X*. O. E5] (\ClBRASHJAO forasteiro, aover a Catedral: "Deuabençoe o Brasil!"INAUGURADA, Brasília continuará a se desenvolver com o mesmoimpulso inicial ainda por vários anos, pois que, em vex de seruma cidade completa e acabada, está ainda em pleno fazimento,agora como antes, com a simples diferença de que terá categoriade cidade e foros de Capital e de que os seus problemas não serãomais calculados abstratamente, mas sim sentidos e vividos por umapopulação permanente, de alto teor qualitativo, cujas reações imediatasàs dificuldades e lacunas acaso existentes logo repercutirão noânimo dos administradores e dos técnicos, muito empenhados em resolvê-lascom eficiência e rapidez. Dirão alguns dos opositores intransigentesda Nova Capital que pobres cobaias humanas estão sendosubmetidas neste momento a uma brutal experiência de deslocamentoem massa. Mas a maioria dos que enfrentam as aspe rei as desteperíodo heróico, procurando ajustar-se às condições de um meionovo, num admirável esforço de adaptação, é constituída por pioneirosque voluntária e corajosamente participam de uma jornadahistórica. Pioneiros que são ministros de Estado, senadores, deputados,ministros do Supremo e do Tribunal Federal de Recursos, homenscujos nomes a Nação guardará com reverência e que se engrandecerãopor viverem numa cidade que se completará sob suas própriasvistas, vivfficada e valorizada pelo estímulo de suas presenças.ftírÊle veio


BRASÍLIAEI o pia


Martadas primeiras a chegarpara a inauguraçãoMA bonita niôça ÍR* Flamengo estava em Brasília quandoJ surgiam no País as primeiras candidatas ao concurso deMiss Brasil. Marta Garcia foi a passeio ver de perto a cidadeem construção. Acabou aceitando a idéia de se candidatar comoutras moças que lá estavam. Foi eleita Miss Brasília e entroupara a história da nova Capital, como se vê na página 59


BRASÍLIAAqui ficará guardado tudo que seescreveu contra a construção de Brasília e afavor dela - a posteridade julgará.O Presidente Kubitschek fêz questãode que o museu da cidade ficasse prontono dia da inauguração. Volumes e mais volumescontarão a história da cidade.0*- %M t W


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Renunciou à chefiacampanha de Jânio: suas reservasde tolerância levaram-no aencontrar a solução para a crise.


Reportagem de Murilo Melo FilhoAZ exatamente um ano que lhe entregaram o Partido para dirigir.Ao recebê-lo, não alimentou nenhuma ilusão sobre as dificuldadese as amarguras que o aguardavam : a UDN, na Oposição, ia tentar aconquista do poder. Doze meses depois, ele sente na própria carnecomo é ingrata a tarefa. Parece até que o relógio da UDN se recusasempre a andar com os ponteiros acertados : cada um deles escolheseu próprio compasso.Mas uma infância e uma juventude humildes ensinaram a Joséde Magalhães Pinto que a vida é um longo e penoso processo de acertarponteiros. As muitas lutas da meninice e da mocidade convenceram-node que a coerência e a paciência sempre foram as melhores soluçõespara os humanos problemas, pessoais e públicos. E se o relógio de cadapolítico marca sua própria cadência, o de Magalhães Pinto fixa umritmo compassado e certo : de nada vale adiantar ou atrasar os ponteiros.Na semana passada, convenceu-se de que a sua presença à frenteda campanha do Sr. Jânio Quadros estava servindo de motivo paralevar a UDN a uma crise grave. E quando todos jã não viam maisnenhuma esperança de pacificação, o Sr. Magalhães Pinto conseguiumais «ma vez encontrar na sua paciente telerância a solução que acaboucom tÔda a briga : renunciou ao posto de chefia que ocupava nacampanha e ao qual vinha dando, há vários meses, o que havia demelhor e de mais sincero na sua dedicação.'Não me afastei do pasto um só momento, não descri do meuPartido nem constrangi companheiros : antes, procurei exercer o mandatocom o conselho e a colaboração de todos. Com a ajuda de Deus e asolidariedade que não me têm faltado dos diversos setores da vidapartidária, estou certo de que a UDN vencerá as dificuldades atuaispara cumprir a histórica missão que lhe cabe na Pátria e atender àsjustas esperanças do povo."Foi ao preço de muitas vicissitudes que o menino pobre da cidadede Arcos chegou hoje, no meio século de vida, à conclusão de que aslutas são constantes. As suas começaram aos 12 anos, quando resolveuplantar couve no fundo do quintal para vendê-la de porta em porta.Esta acostumado aacabar com as crises<strong>•</strong> J OM 16 anos, teve de aumentar a idade para fazer um concurso e pre-Mencher uma vaga no Banco Hipotecário. Passou a ganhar Cr$ 200por mês. Pouco depois, o inspetor do Banco sugeria um aumento paraCr$ 300, que a diretoria recusou : "Não pode. Tem menos de 18 anos".Aos 19, sem ter conseguido chegar a contador do Hipotecário, viu-seconvidado para gerente-geral do Banco da Lavoura. Três anos depois,foi instalar uma agência em Lima Duarte e de lá voltou casado coma professara Berenice. O Grupo Escolar ficava bem em frente à agênciado Banco e o bancário não resistiu aos encantos da professora.Fizeram-no diretor do Banco aos 26 anos. Pouco antes, fora eleitopresidente da Associação Comercial de Minas. Em matéria de idadeque faz questão de dizer que continua bancário, fiel aos problemasdos seus companheiros. Recebe qualquer deles que o procure, sejagerente ou simples contínuo, do Rio ou da mais remota agência dointerior. Um clima de garantia e de confiança estende-se desde os 20mil bancários e famílias que dele dependem diretamente até os 400 mildepositantes que nele guardam suas reservas e economias.O Sr. Magalhães Pinto foi o primeiro presidente da Federação doComércio do Estado, que fundou. Tinha apenas 27 anos, mas já estavaengajado na conspiração contra a ditadura. Era companheiro fraternalde Virgílio de Melo Franco. Assinou o ''Manifesto dos Mineiros". Aditadura exigiu sua demissão da diretoria do Banco da Lavoura.Aquela demissão levou-o, juntamente com seu irmão Valdomiro,a fundar o Banco Nacional de Minas Gerais, que hoje com apenas16 anos de existência, é um dos maiores do País. Guarda apenas umamágoa : Valdomiro, que morreu aos 34 anos, não chegou a presenciaro grande triunfo da obra comum.Sua experiência políticacomeça e termina na UDNÂO pôde, entretanto, figurar oficialmente na lista da primeira di-_ retoría do Banco Nacional de Minas, porque a ditadura não opermitiu. Elegeu-se sucessivamente para a Câmara em 1945, 1950, 1954<strong>•</strong> 1958. Foi Secretário das Finanças do Governo Milton Campos. Nasúltimas eleições para deputado, foi o mais votado em Minas, com 53 millegendas. Esteve na presidência do diretório mineiro do seu partido.Agora, está na presidência do diretório nacional.Por isto êle declara com orgulho que sua linha de ação política éde uma coerência absoluta : toda a sua experiência partidária começae acaba na UDN e na Oposição, desde o "Manifesto dos Mineiros", aperseguição da ditadura, as eleições sucessivas até a luta pela candidaturado Sr. Jânio Quadros.Seus deveres para com as candidaturas Jânio-Leandro foramcumpridos rigorosamente. Basta dizer que a primeira seção regional alançar a candidatura do Sr. Jânio Quadros foi justamente a de Minas,então sob sua presidência. E a candidatura do Sr. Leandro Maciel tevena Convenção Nacional, como primeira e imediata manifestação deapoio, a palavra da UDN mineira, através do seu atual presidente,Oswaldo Pieruccetti.Gosta muito de ler bulas médicas. Tem mania de receitar remédiose de ser receitado. Sua maior fraqueza: padres e irmãs de caridade,qua já conhecem seu fraco. Seu 'hobby" é contar histórias fantasiosas.Na intimidade com a família ou os amigos, diverte-se em dar largasà imaginação e narrar acontecimentos fantásticos. Sobre sua cidade deArcos, por exemplo, diz que lá existem árvores que dão macacos e vice--versa. Gosta também de frango assado e de conversa sobre política.Redige pessoalmente todos os telegramas de congratulações epêsames. Até hoje, como simples bancário, continua a contribuir paraSALVOU A U D Nprecoce, até hoje é recordista absoluto nesses dois postos. A liderançadas classes financeiras e produtoras de Minas transformou-o naturalmenteem chefe político. Rompeu com o Sr. Benedito Valadares, hojeseu amigo, mas que era então interventor todo-poderoso.Quando, há poucos dias, a situação na UDN se tornava mais crítica,êle tranqüilizou os seus companheiros : "Tenho a impressão de que souum homem acostumado a acabar com as crises. Contornarei mais esta".Muitos desacreditaram que êle o conseguisse. Seu gesto de desprendimentoe superioridade aconteceu no momento decisivo parasalvar a unidade da UDN e mais uma vez provar que sua elegânciade atitudes, palavras e decisões está muito acima da média comumdos políticos brasileiros.Sua humildade contrasta com a posição de grande banqueiro:tem uma humilde paciência sobretudo diante dos que lhe devem. Éo IAPB. Fundou um Banco de Sangue em Belo Horizonte e ouveagrado o trocadilho segundo o qual nas suas veias corre sempre osangue de um banco.Até agora, não pudera cuidar muito de sua candidatura ao Governode Minas porque, antes de mais nada, estava cuidando da candidaturado Sr. Jânio Quadros à Presidência da República. Sacrificavaseus comícios no interior mineiro, porque sua presença no Rio eraabsolutamente necessária às articulações, à propaganda, às viagens <strong>•</strong>às mil e uma providências para a campanha janista.De muito bom grado, continuaria arcando com os ânus e os sacrifícios.Mas verificou que nem uns nem outros estavam sendo bem compreendidospelos seus companheiios de partido. Transferiu-os quando suapaciência percebeu que essa mudança era necessária para salvarum partido que tem sido a grande e única legenda de sua vida.


3P> HA » ) X c i.o.ES\ l 4Ci..4fr, p.V^<strong>•</strong>^<strong>•</strong>§^<strong>•</strong>^<strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong>^<strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong>1^ O Sr. Israel Pinheiro não escrava ser Prefeitode Brasília. Os planos do Governo incluíam sua designaçãopara a presidência da Fundação Brasil-Central, com a incumbênciade construir seis cidades ao longo da estradaBelém-Brasília. Mas, à última hora, faltou um nome paraa Prefeitura da Nova Capital e o jeito que houve foi lançarmão do presidente da Novacap, que assim terá chance deconcluir várias obras.Os mudancistas da UDN lamentam que a incompreensãode alguns correligionários tenha impossibilitado ao partidotirar todo o proveito possível do fato de a data de21 de abril, prevista para a mudança, ter resultado de umprojeto do deputado udenista L mi vai Caiado.Uma das grandes preocupações da Novacap foi estocara maior quantidade possível de gasolina, a fim de fazerfrente à procura que haveria naturalmente com o deslocamentode milhares de veículos. Qualquer imprevidênciapoderia causar desastrosos engarrafamentos e colapsos.O nome do Sr. Guilherme Romano chegou mesmo,em determinado momento, a ser o mais cotado nas Laranjeiraspara Governador provisório da Guanabara, porque oSr. Juscelino Kubitschek dizia necessitar das suas inegáveisqualidades de administrador para completar as obras urgentesno Rio. Mas o próprio Chefe do Governo verificoudepois que necessitava muito do presidente da COFAP nocomando do abastecimento de Brasília, a fim de evitar queela ficasse sem os gêneros de primeira necessidade logo nosprimeiros dias de seu funcionamento.^ Sabendo que estava sendo projetada a ereção deum busto de ouro em sua homenagem, o Presidente daRepública fêz um apelo para que desistissem da idéia. Oouro foi substituído por psdra-sabão, oriunda das vizinhançasde Diamantina. E o busto se instalou junto ao Museu--Monumento.Comentário do Deputado Nelson Carneiro: "Se euainda soubesse por onde andam as condecorações do tempode colégio, estaria resolvido meu problema de comparecerà recepção no Palácio do Planalto. Alugava uma casaca noRolas e pespegava, no peito, as medalinhas. Seria recebidofestivamente pelo ilustríssimo e excelentíssimo senhordoutor Chefe do Cerimonial, enquanto lá fora os candangos,de olhos vidrados, acompanhariam, embasbacados, meusucesso".Engenheiros da Novacap acham que além da vitóriageral na construção de Brasília dentro do prazo previsto,têm a comemorar um triunfo particular sobre conhecidoescritor : o dos 26 canais de micro-ondas que possibilitamcomunicações entre o Rio e Brasília. Esse escritor provava,com lápis na mão, que a ligação telefônica era impossíveldentro de tanta pressa.Frase do Sr. Juscelino Kubitschek, plenamente vitoriosaesta semana: "Se a pressa é inimiga da perfeição, alentidão é inimiga do progresso 1 *.Para o Planalto terão de mudar-se as sedes dos partidospolíticos. Quase todos os seus respectivos estatutos prevêema localização da sede na Capital da República. AUDN já deu o exemplo ao PTB e ao PSD : os udenistasserão os primeiros a reunir ali o seu Diretório Nacional.As três emissoras de televisão que já dispõem de canalconcedido na Nova Capital .realizaram desesperados esforçosno sentido de transmitir para o Rio e São Pauloas solenidades da inauguração. Uma delas chegou a conseguirna Aeronáutica dois aviões que funcionassem no arcomo estações intermediárias para a recepção e a transmissãoda imagem.Funcionámos da Câmara garantem que o DeputadoNeiva Moreira, responsável pela mudança da Casa para Brasília,teve de resolver uma média de três casos para cadaum dos 326 deputados e 600 servidores, num total dequase 3 mil problemas.Os telefones de Brasília disporão de aparelhos especiaisde gravação (ao preço de Cr$ 100 mil, cada). Osdonos poderão ligá-los durante suas ausências. Ao voltarempara casa, saberão quais as pessoas que telefonarame seus respectivos recados.<strong>•</strong>^ O Deputado Breno da Silveira (socialista) foi umdos primeiros a instalar-se em Brasília. Comprou uma fazendanos arredores e saiu, com espingarda de dois canos,para caçar. Voltou, a noite, sem as esperadas pacas, mascom um tucano e um gavião como troféus.Os tricolores que já se encontram na Nova Capitalcomemoraram ali, ruidosamente, o triunfo do Fluminenseno Torneio Rio-São Paulo, que lhe dava o título de "últimocampeão da Velhacap".Entre os americanos convidados para a inauguraçãoda Nova Capital figuram os novelistas John dos Passos eAldous Huxley, o cineasta Frank Capra, o banqueiro JamesM tchell (Chase Manhattan Bank), o Coronel Robert Schuttz(ajudante de ordens de Eisenhower) e o magnata ConradHilton.Dific lmente faltará água em Brasília. O plano deabastecimento prevê um consumo diário de 400 litros porpessoa para um total de 500 mil habitantes.No mesmo dia da inauguração de Brasília, o EmbaixadorHugo Gouthier estará recebendo no Coliseu de Romauma cópia da Estátua Loba, que amamentou Rômulo,o fundador da Capital italana. O Sr. Juscelino Kubitschekficou sensibilizado com a originalidade da homenagem dositalianos ao Brasil.Recorda-se que no concurso de projetos de urbanizaçãode Brasília, o Sr. Lúcio Costa tirou merecidamente o1° lugar com um trabalho feito em apenas dois dias, quefoi reconhecido como o melhor por todos os outros concorrentes.O segundo lugar coube aos arquitetos João HenriqueRocha e Nei Fontes Gonçalves, a quem o Presidenteda República acaba de confiar a construção das residênciasministeriais e das superquadras do Banco do Brasil.jç Grande parte da bagagem do Embaixador SetteCâmara já tinha sido remetida para a Nova Capital, ondeêle serviria como Chefe da Casa Civil. Nomeado Governadorprovisório da Guanabara, terá agora de providenciara volta de sua bagagem, que já em janeiro seguirá para aSuíça, onde êle desempenhará importante missão diplomática.


BftA^ft'0X1.t>/ /qp* Israel não esperava ser o Prefeito* Eni vez de ouro, uma pedra de sabão* Um Deputado caçou: tucano e gaviãoicTeve de voltar : a bagagem de SetteUm sambista negro, que fora do Rio para a NovaCapital, cantava ali, nas vésperas da inauguração, uma cançãocuriosa : "Vem Marüia, vem Marília, conhecer o paláciodo Governo Provisório de Brasília".Os técnicos de rádio que se encontram na Nova Capitalpara fazer as reportagens das festas inaugurais andamsempre munidos de transformadores portáteis, como medidade segurança para suas irradiações. É que a corrente elétricaali tem voltagem diferente.* ~r «rfLfe\ ,.O editor Diaulas Riedel entregou ao Sr. JuscelinoKubitschek o exemplar n.° 1 da 'Toada pra se ir a Brasília",poema de Cassiano Ricardo em comemoração à transferênciada Capital. A "Toada" consta do volume "MontanhaRussa", que acaba de ser lançado pela Editora Cultrix.^Apesar do trabalho intenso nos últimos dias que precederama inauguração, houve uma suspensão geral de atividadesna Sexta-teira Santa. Alguns sacerdotes, em caráterexcepcional, chegaram a permitir que os operários, depoisde suas preces e atos religiosos, retornassem à faina. Masos própr.os trabalhadores fizeram questão de respeitar odia santifiçado.Embora não exista porto marítimo em Brasília, o primeiroministro que para ali se mudou foi o AlmiranteMatoso Maia, da Marinha.Em alguns hotéis de madeira da Cidade Livre, umquarto está valendo Cr$ 1.500, a seco.MODELO LCP "24 ~~ de 2-í P es CaiC ° redondo trincado equipado com 7motores P£\TA rfe 65 5HP desen vcÍ*..-rtdo 23 m.ihas com2 beliches WC gelaleiro e pia1K ;,;O monumento comemorativo da inauguração esteve a-pique de não licar pronto antes do dia 21. Motivo: o escultorencarregado de fazer a inscrição esqueceu o "s" dapalavra "inconlidentes".No instante em que se estabeleceu finalmente a ligaçãotelefônica entre o Rio e Brasília, o Sr.José Paulo Viana,que na Novacap era o encarregado de resolver o problema,ficou tão emocionado que não conseguiu articular nenhumapalavra ao telefone.Modeios trincados e ü*oe de funda duplo, de 1 ou 2 motores D>esei ou gasolina,para enseaaas e alto n>ar ae i 6 a 5 2 pes. Oesennos e especificações sob sectiac<strong>•</strong> "1W/iWfWÊMProblema sério : o tipo de cama aprovado para as residênciasdos congressistas era pequeno demais para o SenadorDix-Huit Rosado e para os Deputados Manuel Novaise Miguel Calmou, que medem mais de dois metros dealtura. Em compensação, era grande para os Srs.Jose MariaAlkmim, St*»xas Dória, José Martins Rodrigues, Cid Carvalhoe Armando Rolemberg.Para que nenhuma criança seja prejudicada em seusestudos, o Ministro Clóvis Salgado determinou que o anoletivo em Brasília só tenha início no começo de maio.Um jornalista que percorreu recentemente as dependênciasdo Palácio da Alvorada ficou surpreso e impressionadoquando entrou nos aposentos do Sr. Juscelino Kubitschek.Em cima da mesinha-de-cabeceira do Presidenteestava o preço que êle pagava pela construção da NovaCapital: havia ali mais de 20 vidros diferentes de remédios.pesMODELO LC <strong>•</strong> 31 ^ ^ ~~ Casco üso de fundo duplo com 6 comas lavotonoWC cnuveiro geladeira educado com 2 motoresPENTA de 120 BHP resfriadcs o cg^a doce Velocidade "3 milhas Coni.r:cerca de 40 litro* por horoDistribuidores exclusivos do*aromados motores marítimosPENTA-VOLVO o gasolinae Diesel, de 5 a 180 H P(afiÀfmys t /7lnJLCONSTRUÇÕES NAVAIS S. A.MATRIZ - Rio - Av. das Bandeiras, 646 - C«. Postal 1449FILIAL - São Paulo - Av do Estado 7S64End T,|ta. BRASILVOLVOACEITAMOS REPRESENTANTES NOS ESTADOS


3P> AKJ, P>10 X^ O. £Si, 4CL.4/?, p. Z5V y ,r-*âÉêjtROLEX— um marco na história de medir o tempo!Je bemfemininosaberas horas...quandoto relógioé Rolex^ Linda, moderna,caprichosa, inteiramentevoltada para odeslumbramento da vida,entre belas floresperfumadas e jóias,muitas jóias..."ela" sabe aproveitarseus encantos femininos.Mas, um homem —aquele que tema distinçãocaracterística dahabilidademasculina — oferece a"ela", um relógio Rolex...Ê um homem diferente,um homemque se destaca com algo novo:um relógio Rolex...E, inesperadamente,"ela" fica encantadacom o seu presente...É mais pessoaldo que um mink— e, realmente, lindíssimo.Ê mais encantadordo qiie um perfume— exatamente uma jóiade precisão perfeita.Nada tão delicado...tão feminino.Ê completamente dela.E "ela" adora isso.RELÓGIOS ROLEX LTDA. - Cx. Postal 5217 - TeL 35-1843 - S. Paulo0 leitor em MancheteAs dez maisA leitora que se assina, Mildred,de Campos, envia-nos uma curiosasugestão: "Vocês poderiam fazer umconcurso para eleger as dez mais simpáticasleitoras de MANCHETE. Paraconcorrer, bastaria que as candidatasenviassem suas fotografias e aescolha das dez mais ficaria a critériodos diretores e dos fotógrafos."E finaliza: "Como prêmio, as dez candidatasvencedoras ter am suas fotosestampadas na capa de MANCHETE."Seria difícil a escolha, Mildred, poistodas as leitoras de MANCHETE sãosimpáticas como você.Por quê ?0 Sr. José Geraldo, depois de fazeralguns reparos à reportagem "SãoPaulo — 1960", ressaltando que naquelacidade se fala o melhor vernáculodo Brasil, e não o pior, conformehavíamos escrito, pede que publiquemosas seguintes perguntas, endereçadasa todo o público leitor:"1 — Por que a ciência engatinha eas doenças correm ? 2 — Por queJesus foi tão bom e existe tanta maldade?3 — Por que não procurarfazer só o bem ?"SugestõesRecebemos do Padre Francisco, deCampinas, SP, uma carta extremamenteinteligente, contendo sugestõesprec osíssimas, mas, infelizmente, dadaa sua extensão não podemos publicarna íntegra. O missivista começacom uma sugestão, que êle mesmoqualifica como pequena: "Colocarna página de cada um dos cronistasuma foto dos mesmos." E ressalta:"Enfim, eles merecem publicidadetambém pessoal para que os possamosdistinguir nas ruas, dentre osm lhares de vis mortais, anônimos einteiramente apagados." Em seguida.sugere: "Por que não criar uma página— uma só, sei que é muito cara— para dar uma chancezinha amilhares de leitores? Essa página sechamaria, por exemplo, VOCÊ EMMANCHETE, onde o leitor poderiaganhar um "prêmio de loteria" aover sua colaboração publicada." Depoisde apontar algumas normas(bem imaginadas) para a execuçãoda referida página, finaliza PadreFrancisco: "Creio ser este o únicoponto falho de MANCHETE: tratarcom pouco caso os leitores, com aquelarepetidíssima frase — o nosso quadroestá completo. Em palavras traduzdas a um bom entendedor elasign fica: leitor ignorante, ingênuo,etc. Despertar vocações, animar tendências,encorajar iniciativas no campointelectual é obra patriótica, emboranão muito, ou quase nada, comerciai"Apesar de estarmos, realmentecom o quadro completo, o quenão representa necessariamente desprezopelos le tores, muitas de suascolaborações espontâneas têm sidoaproveitadas. Basta que elas obedeçamà linha e à programação redatorialda revista. De resto, vamos estudara sugestão do 'VOCÊ EMMANCHETE".Aplausos a JK0 Sr. Roberto Malheiros Julian,de São Paulo, escreve: "Sendo leitorhá algum tempo desta ót ma revista,venho elogiar o apoio que estãodando ao Governo de JuscelinoKubitschek, publicando reportagenssobre suas inúmeras realizações. Consideroo atual Presidente realmenteassombroso, pois não é qualquer umque sabe aproveitar os poucos anosde mandato da maneira que esse gêniosoube fazê-lo. Aproveitando aoportunidade, peço que façam umaedição especial, colorida, sobre aNOVACAP, por ocasião de sua inauguração."O pedido do leitor veio sol)medida: o número especial já estáquase pronto para rodar. Também deSão Paulo, o leitor LAÍS Philippemanda uma recomendação: "Vocês aíde MANCHETE, cujas vozes são maisouvidas, precisam avisar aos senhoresantimudancistas que assim como oPresidente Juscelino e sua turma irãopara a História, por causa de Brasília,eles também irão, somente queno papel de vilões."O JK do AmazonasO Deputado Roberto Jansen, líderda UDN, na Assembléia amazonense,solicita-nos que publiquemos algumasretificações, no seu entender,necessárias, à reportagem "GilbertoMestrinho — o JK do Amazonas".Depois de afirmar que as eleições noAmazonas foram fraudadas, diz oDeputado que a d ferença de votosfoi 402 e não 800, conforme escreveuo nosso repórter. Em seguida, dizaue o Governador não goza de prestígiopopular de acordo com o descritona reportagem. Em outro item. informaque o Sr. Gilberto Mestrinhonão concorreu sozinho às eleições,mas por uma coligação de três partidos:PTB, PST e PSB. Continuando,assevera o missivista que Mestrinhonão desarmou a oposição e queo orçamento do Estado não está equilibrado.Finalizando, escreve- que ofeijão em Manaus custa 80 cruzeiroso quilo e não. 22. Em compensação,o leitor Max miliano de Jesns Trindade,de Salvador, BA, remete-nosuma carta da qual destacamos os seguintestrechos: "Lendo a reportagemsobre as realizações do GovernadorMestrinho foi imenso o meucontentamento, pois, quando deixei oAmazonas, o Estado estava às portasdo caos. Não havia água, luz, os gênerosalimentícios eram escassos efaltava verba para tudo, ficando aCapital e o 'nterior entregues à própriasorte." E mais: "Sou um orgulhosode minha terra e é por isso queenvio por intermédio de MANCHETEo meu caloroso aplauso ao GovernadorMestrinho."Dos leitores ao leitorCinco leitores nos escreveram, hipotecandosolidariedade ao Sr. AlbertoFerre ra, a quem o cronista RuhemBra?a havia chamado de "umirdagidor de mau-gôsto". Os leitoresjnsé Augusto e Basílio, de Rio Grande,RS, em sinal de protesto, devolverama página da revista. Os outrosque mandaram suas cartas, abordandoo mesmo assunto, são: Paulo Alvarenga,de Belo Horizonte. José Melo,de Santa Fé do Sul, RS, e CláudioB. Souza, de Santa Catarina.Ordem técnicaAos inúmeros leitores que nos indagaramsobre a om ssáo da crônicade Fernando Sabino no n. 416, temosa informar que a mesma foi devidoa motivos de natureza técnicana confecção da revista.


SP> í\hi,P>lO XQ.O. 6SI, ACL .4/?, o 2.GRUBEMBRAGANotas de umde viagem:cadernoCuba". . .ei poso inicial de un mundo radicalmentenuevo." £ assim que Armando Hart, jovem Ministroda Educação de Cuba, se refere à Revoluçãode seu país.Não tentarei explicar a esse moço de 24 anosque não há nada de novo sob o Sol; ele sabe quehá, inclusive êle mesmo e a Revolução. E essa suacrença é extraordinariamente produtiva, pois êlejá abriu alguns milhares de escolas e em 1961espera estar dando educação a todos os meninosem idade escolar. A Revolução multiplicou poroito, quase, o orçamento de seu Ministério. Etransforma quartéis em escolas.".. .nosotros ténemos dificultadas econômicassi queremos tener dificultades econômicas, y resolvemostodos los problemas econômicos dei país,presentes e futuros, si estamos en disposición de resolveresos problema* econômicos, o sea de hacer iascoÊas que debemos hacer para lograr esos fines."Isso está em um discurso de Fidel Castro, de17 de setembro de 1959. Não é uma verdade. Éuma afirmação de fé e de vontade de trabalhar.A fé e a vontade de trabalhar não resolvem, infelizmente,todos os problemas econômicos de umpaís. Eles dependem de muitos fatores objetivos,internos e externos. Mas quando o homem achaque o destino está em suas mãos êle começa, efetivamente,a ser dono de seu destino. Ou a pensarque é, o que não dá no mesmo, mas fica muitoparecido.<strong>•</strong> <strong>•</strong> <strong>•</strong>À Revolução cubana não falta, como se vê,ingenuidade. Mas não é com ceticismo que se fazemrevoluções.Uma Revolução se faz com muita coisa, inclusivecom os "bofes." Foi a primeira coisa quevimos em Cuba, os "bofes" da Revolução : mulheresfeias feiamente vestidas de vermelho e pretonos esperavam no aeroporto. São "Ias damas de IaRevolución." Não sei o que elas fizeram, e acreditoque tenham praticado atos heróicos, pois há umpotencial enorme de energia acumulado no interiorde cada "chaveco."Mas como estão à vontade, como se mostramna luz, como brilham prazenteiras! A Revoluçãolhes deu a grande oportunidade da vida.Cuba é um país de muitas mulheres bonitas,e muitas lutaram pela Revolução; muitas morreram,que eram belezas em flor. Mas na vanguardaestão os "bofes", ou, como diria Marx : "as quenão têm nada a perder, e um mundo novo aganhar."beijei uma na testa.* » *Eu e Marcito chegamos cedo demais ao Palácio,onde o Presidente da República ofereciaaquela noite um banquete à comitiva de JânioQuadros.Ficamos a esperar em uma saleta do primeiroandar. O salão de honra era guardado por doismilicianos. Um deles, mocinho, miúdo, de cabeloslongos a se enroscar nos ombros, como o "Che"Guevara ou o Raul Castro. A princípio estavamuito marcial e formalizado. Quando se acostumoucom a nossa presença e nos esqueceu, começoua fazer micagens. Simulava exercícios violentoscom seu fuzil belga; fez um ataque a baioneta queera um "ballet" digno de um Chaplin ou de umCantinflas. Falava torrencialmente, com a volubilidadedos cubanos; o outro torcia-se de rir. O menoradotava as posturas mais desleixadas e, subitamente,fazia um "apresentar armas !" infernal.- Fidel Castro não gosta que a gente apresentearmas quando êle passa. . .Perguntei-lhe por quê.— Acho que êle se assusta comigo...E riam de chorar, os dois. Foram rapazinhosassim que derrotaram um Exército de dezenas demilhares de homens muito bem armados e treinadospelo Ditador. Era um Exército que antes deperder a guerra tinha perdido a alma.n


BP> W.ftfo X3.0. 65),ACL.4/1, 9 ,Z?Jt d* li (f)Vuíl^\BRASÍLIAENTRO de mais alguns minutos, parto para Brasília.D Estão botando as coisas no automóvel. Tenho a impressãode que vou à Lua. Onde está a máquina fotográfica? E a farmácia ? Deixa ver se tem tudo : cafiaspirinapara a dor de cabeça, termômetro para a febre, privinapara o nariz, coramina para o coração, iodo e esparadrapopara a eventualidade, mitigai para os mosquitos,alka-seltzer para a ressaca, elixir paregórico para o queder e vier. Alguém viu se minha casaca está no carro ?E o peito duro, a gravata branca e o sapato preto ?Telefona ao Sette e vê se é preciso "smoking" também.Meu Deus, para que tudo isso ? Copos de papel, pratosde papel, guardanapos de papel, garfos, facas, colheres,salsichas em latas, pão, água... Você acha que vai faltarcomida em Brasília ? Será que vamos passar fome naestrada ? Então, apanha lá no bar mais uma garrafa deuísque, o vinho que o Embaixador da Iugoslávia mandou,e aquele camember que está guardado no armário dacopa. Não, não esqueço o queijo - á viagem é longa eo cheiro, forte.Quanta providencia para assistir à mudança de umacapital. E tem rriais. Colchões para a falta de camas,revólver para os ladrões de estrada, revisão no motorpara suportar as cinqüenta prováveis horas de ida e volta,disposição, quase bravura. Sinto que vou viver umagrande aventura. -Não invejo os que estão na cama, os que vão ficarnas suas cidades, os que vão desfrutar apenas pelos telegramas,pelas manchetes e pela televisão o grande acontecimento.Eu quero ser dos que estão lá, eu quero participarde tudo com a minha emoção e poder contardaqui há anos aos meus garotos que vi a Capital nascer,a 2Í de abril de 1960, em plena Praça dos Três Podères,entre hinos e fogos, lá no centro daquele planalto. Vi oimpossível realizado. E quando eles souberem que o velhoaqui chorou um pouco (estou certo de que isso vaiacontecer) talvez me julguem melhor. Saberão que foide alegria pelo futuro deles, da geração deles, que chorei.Um momento como esse que vem aí, só aparece deséculo em século. Não posso perdê-lo. Por isso não invejoos que estão na cama, os que dormem no confortode suas casas. Não, não posso invejá-los. Eles não imaginamque estão perdendo o "show do século.Resta ainda saber se já tenho fósforo, velas, cartõesde visita no bolso, garrafa térmica, mapas, travesseiro,dinheiro e retratos.São cinco horas da manhã. Bem, está na hora departir. Ah, logo agora esse telefone. E' um amigo prevenindoque há ponte quebrada depois de Belo Horizonte.Êle acaba de chegar de Brasuia e está cheio denotícias : — "A Helena Mello oferece um jantar na quinta--feira, Baby Monteiro levou uma caravana de Kombiscom convidados, mantímentos, empregados e acho queaté animais domésticos. Ao longo da estrada, há carros--tanque : ao todo um milhão de litros de gasolina serãoconsumidos. E' bom levar, além da roupa de festa, camisas-esportepara as manhãs, que são quentes, suéterese meias de lã para as tardes, que são frescas, sobretudoe chapéus para as noites, que são frias. Se por acaso dormirno carro, leve três cobertores. Na hora da inauguração,dois médicos estarão próximos do Presidente,prontos para qualquer reação emocional mais forte. Levetoalha, sabão e pouco dinheiro, para não ser muito roubado.Nunca beba água da bica, a Polícia é camaradamas está sempre pronta para qualquer emergência. ALúcia Pedroso usará um vestido de Dior e os jornaisde Goiânia anunciam com fotografia e tudo que Teresae Didu estarão presentes. Vai ser duro para o Diduarranjar cravo de lapela. Comida não falta e o José Fernandesabasteceu o seu "Au Bon Gourmet" local com tudoque há de melhor."Entre curioso e preocupado vou ouvindo o que omeu amigo recém-chegado conta. Uma coisa sobretudome faz rir. Os colunistas sociais de Brasília (é verdade,eles existem) fazem apelos para que, depois do dia 21,todo mundo use paletó, gravata, terno escuro e, se possível,chapéu. Estão já compenetrados e querem vestiro planalto com seriedade de capital antiga. Isso, naturalmente,levará tempo e acho mesmo que Brasília jamaisperderá o seu simpático tipo de cidade "bluejeans".Já devem ser seis horas da manhã, pois minha filhamenor acordou. Ela acorda extremamente pontual. Osoutros vão acordando também. Antes que a casa des-)erte totalmente, devo beijar alguém e partir. Ou vouÍ ogo ou corro o risco de começar brincando com o cachorro,atender outro telefone...Entro no carro. Parece mais uma velha carroça de"cowboy", pronta para enfrentar o "farwest". Ligo omotor e digo adeus. O meu Rio vai ficando para trás.w :Quanta providência para assistir à mudança de uma capital...


Mas o fato é que eu também quero ver o"show" do séculoafU


IiMoças bonitasvão a Brasíliamw,m fl-o.isi.ACL.V9<strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong>MHmiHHlHLindas moças, que irão para Brasília no dia da inauguração e ali trabalharão como recepcionistas, fizeram uma paradana Imperial Modas, com o fim de experimentar seus bonitos uniformes. Todas elas trajarão vestidos simples e elegantes,próprios para o trabalho. As luvas e os sapatos são da mesma côr que as bolsas grandes, conforme a moda. Nasesquinas das ruas Gonçalves Dias e Ouvidor a circulação dos pedestres esteve praticamente interrompida.Em Nova Iorque:Alvorada é o lemaEste é o projeto do "stand" do Brasil na IV Feira Mundial de Nova Iorque, que será inaugurada no próximo mês. Oprojeto procurou captar o sentido arquitetônico da nova Capital e reproduz, externamente, o Palácio da Alvorada.Nas paredes serão colocados mapas luminosos e cerca de 15 mil recortes de jornais americanos sobre Brasília. Serámostrada, também, uma máquina automática que responderá a qualquer pergunta que seja feita sobre o Brasil.I


B9-, AtJ.*' <strong>•</strong> 5l,4Cl_.4 3o*m 14^HjflPioneiras receberam o CongressoPara agradecer a aprovação do projeto de lei que transforma asPioneiras Sociais em Fundação, a Sra. Sara Kubitschek recebeu,no Palácio das Laranjeiras, diversos representantes do CongressoNacional. Apesar do regime extraordinário de trabalho que vemabsorvendo os parlamentares, a recepção foi muito concorrida. Naocasião, falou o presidente da Câmara Federal, Deputado RanieriMazzili, e D. Sara Kubitschek agradeceu em rápidas palavras.Ressaltou que a aprovação do projeto dará verdadeira autonomiaa uma instituição de caráter beneficente que, para atingir seus ideais,tem de permanecer isenta de quaisquer interferências políticas.\O auditório daRádio Nacional, doRio, explodiu numasalva de palmas,quandoPauloGracindo, durantea realização deseu programa,anunciou o estréiada cantora DeniseDuran. Em meioaos aplausos havia,também, umaponta de saudadesde Dolores, ainesquecível criadora de "A Noite do Meu Bem", irmã de Denise.Revelando uma personalidade artística própria e muita bossa parao microfone, a Duran que surge foi saudada pelo animador doprograma e pela cantora Emílinha Borba. Denise logo revelou quecanta bem e interpretará, principalmente, músicas de sua irmã.Zuleika Pinho, brotode 18 anos e olhosverdes, só dançava"ballet" clássico.Um dia convidaram-napara fazerum bailado modernona TV e elachegou à conclusãode que todo o seusentimento se voltavapara as dançasfolclóricas e orientais.Nunca maisparou e hoje é umsucesso certo de televisão.Ela viajará,em breve, parao Oriente, ondese especializará.ZULEIKA DANÇACOM O CORAÇÃO


Bfi A> * u €5!^CL. 4/7, p. 3-1Por 1991 votos e 194 abstenções a Convenção Nacional do PSD, em sua segunda reunião, decidiu homologar a candidatura do Sr,João Goulart como companheiro de chapa do Marechal Lott às próximas eleições. A reunião transcorreu calmamente, ressaltandoos pontos de vista unânimes e a coesão das forças que apoiam o nome do Marechal. A sessão, que foi presidida pelo Ministro AmaralPeixoto, teve como líder da convenção o Sr. José Marta Alkmim e, além da importante decisão de homologar a candidatura Jango,ainda decidiu pela mudança da sede do partido para Brasília. Entre os membros da comissão que foram encarregados de levar anotícia ao Vice-Prestdente da República, encontrava-se o Governador Moisés Lupion e os Srs. Afonso Celso e Meneses Pimentel.AMARAL PEIXOTO, Lott e Jango, autênticoestado-maior da batalha eleitoral que se inicia.38O DEPUTADO Último de Carvalho, seguidorentus asta do Marechal, falou na Convenção.FERREIRA DA COSTA (no centro) candidateao Governo do Paraná, e os risos da vitória.


ÔP) M, PSiO X«i. -CL. 4/9, 0.3Cut ifll^Gangazuma ouo céu dos negrosOI num filme-revista norte-americano, e me deuF a perfeita imagem de um racismo subconscientecom manifestações poéticas. Um negro sonhava quemorria e que, por ter sido bom entre negros e brancos,amarelos e peles-vermelhas, ia sem qualquer embargopara o céu. Qual céu ? O nosso ? O de Cristo, ondeos homens de quaisquer cores são igualmente deDeus ?Não : havia um céu separado, separado como oslugares para "coloreds" nos ônibus dos Estados doSul. Ali os anjos eram negros como >os bem-aventurados: deviam ter a voz grossa de Armstrong, a carapinhainesticável de Sammy Davis Jr. e a beiçarra deNat "King" Cole. Nada de mestiços encarnando o pecadoda promiscuidade racial. Por certo os mulatosestavam no inferno expiando a culpa do amor proibido.E ali iria ter, um dia, a alma dessa flor de mulatinhaque é Lena Horne, a despeito de ter feito bem àhumanidade com seu sorriso meigo e sua voz tranqüilizante.Apesar dessa crueldade racista, mascarada de"humour", a fantasia obtinha seu efeito recreativo. Opúblico nunca tinha pensado em anjos negros, emboraTarsila do Amaral ja os houvesse pintado, e lindos,nos seus céus brasileiros democráticos e igualitários.Quando os escurinhos de asas surgiam, planandocomo enormes urubus fantasiados de garças, o públicoria.Toda a pintura religiosa da Renascença se esmeraraem nos mostrar anjos louros e de olhos azuis,como se isto fosse exigido por Deus, no lugar de alturac tórax largo, indispensáveis para o ingresso naguarda particular de um rei. Os mais intelectualizadosimaginaram Patrocínio, naquele camisolão branco,sobrevoando o céu dos negros à procura da almaboa de Gangazuma, chefe nos quilombos dos Palmares.E seu filho Zeca contando lindas mentiras a Gangazuma,escolhido a dedo pela credulidade ou pelogosto de ouvir mentiras bem imaginadas e bem contadas.Existe, sim, um racismo inconsciente, às vezesrevelado por uma aura poética e um engenhoso jôeode palavras. Há anos vimos um outro filme tirado doromance de um escritor hispano-americano intituladoO PRETO QUE TINHA ALMA DE BRANCO. Opersonagem central era um negro muito bom, e quandonegro é bom mesmo, abram-lhe a barriga e o tórax,puxando o fecho "éclair", e surgirá uma alma brancade branco. Inversamente, um branco mau mostrará,aninhada no seu âmago, uma negra alma de negro.Aumentava a estupidez e a brutalidade do filme umator pintado de negro, à maneira de Al Johnson, emquem nunca pude deixar de ver a tinta preta e certasmarcas de fotografia de branco mostrada em negativo.Neste instante, meu bom Gangazuma, a Áfricado Sul está dando ao mundo o mais extemporâneoyexemplo de ferocidade racista. Mata jovens, velhose meninos negros na África dos negros, em grandeparte libertada pelos movimentos de consciência dosnativos fracos de armas, superarmados de razões. Equem ordena os massacres não são os ingleses puros,antigos colonialistas cônscios, finalmente, de que aépoca vitoriana de rapinas territoriais passou : são osdescendentes dos colonos flamengos da mesma raçadaqueles que no Brasil mandaram duas expediçõesexterminar os negros livres da confederação dos Palmaresonde, pelo menos, os quilomholas eram tambémimigrados, tinham vindo de fora, o que reduziao morticínio a um acerto de contas entre estrangeiros,na lógica fria dos invasores.Lembras-te, Gangazuma ? Também a luta dos"boers" contra os ingleses foi uma luta entre invasorespara os negros da África, ainda escravizados. Lutavampelo húmus da terra, bondosa como em nenhumaoutra parte do continente, e pelos diamantes descobertosdepois. Os donos da África, os negros, nadatinham com a briga. Que lhes importa a mudançade dono se o relho e a canga eram os mesmos ? Krügersaiu dessa guerra de usurpadores como um herói africano,um Scipião colonial com seu monumento maisfirme em Amsterdam ou Haia, naturalmente.Estás vendo, Gangazuma ? Trucidam os legítimosdonos do continente africano, mas um branco chamadoDavid Pratt dispara seu revólver contra HendrickVerwoerd em nome da igualdade de raças e dafraternidade humana. E* esse homem sem sangue negronas. veias que tenta abater o racista máximo, otouro ariano que espuma de ódio quando vê umapele negra, um pano negro nas ruas de Johannesburgoou da Cidade do Cabo. E' esse advogado espontâneoe invencível que põe finalmente o racismo sul-africanono banco dos réus acordando, com seus disparos, osnegros mais surdos das mais inacessíveis cubatas, osbrancos mais insensíveis das mais anestesiadas civilizações.Será condenado por tentativa de homicídio ? Certo,não tenhamos dúvidas, Gangazuma, mas seu cárcerenão tardará a ser arrombado pelos negros vitoriososna luta pela posse do seu continente. A Inglaterratem o gênio da adaptação ao tempo, não lheagrada o espírito do Transvaal na comunidade denações livres formada pelo espírito da Inclia.E quando David Pratt morrer, tomem nota paraconferir meu vaticínio, irá para o céu dos negros, istoé, para uma espécie de Harlem dos negros dentro docéu dos brancos e dos amarelos : um simples clubeonde os escurinhos se reunirão para fazer sua músicasem incomodar Scarlatti Pergolese, Mozart, Chopin,Bach, Beethoven e outros maiorais da música propriamentedita...- Vocês sabem, eles são muito velhos, não sabemosse gostam de "jazz". ..


RASIL, capital Brasília ! Eis a realidade que retifica os velhos textosescolares e muda os rumos da nossa história. Triunfa uma idéiaBque completou, no mês passado, 147 anos de idade. À marcha dessaidéia, através de mil e um tropeços, merece ser contada. E' uma admiráveldemonstração da força do espírito atuando sobre um povoque amadurece para as grandes realizações nacionais.A prioridade da iniciativa é de Hipólito José da Costa Furtado deMendonça, o primeiro jornalista brasüeiro. No "Correio Brasiliense",publicado na Inglaterra, onde, exilado, fugiu às perseguições da Inquisição,criticava ele, em março de 1813, o comodismo da Corte de D.João, instalada no Rio de Janeiro, quando à sua chegada ao Brasil,em 1808, poderia ter criado uma nova e moderna Capital.Frisando a necessidade de ser edificada uma cidade de onde fossem"abertas estradas que se dirigissem a todos os portos de mar, oredator do "Correio Brasiliense" proclamava : "Quanto às dificuldadesda criação de uma nova Capital, estamos convencidos de que todaselas não são mais que meros subterfúgios". Apontava-nos o exemplonorte-americano : "A facilidade com que nos Estados Unidos da AméricaSetentrional se edificam novas cidades, o plano da fundação deR MAGALHÃESsua nova Capital, Washington, onde não havia uma só casa, mais nocentro de seu território, é argumento tirado da experiência de nossostempos, que nada pode contradizer*. Censurava à Corte a falta de coragemno arrostar novas condições de vida. O Rio estava feito. Tinhahaoitações razoáveis, ruas por onde transitavam carruagens, um teatrinhoe outras diversões para os cortesãos. Evitava-se o trabalho decriar outra cidade "com os incômodos inerentes a novos estabelecimentos".E comentava, com tristeza : "E por essas miseráveis consideraçõesse roubou a S.A.R., o Príncipe Regente, a glória incomparável de sero fundador de uma cidade, a que afixaria o seu nome, fazendo-se imortalna criação de uma vasta monarquia". Em sucessivos artigos, de1813 a 1822, defendeu Hipólito a mesma tese, sempre mostrando oexemplo de Washington, onde tratos de terra haviam sido vendidos emmoeda corrente, para ser o dinheiro empregado na construção de edifíciospúblicos.A idéia começou a trabalhar os espíritos, mas só apareceu numdocumento de grande significação política quando, em 1821, foi incorporadaàs instruções da Junta de São Paulo aos deputados paulistas àsCortes Portuguesas. D. João VI cedera às exigências dos constituciona-JRBRASILCAPITALBRASÍLIA


3P>listas e, abrindo mão dos podêres absolutos, convocara as Cortes deLisboa. O Reino do Brasil elegeu, então seus primeiros deputados.José Bonifácio de Andrada e Sirva não concorreu a deputação por SãoPaulo, mas seu irmão, Antônio Carlos, fora eleito. Entre os demaisfiguravam Diogo Antônio Feijó e Nicolau de Campos Vergueiro. Umaparte das instruções da Junta, elaboradas por José Bonifácio, com a datade 9 de outubro de 1821, versava especialmente sobre a mudança daCapital do Brasil. Aí escrevera o ilustre paulista : "Parece-nos tambémmuito útil que se levante uma nova cidade que sirva como Capital eassento da Corte ou da Regência, em uma latitude, pouco mais oumenos, de quinze graus, em sítio sadio, ameno, fértil e regado poralgum rio navegável. Deste modo, ficará a Corte ou assento da Regêncialivre de qualquer assalto e surpresa externa e se chama para asprovíncias centrais o excesso da população vadia das cidades marítimase comerciais. Desta Corte central dever-se-ão logo abrir estradas paraas diversas províncias e portos de mar, para que se comuniquem ecirculem com toda a prontidão as ordens do Governo, e se favoreçapor elas o comércio do vasto Império do Brasil."Nas Cortes Portuguesas, as vozes dos deputados brasileiros nãodecerto criará em breve giro comercial interno da maior magnitudeetc."Lembrando que era lenta e difícil a comunicação marítima entrea Capital do Império e os portos longínquos do Pará e do Amazonas,dizia José Bonifácio que "todos esses embaraços e dificuldades cessarãopelas comunicações internas com a nova Capital por meio de estradas".No seu entender, o ponto ideal para a localização era a Comarca deParacatu, no Oeste de Minas, "pelos muitos rios que ali nascem, ou secruzam e engrossam". Ponderava, no entanto: "A escolha final dolocal só pode decidir-se exatamente depois de trabalhos geodésicos esanitários de uma comissão composta de engenheiros, médicos e arquitetos,que levante a planta do terreno e examine as circunstânciaslocais que o devem fazer digno de tal categoria".Se a Constituinte não tivesse sido dissolvida por D. Pedro I, asidéias de José Bonifácio, dada a sua autoridade e prestígio, decertoteriam então prevalecido.O terceiro defensor prestigioso da idéia da mudança da Capitalfoi o diplomata e historiador Francisco Adolfo de Varahagen (Viscondede Porto Seguro). No ano de 1834 (período regencial) dizia êle : "Per-UME A HISTÓRIA DA NOVAencontraram ressonância. Aliás, ao serem encerrados os trabalhos, emLisboa, a 23 de setembro de 1822, a independência do Brasil já estavafeita. Na Assembléia Constituinte de 1823 (dissolvida antes de completarseus trabalhos), o Deputado José Bonifácio, no exercício dapresidência, fêz a 8 de junho uma representação a seus pares, sobre omesmo assunto, dizendo, inicialmente, o seguinte : "Parece muito útil,até necessário, que se edifique uma nova Capital do Império no interiordo Brasil, para assento da Corte da Assembléia Legislativa edos Tribunais Superiores, que a Constituição determinar. Esta Capitalpoderá chamar-se Petrópolis ou Brasília." Duas denominações felizes:uma seria aproveitada, no meado do século passado, para batizar onúcleo de colonização germânica estabelecido na região serrana fluminensepor D. Pedro II e a outra é agora retirada do olvido.Depois de repetir argumentos constantes das instruções da Juntade São Paulo, dizia o Patriarca da Independência: "Como esta cidadedeve ficar, quanto possível, equidistante dos limites do Império, tantoem latitude como em longitude, vai-se abrir, deste modo, por meio deestradas que devem sair deste centro como raios para as diversas provínciase suas cidades interiores e marítimas, uma comunicação queCAPITALmita Deus que seja quanto antes retirada a Capital do Império, tãovulnerável e tão exposta", acrescentando que "a própria Providênciaconcedeu ao Brasil uma paragem central mais segura, mais sã e maisprópria a ligar entre si os grandes vales do Amazonas, do Prata e doSão Francisco". Foi uma voz que pregou no deserto...Cinqüenta e sete anos depois, quando a monarquia já havia desaparecidoe o regime republicano entrava na fase de estruturação,a idéia voltou a debate e foi pacificamente incorporada à Constituiçãoda Fepública. Nesse documento, promulgado a 24 de fevereiro de 1891,dizia o artigo 3.° : "Fica pertencente à União, no planalto central daRepública, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que seráoportunamente demarcada para nela estabelecer-se a futura CapitalFederal. Parágrafo único : Efetuada a mudança da Capital, o atualDistrito Federal passará a constituir um Estado."Convém lembrar que Machado de Assis, comentando esse textoconstitucional, foi quem primeiro lembrou o nome de Estado daGuanabara, para a nova unidade federativa a ser criada, por seraquele o nome que os poetas outrora lhe davam...O governo de Floriano Peixoto, iniciado em novembro de 1891,SEGUEÍÍ!9HtvlÍ!IImmKKIMMTBwK£ IP iriiriíKi Küfi sr»?!ifillllüll 11*1 LÍURÍ-9 iriirs i^inAS.p *<strong>•</strong>«Ia *»i3 I I IüMalNfetLriKI «f g»»<strong>•</strong>***


, P>'O x^. o. e ' <strong>•</strong> y?, p.zcBRASÍLIA^ máquina administrativa já começou a ser montada - os blocosfoi o primeiro a tomar providencias para que o mandamento constitucionaltivesse execução. O orçamento para 1892 consignava a verbanecessária para a realização dos estudos preliminares : exploração doplanalto central, investigações sobre o clima, a hidrografia, a geologia,etc, e escolha da área em que devia ser localizado a nova Capital.A 17 de maio daquele ano, o Ministro da Agricultura, Antão Gonçalvesde Faria, nomeou a comissão, para cuja chefia foi escolhido ocientista Luís Cruls, nascido na Bélgica, mas radicado no Brasil ealcançado pela "grande naturalização". Entre seus companheiros figuravamJ. Oliveira Lacaille e Henrique Norize, astrônomos ; AntônioMartins de Azevedo Pimentel e- Pedro Gouveia, médicos; EugênioHussak, geólogo; Ernesto Ule, botânico; e os militares Celestino AlvesBastos, Tasso Fragoso, Hastínfilo de Moura, Alípio Gama, Pedro CarolinoPinto de Almeida e outros.A 9 de junho partiu a comissão para Uberaba, ponto terminal daEstrada de Ferro Mogiana, levando 206 caixotes e fardos de material.Aí ficou, organizando a expedição, até 29 do mesmo mês. Partiu,então, para o planalto, via Catalão, Entre-Rios, Bonfim e Pirenópolis.Cruzou rios e montanhas, venceu enormes dificuldades, mas atingiu,por fim, o seu objetivo. A área escolhida corresponde à que afinal foiutilizada : no mapa, então organizado, está o Rio Paranauá, que, represado,forma o largo ora existente em Brasília. No final do relatórioao Governo, escreveu Luís Cruls : "Sem entrarmos aqui emconsiderações de ordem política e administrativa, muitas razões háque aconselham a mudança da Capital Federal para um ponto dointerior do território. Entre elas salienta-se o incontestável benefícioque daí resultará para toda essa imensa região central, à qual faltouaté hoje a indispensável vitalidade para que se pudesse desenvolvere progredir convenientemente."<strong>•</strong> A distância eraapontada como grande obstáculoaT)ARA ela convergiriam então as principais estradas de ferro, que<strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong> seriam como que as artérias ligando-a não só aos principais pontosdo litoral como também às capitais dos diversos Estados. Em suma :julgamos necessário insistir nas vantagens que para o desenvolvimentoe o progresso hão de indubitavelmente resultar da realização desseprojeto." Adiante, afirmava : "Quanto aos inconvenientes ou desvantagensque dessa medida podem provir, acreditamos que eles só existemna imaginação de um pequeno número de pessoas pouco propensasàs idéias progressistas e que, considerando insuperáveis as dificuldadesque lhe são inerente, acham preferível não sair dos trilhosda velha rotina, esquecendo-se de que esta é incompatível com todo equalquer progresso.Um dos obstáculos, o da distância, afirmava que poderia ser facilmentevencido "em 20 horas, admitindo para os trens de passageirosuma velocidade média de 60 km, inferior de 50 a 60% à dos trens americanos",desde que se fizesse ligação ferroviária direta entre o Rio e anova Capital.Ainda sob a chefia de Luís Cruls, segunda expedição foi empreendidaao planalto central em 1894, para estudo das facilidades deacesso por outros caminhos que não o anteriormente utilizado. O grupode Henrique Morize fez o percurso da Bahia a Formosa, via Juazeiro,cobrindo 371,2 km. O grupo de Hastínfilo de Moura fêz o percurso daúltima estação da Central do Brasil a Formosa, no total de 791,4 km.O grupo de Celestino Alves Bastos seguiu de Itapecerica, ponto terminalda E. F. Oeste de Minas, para Santa Luzia, em Goiás, no totalde 711,9 km. O grupo de Alípio Gama seguiu da margem esquerdado Rio São Francisco para Santa Luzia, no total de 605 km. Depois deconvergirem para o mesmo ponto, alcançaram o planalto. No regresso,novo relatório foi apresentado, desta vez ao Ministro Antônio Olintodos Santos Pires, da Viação, Indústria e Obras Públicas, sendo impressoem 1896 (Governo de Prudente de Morais).Desse relatório constavam observações do botânico Auguste Glaziou,que aconselhava o cultivo, no planalto, de árvores frutíferas comoo araticum, biribá e outras que dão frutos comestíveis, das espéciesmirtáceas, amonáeeas, etc. "Impressionou-me profundamente a calmasevera e majestosa desse vale", escreveu Glaziou. Noutro trecho dorelatório, encontram-se estas observações sobre o local do acampamento: "Ao depois, quase diariamente, percorri, herborizando cá e lá,ora uma parte, ora outra, desse calmo território e dessas excursões voltavasempre encantado. Cem vezes as repeti, quase sempre a pé, parafacilidade das observações, em todos os sentidos e sem a menor fadiga,tão benéfica é aí a amenídade atmosférica." E adiante : "Além dessespredicados terrestres, o clima desses lugares é perfeitamente regular.uNeles reina constante aragem sempre junta a uma temperatura invariável:entendo que tudo aí se reúne para felicitar absolutamente aexistência humana."Impressos os relatórios, nada mais se fêz. Prudente de Morais,tendo conseguido pacificar o Sul, viu-se às voltas com a campanha deCanudos. Campos Sales não pensou em gastos, mas em valorizar amoeda, pela contenção das despesas. Rodrigues Alves executou asgrandes obras do Rio (inclusive as do porto). Afonso Pena, criador deBelo Horizonte, não pensou mais em mudanças, mas em dar encouraçadosà esquadra. Hermes, em reformar o Exército, Wenceslau, emaumentar a produção. E em evitar os reflexos da guerra no Brasil.<strong>•</strong> Getúlio tente semprereação desfavorável à mudançaA idéia, que dormia, foi de novo agitada quando a paz voltou. Muda-<strong>•</strong>*<strong>•</strong> *<strong>•</strong> -se ou não se muda a Capital? Começou a transitar na Câmara dosDeputados o projeto que autorizava o Governo a dar passos nessesentido. Mas havia resistência. A respeito dessas resistências, falouum deputado mineiro, Francisco Valadares, na sessão de 23 de julhode 1920, na Câmara Federal:- Já não quero lembrar o texto constitucional, mas a conveniência,a oportunidade, de começarmos a pensar em obedecer a êle e nãoem dificultar cada vez mais o que a Constituição dispõe, interpretandoas aspirações dos verdadeiros republicanos ... Transportada a sede doseu Governo para o planalto, a República, por assim dizer, se aproximariadas suas fontes. Haveria ainda a vantagem - e essa incalculávelpara o progresso do Brasil - de chamar para as terras devolutas doais a atenção de maior número, e assim apressar-se a civilizaçãorasileira, a civilização do sertão !Era a época em que se discutia a votação das verbas para a construçãodo Palácio Tiradentes e há 40 anos Francisco Valadares já achavaque essa despesa devia ser feita na nova Capital. O projeto da mudançasaiu em 1920 da Câmara para o Senado, sendo aí aprovado emprimeira discussão. Ferreira da Rosa registrou o fato, no "Memorial doRio de Janeiro" : "O público já estava até esquecido disso... E' queo andamento do projeto parece-se muito com o daqueles carros, tiradospor muitas juntas de bois. que nem por isso andam depressa :levam, tempo a ganhar terreno. Vai custar a dar com a Capital emGoiás. Tão longe ! Tão longe 1"Quando veio a revolução de 1930, o projeto continuava esquecidonas gavetas do Senado, que não tinha pressa...Getúlio Vargas poderia ter mudado a Capital, nos anos em queexerceu o poder discricionàriamente. O Ministro da Fazenda, OsvaldoAranha, era mudancista. Tinha entusiasmo pela idéia. Tentou transmiti-laa seu chefe. Getúlio hesitava. Poderia haver reação desfavorável.As despesas eram muitas. As resistências seriam enormes. Foiquando Aranha teve a frase, que muitas vezes repetiu a amigos :- Fique certo de uma coisa : se eu fôr na frente, levando o Tesouroe o Banco do Brasil, todo mundo virá logo atrás de mim...Em 1934, reuniu-se a Constituinte: o ponto de vista de Hipólitoe José Bonifácio foi reafirmado, nos mesmos termos de 1891. Nadase fêz. Em 1946, uma nova assembléia votou a terceira carta constitucionalda República. E de novo triunfava, pacificamente, a idéia damudança da Capital. Impressionante, essa constância. A mentalidadedo Brasil começara a mudar.<strong>•</strong> JK conseguiu fazero milagre da transferênciaT) EPETINDO Floriano, o Presidente Dutra mandou fazer o levantamentoda área onde devia ser construída a nova cidade. O escolhido,Marechal José Pessoa, engenheiro militar, fixou-se na mesmaregião visitada antes por Luís Cruls e seus companheiros. Desta vez,praticamente, não houve solução de continuidade no esforço mudancista.As providências iniciais continuaram no Governo do PresidenteVargas e, por fim, eleito o Sr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, oCongressso não hesitou mais : votou, unanimemente, os créditos necessáriose as medidas indispensáveis à grande realização. Surgiu aNovacap, como expressão desse entendimento legislativo, e um membroilustre do Congressso Nacional, o Sr. Israel Pinheiro, renunciou aoseu mandato para colocar-se à frente do empreendimento.Produziu-se, depois de um milagre de compreensão, um milagrede entusiasmo e de trabalho, para gloria não apenas de um Presidentee de um grupo de colaboradores imbuídos da mesma energia criadora,mas de todos os brasileiros que sentem em Brasília uma afirmaçãode capacidade construtiva de que só são capazes as grandes nações.


g>fc A/J,*>/0 X9 <strong>•</strong> 0. ES! , £CL .-<strong>•</strong> - :residenciais esperam a chegada dos funcionários.. ._<strong>•</strong>^^wSSBBBt-^<strong>•</strong><strong>•</strong>v"ttBTTWIMK'^l r è-*-«Jh» I ^HB r.. .-.-i<strong>•</strong> V7 J\fij£F'TTfcfcT<strong>•</strong>


Ty TARTA GARCIA é a moça que já entrou para a história<strong>•</strong>*"'<strong>•</strong>*<strong>•</strong> de Brasília como a primeira Miss. Seus olhos verdes ecorjK> bonito ganharam o primeiro lugar na passarela montada,há um ano, na Capital que agora se inaugura. Depois, no Maracanã/inho,a bela carioca foi classificada entre as finalistas.Viajou pela Europa e tornou ainda mais conhecida a NovaCapital. Simples como antes de todo sucesso, Marta continua(requentando o Arpoador e a receber no bonito apartamentode sua família, no Flamengo. Agora mesmo anima com seusorriso as festividades de inauguração da Capital do Brasil.Vestido criado por MAl)A MERüSITAem prata e cetim...Moderno... em linhas clássicas — Neste maravilhosomodelo há detalhes que seguem as ultimastendências da moda. O corte Ha gola, por exemplo; oua manga; ou o cinto, formando um laço inglês. Todavia,no conjunto, é um modelo em linhas clássicas etradicionais. Seu tecido é o cetim Khodia — ricamentebordado cm fios de prata. Para acentuar o belo toque detradição, a grinalda é toda em flores de laranjeira, comvéu em tule Rhodianyl.SELEÇÕESALBÈNE,ERHODIARHODIAJNTYX.rio cLia maiscLe sua. vida.feliz


PauloMendesCamposCasadepensãoQUANDO vim de Minas para o Rio, fui morar,com o perdão do nome, no Palacete Mon Réve,Rua Gustavo Sampaio.O antigo palacete transformara-se em pensãomofina, que eu, de certo em virtude da minha instabilidadefinanceira, achava dostoievskiana.Dividia o meu quarto com a moça mais bonitada pensão. Mas me explico : um tabique de papelãoseparava os nossos leitos, um tabique tão viciado oucomplacente que não se podia virar demasiado nacama estreita sem invadir a outra. Diga-se logo quea minha vizinha, embora não revelasse qualquerpreconceito quanto a essa relativa intimidade denossos corpos avolumando-se às vezes para cima deminha cama, jamais sugeriu, por olhar, palavra, gestoou omissão, que essa intimidade transpusesse as muralhasde Jerico E que almas negras não teríamosquase todos se o pecado verdadeiro não estivesseafinal na transposição da muralha ! Mesmo de papelãoflexível, uma parede é sempre uma parede, epreserva a nossa alma das delícias do inferno. Naquelecaso, eu e a moça dormíamos castamente juntos, encarregando-seo tabique de zelar pelo advérbio demodo. Quando encontrava minha jovem e intocadacompanheira de quarto, na hora do café, seu ar erade um recato sublime, até mesmo de um sublimedesinteresse por mim, e atrás de seus óculos escurosnão era possível enxergar os seus olhos castanhos.O prédio era em forma de T. Meu quarto, oúltimo do corpo central da construção, ficava no ânguloreto da ala direita, onde se enfileirava*m outrosquartos, outros problemas, outras ansiedades.Uma noite, quando me arrumava para dormir,ouvi no quarto ao lado o primeiro da ala, uma vozde mulher moça a clamar em tom indignado contraas constantes infidelidades de um homem. O ataqueera de pessoa para pessoa, as acusações eram sérias eche ; as de ameaças, mas não se fazia ouvir em respostaa voz do acusadoA mulher dizia mais ou menos o seguinte :— Tu pensas que eu ia ficar a vida toda feitouma idiota ? Não vês que eu tinha percebido tudo hámais de seis meses ? Você é um cafajeste completo,Joãozinho. Fiz tudo por você, fui fiel, passei humilhações,não adiantou nada. Ainda se você me enganassede vez em quando, uma, duas, três, quatrovezes. Mas pensar que vou ficar calada só porque teamo isso é que não, meu filho ! Ej:om uma ex-amigaminha í Isto é que não, meu bem ! Para você estavatudo muito cômodo, não é ? Naturalmente achasteque eu nunca teria o topete de dar o estrilo. Poisestás muito enganado. Uma mulher tem sempre a suamoral. Por mais baixa que seja. Até vagabunda doMangue tem moral, fique você sabendo. Pois agora,vais ficar com tua sem-vergonha. Porque a mim vocênão verá nunca mais. Nunca mais! Chega I Oh, sechega !Confesso que, enventualmente também meio cafajeste,subi ao peitoril da janela, ralado de curiosidade.E vi. Vi, em um quarto mais ou menos parecidocom o meu, uma jovem de vinte e poucos anos, nadafeia, maquilada com exagero, vestida com a chamadaelegância duvidosa. Enquanto ela prosseguia na deslompostura,retirava de um armário peças de roupa,para arrumá-las dentro de uma, dua;>, três malas demão.Na cama de casal jazia um homem maduro egrande. Bastava espiá-lo para verificar que a companheiradêie estava certa : Joãozinho era um cafajesteda cabeça aos pés, cafajeste por nascimento, vocação,educação determinação, filosofia, religião... Cabelospretos demrradamente penteados, barba raspada commeticulosidade neurótica, bigodes a capricho, camisacreme de palha de seda, gravata prateada com umapérola, calças escuras bem passadas, sapatos de duascores. O todo da figura era robusto, no limite doobeso, a pele amarelo-esverdeada de quem nuncatomou sol.Expressão não tinha. Fitava o teto, jogando paracima vastas baforadas de fumaça.A mulher, imprecando continuava a fazer as mala^.Às vezes parava e dirigia-lhe um insulto mais duro,torneava um detalhe mais cru; mas o bruto acendiacigarro atrás de cigarro, imparcial e tranqüilo.Por fim, ela passou a chave nas três malas, ajeitouo cabelo, e foi postar-se diante dele em desafio :— Adeus, Joãozinho.Hierática, esperou uma resposta. Êle moveu acabeça para o lado dela, com o olhar sempre neutro,virou as pernas em câmara lenta para fora da camaamassou o cigarro no cinzeiro, levantou-se, segurou-apela gola do vestido; em silêncio, com uma serenidadeprofissional, sem desperdício de gestos, Joãozinhoaplicou na amada um dúzia de sonoros e ritmadostabefes, de dorso de mão na face direita e de mãoespalmada na face esquerda.A cena foi tão rápida, tão natural, tão técnica,que não tive tempo nem razão de espantar-me. Aúltima tapona atirou-a, a soluçar com entusiasmo,?òbre as malas. Êle voltou solenemente para a camacomo um navio de guerra regressa ao ancoradourodepois das manobras. Acendeu outro cigarro, não dissepalavra. Ela chorou, chorou ainda por bastante tempo,depois se ergueu, espasmódica, e foi derramar as derradeiraslágrimas sobre a camisa de palha de seda.joãozinho a recebeu como um pai, sofrido e grave,acolhe uma filha transviada.Minutos depois, a moça lavou os olhos e o rosto,abriu a primeira mala de onde começou a retirar aspeças de roupa. Sumiu por um momento, reapareceuem uma camisola de seda, aninhou-se de novo nospeitos largos de Joãozinho. beijou-lhe a boca e a caraesverdeada. muitas vezes. Êle sumiu também por ummomento e reapareceu em um pijama horrendo.Deitou-se, ela se ajeitou ainda mais pedindo proteção.- João/.inho. ainda gostas um pouquinho demim ?joãozinho não respondeu. Sua mão de unhasesmaltadas procurou o comutador e a treva da noitepenetrou dentro de quarto.


Paro quem deseja acordar naHORfl.CEKTA-JK CIDADÃOBENEMÉRITO DO RIOOI uma noite de alto sentido cívico. A Câmara dos Vereadores do1Distrito Federal conferiu ao Presidente Juscelino Kubitschek o títulode Cidadão Benemérito. Em companhia de D. Sara, o Presidente da Repúblicarecebeu a homenagem e, na mesma noite, anunciou a assinaturade mensagem solicitando ao Congresso a verba de 3 bilhões de cruzeirospara a conclusão das obras que estão sendo realizadas na cidade.3lNO "HALL ' DA CÂMARA, QUANDO O CASAL KUBITSCHEK ERA RECEBIDO POR VEREADORES E ALTAS AUTORIDADES* * / <strong>•</strong>\^mO Despertador "INREBRA" é fabricadopela mesma indústria dos famoso*relógios " H", tem «a som característicoe agradável que não irrita quandodesperta... é um despertador que nãofalha punra! Tenha sempre um<strong>•</strong> JNREBR.V à sua cabeceira - durmatranquilo... e acorde sempre nahora certa 1NAS ESCADARIAS, O PRESIDENTE DA REPUBLICA POSOU ENTRE OS MEMBROS DA MESA DIRETORA E FUNCIONÁRIOSTODOS OUVIRAM DE PÉ, AS PALAVRAS SOLENES COM QUE FOI ENTREGUE A JK O TÍTULO DE CIDADÃOBENEMÉRITO.^ ' «C^INDÚSTRIA 01 RllÓGIOS DO BRASIL LTDA.Ryo Clark, 78 — T«l. 9-3780SSQ Paulo — BfditfV&UMART-Mfr*


' ' ' .< ,! "-MOMENTO EM QUE JK RECEBEU DO PRES. DA CÂMARA A INSÍGNIA DE BENEMÉRITOsão leitos estes lindos talhjeres!c?- aço inoxidável especialmr,SARA. AO SER CUMPRIMENTADA PELO SR. CELSO LISBOA. PRES. DA CÂMARA.m<strong>•</strong> * ,aCom o metal nobre do século, o fabulosoaço inoxidável, são feitos os talheres Wolffinox. Repare nosdelicados desenhos e nas formas de grande classe. Aresistência é absoluta, e o brilho inalterável. Wolffinoxtalheres para sempre, ideais para as refeições diárias.Veja os modelos e escolha o que mais lhe agradar...é beleza em sua mesa! E a qualidade é Wolff!COMPLETA UNHA DE UTENSÍLIOSEm Wolffinox V. encontra tambéma mais completa linha de utensílios, paratodas as finalidadessãoNOVO PROCESSO MICRO-SERRILHADOO serrilhado é pequeno, igual epreciso - mantém o corte das facassempre perfeitot >FAMAMUNDIALNA RUA. EM FRENTE A CÂMARA. O POVO SE AGLOMEROU PARA APLAUDIR JKSOC. PAULISTA DE ARTEFATOS METALÚRGICOS S. A.C. Postal, 5947 - S. Paulo


ÇP> 4M, ?AO X^.O. €SI, 4CL.4/?, p.4JAventuradocotidianoHAVANA — Fidel Castro saíra havia mais de umahora, a recepção na Embaixada já tinha terminado.Eu me deixara ficar pelos jardins, aguardando um casalamigo, enquanto a noite cubana seguia o seu curso. Derepente, ali da varanda, ao olhar para a meia-luz dosaguão, vejo a figura do líder revolucionário, mãos nacintura, a olhar para a sala.Aproximei-me, intrigado. Fiquei sabendo então queêle voltara para buscar sua pistola. Alguém lhe aconselharaa desfazer-se dela por um instante, para não impressionarmal aos repórteres e fotógrafos que o aguardavamna outra*sala. Tirara o cinto, deixando-o com aarma sobre a pia do banheiro. Lá estava o cinto — coldree cariucheira. Mas a pistola havia desaparecido.Todas as suposições foram feitas: roubada, nãotinha dúvida. Mas por quem? Algum admirador, levadacomo recordação.— Não — insistia êle: — Trata-se de um ladrãovulgar.E como menino teimoso a quem tomaram um brinquedo:— A minha pistola...Presente de seu amigo Che Guevara, desde os primeirostempos da revolução. Chapeada a ouro na culatra,com seu próprio nome nela gravado. Diziam mesmo quenão a carregava consigo senão como peça de estimação,e a utilizava para guardar no pente bilhetes e papéispessoais. Seria possível? Tanto mais grave, pois — aser verdade esse detalhe que na hora não tive coragemde apurar: a carteira do líder, uma pistola!— Muita gente entrou aqui — procuravam explicar--Ihe: — Em festas como esta, com centenas de convidados,tais clisas costumam sempre acontecer, é impossível controlar...Eu mesmo vira como um fã mais ardoroso colheracuidadosamente do cinzeiro o toco do charuto que êleacabava de fumar. Era possível que alguma cubana, admiiadora mais arrebatada do herói de Sierra Maestra,vendo a arma no banheiro, num impulso de simbólicacleptomania capaz de fazer Freud sorrir de satisfaçãodentro do túmulo, a enfiasse debaixo da saia.— Ninguém teria coragem de tirá-la a não ser comolembrança... E um homem não ousaria guardá-la nobolso, faria muito volume.Com isso eu procurava de saída afastar de mimqualquer suspeita. Afinal, era agora o único dos presentesque êle não conhecia.— Detesto ladrões — êle insistia: — Preferia levarquatro tiros a ser roubado.Todos, sinceramente d^isconsclados, procuravamainda algum traço da arma, ainda que na imaginação.Comecei vagamente a mexer-me também, inquieto, olhandojá em lugares absurdos —- atrás dos livros na estante,debaixo do cinzeiro, nos cantos da sala, dentro dos copos.— Já sei! — exclamou alguém, avançando parai*^. : e me apontando: — Agora tenho certeza!Zstremeci nos alicerces — e já me dispunha a ergueros b/aços para que me dessem busca ali mesmo. Masnão se tratava disso:— Brasileiro é que não foi — pelo menos jornalistada comitiva: vocês todos, sem exceção, estavam reunidosna outra sala, participando da entrevista.Ainda bem — respirei aliviado e me cocei, menosapre nsivo. A história, pelo seu ineditismo, haveriade transpirar. No dia segu.nte a notícia correria pelosjornais do mundo — e eu ali. sem saber onde botar asmãos. Mas a presença do embaixador me reconfortava. Êlesabia que de sua hospitalidade eu jamais seria capaz deabusar. Imaginava então a exploração que no dia seguintese poderia fazer do caso, dando-lhe uma importânciaque transcendesse o seu aspecto meramente pitorescoe até de simpatia para com a revolução. 0 Brasilromperia relações com Cuba? Afinal de contas, por muitomenos rompeu com a Rússia. Mesmo como "souvenir",não se furta impunemente a pistola de um revolucionário.Melhor seria talvez que eu próprio noticiasse — paraassim, pelo menos, reduzir o incidente às suas verdadeirasproporções. Deixando-me, é lógico, do lado de fora.0 embaixador, porém, era homem de sensibilidadee suficiente experiência diplomática. E no que dependessede mim, as relações entre os dois países continuariamcada vez melhores. Todo mundo sabe que a aurade estima em torno de Fidel Castro é de molde a fazercom que seus fãs mais arrebatados lhe furtem até a roupa,Sc tal fosse possível — quanto mais uma arma deixadano banheiro.— Detesto ladrões — dizia êle, com o ar mais chateadodeste mundo.Não havia perigo que passasse disso, pois, além doirais, estava desarmado. Mas como de súbito me olhassefixam* ntr, quase a perguntar: afinal, quem é esse sujeito?voltei a formular a suposição inicial: a pistola não matariamais ninguém, êle podia ficar tranqüilo: estariaguardada como um bem precioso, relíquia da gloriosarrvlução, em mãos de algum afortunado — embora denvYha parte não desejasse naquele instante estar em suapele.Para não ser impertinente, Fidel Castro se ergueu,c nfira, deu por encerrado o assunto e sorriu, despedindo--se delicadamente de todos nós. Que pelo menos a pistolaroubada sirva um dia de inspiração para outras causasjust?s — pensei comigo: uma pistola a menos, uma esperançaa mais.


ÍM««* "QUANTAS PESSOAS trabalham noVaticano ?" Resposta pronta do Papa JoãoXXIII: "Um pouco mais da metade..."+ PARA COMEMORAR o 1900.° aniversárioda chegada de São Paulo a Roma, oPapa poderia proclamar 1961 "PequenoAno Santo".* CAÇANDO TERRORISTAS, a Políciasul-africana prendeu, num só dia, mais deduas mil pessoas. Não escaparam sequer osmembros do Congresso Pan-Africano, cujofuncionamento, aliás, foi proibido.JLIUSTRIERTE Jn£# <strong>•</strong> - Í yp\ 6 ,acL. :J i ^iSJtÍBrt^Ss* ELIZABETH TAYLOR e seu maridoEddie Fischer investem capitais : vão abrirum restaurante em Manhattan, próximo aoedifício das Nações Unidas.iç BILL BARNES, administrador de umacompanhia petrolífera, propôs a compra detoda a Ilha de Cuba por uma quantia correspondentea 200 milhões de cruzeiros.Julian Orta, acessor de Fidel Castro, respondeuem nome do Governo : "Sua propostaé, antes de tudo, idiota. Mas, parandode quem parte, não surpreende...?*


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CAVALCANTITEOCANDANGOC U prometi ao Presidente que o mural ficaria pronto para a inauguração e<strong>•</strong>*-' ficou mesmo. Só não irá, desde já, para o seu local definitivo, no edifícioda Câmara, porque ainda falta acabar de preparar a parede.Di Cavalcanti dá alguns retoques em outro trabalho que está preparando,também para Brasília: uma tapeçaria, que ainda será tecida, de 25 metros quadrados,representando temas nordestinos.— O candango montado no cavalo é a figura central do mural da Câmara.Nele eu represento a chegada a Brasília dos colonizadores, entre os quais mecoloco, no campo das artes plásticas. Tenho trabalhado dia e noite na execuçãodos trabalhos que me confiaram e, enquanto tiver forças, prosseguirei.Di Cavalcanti dá um sorriso bem seu e conclui : — Meus trabalhos são umacolaboração do século XIX, quando nasci, para a maior obra ào século XX.44


0ftA*J,fiio*0>.o.esi,4CLAIl,vA5MANCHETEROMANCEPOLÍTICODEReportagem deMurilo Meio Filho62jVj O princípio, todo mundo riu de Brasília e do seu visionário. Céticae pessimista, a maioria dos políticos brasileiros desacreditouda idéia. Ela representaria, quando muito, mais uma das muitas tentativasjá feitas para mudar a Capital. Á lógica das coisas era usadapara provar a impossibilidade de construir uma cidade em três anos.Á realidade, porém, desmentiu os incrédulos. £ provou que em matériade homens e de idéias, o Brasil já não era mais aquele desertofamoso: um Presidente transformava em pedra e tijolo a miragem doPlanalto, ao mesmo tempo em que derrotava o derrotismo, opunha--se à Oposição e plantava uma cidade. Para que tudo isto fosse possível,dentro do prazo de 36 meses, êle escreveu, ao preço de sua própriasaúde, um grande romance : o romance político de Brasília.


O ROMANCEA tribuna em f ornut-**'~de cilindro, construída«na frente ao > -^Palácio do Planalto,será usadajjelos^Presidentes daRepública quedesejarem dirigir-se aopovo. O Sr.KubitscLclT^iol oa usá-la.m^JrfyQJ&lô&¥*>?d&


" : '.O romance começou a ser escritoquando Juscelino ainda era Governador deMinas: uma promessa feita à ÜDMSSE romance começou a ser escrito numa pequenaE sala do seu Palácio, quando ele ainda era Governadorde Minas. Chamara alguns líderes da UDN paracomunicar-lhes que pretendia candidatar-se à Presidênciada República. Queria saber, de antemão, seseus adversários, que tanto o combatiam, poderiamapresentar-lhe algum programa mínimo de reivindicaçõesque èle pudesse defender na praça pública comocandidato presidencial.A resposta veio logo depois : "Nós não temospropriamente um programa mínimo de reivindicações.Preferiríamos resumi-lo numa só : a da transferênciada Capital para o centro do País".- Está bem. Vocês podem ficar tranqüilos. Assumoneste momento um compromisso solene com a UDN :se chegar à Presidência da República, mudarei a Capital.Foi nestes termos que o Governador JuscelinoKubitschek de Oliveira se comprometeu com a Oposiçãoa fazer Brasília. Aquele compromisso era o prefáciodo romance que ele começava a escrever. Vieramdepois os capítulos dramáticos de sua eleição e de suaposse. Assim que os tanques se recolheram aos quartéis,o Presidente virou aquelas páginas de agitaçõese tratou de redigir a Mensagem ao Congresso, naqual solicitava a criação da Companhia Urbanizadorada Nova Capital, sob a sigla de "Novacap".Mesmo sem acreditar muito na iniciativa, os oposicionistasforam cautelosos e precavidos : encaixaram nalei um dispositivo que lhes garantia lugares na Diretoriae no Conselho da nova empresa. Esse acordopossibilitou a fácil aprovação do projeto.É que nesse momento já começava também atomar corpo o chamado Bloco Mudancista, lideradopelo Deputado Emival Caiado, da UDN, autor da leique mandou fixar no dia 21 de abril de 1960 a datada mudança.Mas a descrença continuava tão grande que nãofaltaram as surpresas e os espantos diante da aceitação,por parte do Sr. Israel Pinheiro, do convite para sero Presidente da Novacap. Afinal de contas, êle eraum Deputado Federal, com mandato certo de quatroanos à frente da Comissão de Orçamento da Câmara.Muitos consideraram uma loucura sua trocar uma posiçãopela outra. Só êle não se iludiu porque conheciaa fundo a firme determinação do Sr. Juscelino Kubitschekde transformar aquele sonho em realidade.À medida em que os meses iam passando, asdesconfianças já não eram tantas. A opinião públicacomeçava a impressionar-se com as primeiras fotografiasdo Palácio e do hotel. Vários projetos foram surgindo,então, com a finalidade de transferir para dataposterior aquele prazo fatal da lei Emival Caiado.A Maioria parlamentar do Governo e o BlocoMudancista anularam todas as tentativas de adiamento.Depois sobreveio a longa batalha em torno da constituiçãode uma Comissão Parlamentar de Inquéritopara investigar possíveis irregularidades na construçãoda Capital. O número de assinaturas necessárias e indispensáveispara a formação automática do inquéritoparlnmentar quase chega a ser obtido. Faltaram apenasduas ou três. Por várias vezes, a Oposição chegou mesmoa anunciá-la como vitória já conseguida. Mas, porinúmeras vezes também, a Maioria preveniu-se comdiversos requerimentos em que deputados governistasretiravam suas assinaturas e assim tornavam mais difícilaindi a obtenção do quorum de 109 apoiamentos.Nesse ínterim, aconteceu, numa sessão secreta enoturna, o discurso em que o Deputado Elias Adaime,antigo e fervoroso colaborador do Sr. Israel Pinheiro,fazia denúncias sobre a Novacap. O inquérito esteveaí a pique de ser instaurado pela Câmara. O Governo,entretanto, fechou a questão : concordava com a sindicância,sim, mas só depois da mudança, porque antesdela as investigações criariam um clima de tamanhotumulto e confusão que a tornariam impossível dentroda data prevista.Quando a Belém-Brasília abriu um sulco na selvae a 1 - viaturas passaram através dela. a cidade já estavade pé : elevavam-se os conjuntos dos Institutos, osprédios do Senado e da Câmara, o Palácio dos Despachis e o edifício do Supremo Tribunal.Diante da nova realidade, a Oposição deteve-separa reexaminar seus processos e métodos. Alguma coisadevia estar errada, pois não era possível continuardesconhecendo um fato consumado.Jânio veio então para a rua dizer que não eranem nunca havia sido contra Brasília. Discordava apenasde alguns detalhes do ritmo da construção.Sc o candidato adotava essa posição mais realistae sensata, a UDN prosseguia na sua ilusão de abrir asgavetas da Novacap. Terminou abrindo apenas as doseu representante na empresa, o Sr. Íris Membcxg, q ueteve de deixar o cargo sob as mais graves e insidiosasacusações.Com seu afastamento, a UDN pareceu satisfeitae desistiu de continuar as investigações. Desistiu tantoque, algumas semanas depois, reconheceu o erro dasua conduta no caso e resolveu voltar atrás, com aescolha de novo representante.A data de 21 de abril passou então a constituirum verdadeiro fantasma. Senadores e deputados arraigadosao Rio proclamavam sua intenção de jamaispôr os pés em Brasília. E vários ministros do SupremoTribunal anunciavam seu propósito de aposentar-se,para não sofrerem o que consideravam uma humilhação: sua ida compulsória para uma cidade sem confortonem condições de habitabilidade.Na Mesa da Câmara, a luta era de proporçõesainda maiores. Dois dos seus membros estavam contraa mudança do Congresso. Todos os encargos tiveramentão de recair sobre os ombros de um jovem deputado,o Sr. Neiva Moreira, que em poucos meses de trabalhoconseguiu realizar aquilo que a 80% dos deputados pareci-:simplesmente impossível.Sentindo que já não podia lutar contra a consumaçãode um fato indiscutível, a Oposição tratou denegociar à l>ase de um projeto que garantisse a concessãode um canal de radio para a transmissão dos debatesparlamentares. Sua vitória foi completa : o Congressodisporá em Brasília do canal da Rádio Ministérioda Educação, que tem o nome de Roquete Pinto,talvez numa involuntária mas justa homenagem ao escritor-sertanistade "Rondônia".As últimas páginas do romance tiveram de serescritas mais apressadamente ainda, porque as horas eos minutos corriam céleres : em tempo recorde, a Câmaravotou os projetos da organização judiciária deBrasília e do novo Estado da Guanabara, garantindoassim a cobertura jurídica de toda a obra.Estava ganha a última batalha de toda a guerra. Aopinião pública de todo o País funcionava como umaespécie de bomba de pressão, exigindo a inauguraçãoda Capital e ansiando por ela. È' que a Nação' inteiraestava sob o impacto de uma transformação completaem sua mentalidade : passara de um pessimismocrônico para uma desmedida euforia.O romance político de Brasília acabava de serecrito a duras penas. Só os que participaram de suafeitura sabem o quanto foi difícil atingir a última página.b5


J ^ t^ ^ ^ M ^ ^ ^ M ^ ^ ^ ^ B ^ MBRASÍLIA SERÁCENTRO MUNDIALDE TURISMOPP 3^;.


&?> /q. D.5/ iEPOIS da visita de Eke, a TV americana exibiu a cidade de linhas% ) revolucionárias para milhões. Diz-se que hoje não há no mundo quemignore o nome da nova Capital do Brasil. Aliás, Conrad Hilton está no Rio complanos de instalar nesta Capital, em São Paulo e em Brasília seus famososhotéis. (Nesta página, uma escultura da Embaixatriz Maria Martins e doportuguês David Lopes da Silva Ramos; ao lado, turistas de máquinafotográfica a tiracolo enchem seus álbuns de flagrantes.)SEGUE


BRASÍLIA?>9) / I O X


' ' " <strong>•</strong> <strong>•</strong> <strong>•</strong> <strong>•</strong> <strong>•</strong> ' <strong>•</strong> ' ' <strong>•</strong> <strong>•</strong> ' -^BRASÍLIAUm cavalheiroescolhe sempreMEIAS TWIN(digo TUIM)— c/e espuma c/e NYLONFabricadas com o excepcional FIO HELANCADERBINIL, produzido pela RENIL S. A.,MEIAS TWIN até aqui eram um privilégio depoucos... a procura excedia a sua venda.Agora, porém, graças à extraordinária expansãodo sua produção, V. poderá adquirl-tasfacilmente, nos mais elegantes padrõese nas mais variadas combinações de cores.: :^^<strong>•</strong>H3«W;>


às por diedifício do Supremo Tribunal Federal não perdeu suaponência. Está pronto para receber os altos magistrados .nação, os quais de modo expressivo se pronunciaram pela transferência da nova Capital, Milhares de pessoas já em Brasília paraa inauguração passam longo tempo na contemplação do edifício,Fica em frente ao museu, cuja parte fronteira se vê na foto.<strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong>


A cidade plana parece nãoter fim. De noite toda asua beleza não se perde 110jogo de claro-escuroda lua. Parece haver umgigantesco refletor atrás dslinha do horizonte,dando mais volume aosedifícios e um coloridonovo ao céu. Ninguém fieialheio ao silêncio queenche a noite enluarada d


poemaVm>,*ã>""/J:'&t\o ^o.cii,ha


<strong>•</strong> : <strong>•</strong> .rBRASÍLIA9"Show" de luzese sombrascomo suplementode beleza1


De madrugada, ainda com oscolchões de nuvensque povoam suas noites.No primeiro plano, aparece a catedral quetantas exclamações arranca dos visitantes.


BRASÍLIA**. »a j .-<strong>•</strong>' BN araBilMãiã : HA cidade é umespetáculo sob a luzdos refletoresmSt*~BKI1 I 98JnIÜ£^


gftAU,P)iO y^.O, 6«l,ACC.4/?,p,5^em que a timidez se mistura com o arrojoPODEREMOS vê-lo em Brasília. Parece umcandango como outro qualquer. Pequenode estatura. Jeitão de menino acanhado.Olhar triste e profundo.Fala baixo como se tivesse pudor de sefazer ouvir. Em qualquer outra metrópole domundo, passaria despercebido. Em Brasília, não.Ali é olhado como uma criatura excepcional,já que todos o conhecem, êle foi o arquitetoda cidade.Quem vai a Brasília, pela primeira vez,não deixa de se emocionar em face da arquiteturada metrópole. Oscar Niemeyer — pois esseo nome do arquiteto revolucionário — deu umsentido novo às linhas de cimento-armado queteceu para criar a NOVACAP. Ali, tudo é levezae ritmo. O Palácio da Alvorada parececaminhar, deslizando sobre as suas colunas queapontam para o céu. O edifício do SupremoTribunal mal toca o chão, dando a impressãode estar suspenso. O Palácio dos Despachos,réplica ampliada do Palácio da Alvorada, pareceuma caixa de vidro, esquecida no planalto,à espera das orquídeas que em seu interiordeverão ser depositadas.Niemeyer, ao criar Brasília, comunicouum profundo sentido poético ao cimento. Quemcontempla as edificações da NOVACAP, a sensaçãoqus tem é de enlevo espiritual. A cidadefluiua sobre o planalto, mal tocando a terrapreta — sempre aérea e indefinível. O cimento--armado que, até há pouco tempo, era sinônimode solidez e de perenidade, transformou-se emBrasília, sob os dedos criadores desse grandemágico. A solidez e a perenidade não se perderamou se dissiparam na prancheta do arquitetodiabólico. Elas apenas foram camufladas.Sobre elas, e escondendo-as, abriu-se a alvoradade luz de um conjunto de linhas novas. Defato, Brasília é o predomínio da linha sobre asqualidades intrínsecas dos elementos de construção.E as linhas não vivem por si, isoladasdo ambiente, soltas no espaço. Suas curvas estãonitidamente em função da paisagem. Integram-seno cenário, transformando-se em parteintegrante da cena fantasmagórica do despertardo planalto.Homemsilencioso e tímidoN \ complexa personalidade de Oscar Niemeyernão se sabe o que mais admirar, se asua modéstia, se o seu arrojo como arquitetorevolucionário. A timidez do homem compensa-seno transbordamento da audácia criadora.E, quando trabalha, vive para a sua obra, semoutro interesse senão o de realizar o que idea-1 70U mentalmente. Ao ser convocado pelo PresidenteKubitschek para criar arquitetonicamentea futura Capital, Niemeyer recusou propostasaltamente lucrativas em outras partes doBrasil e no exterior. Para êle, a criação de umacidade era qualquer coisa inspiradora, fora docomum, digna do sacrifício inteiro da sua atividadeprofissional. Assim, tomando um automóvel— já que tem verdadeiro horror a avião— seguiu para o planalto. Estudou. Investigou.Tomou notas. Quando regressou ao Rio, já umverdadeiro formigamento de idéias trabalhava--Ihe o cérebro. Era o esboço rudimentar da futurametrópole. Kubitschek, tão revolucionáriocomo Niemeyer, ouviu o arquiteto e aprovouaquela audácia de inovações arquitetônicas.Pouco depois, nas noites frias de Brasília,quem passasse por uma das casas populares,construídas para os operários das obras, haveriade ver uma luz acesa, até alta madrugada,na humilde sala da frente. Era Niemeyer quetrabalhava. S lencioso como uma formiga, comouma formiga, também, sabia o valor dotempo.Trabalhou, com afinco, com entusiasmo,sem temer canseiras, nem fracassos. Assim comoé tímido na sua existência de criatura humana,é de uma audácia desconcertante nomundo das suas criações arquitetônicas. Desenhou,planejou, idealizou, tendo o céu por limite.O que lhe saía da prancheta de arquitetoera sempre arrojado, como se procurasse vingar-seda própria timidez humana, sufocando-asob um mundo ciclópico das mais espetacularessoluções arquitetônicas. E Brasília aí estácomo símbolo evidente e admirável do seutrunfo sobre as peculiaridades do seu temperamento.A arquitetura da NOVACAP é o quehá de mais arrojado no mundo. E Niemeyer,contemplando, hoje, aqueles palácios de cimentoe de vidro, acompanhando com os olhos asuave harmonia das linhas que compõem o universodas suas criações no planalto, há de sorrir,interiormente, sentindo-se plenamente vingado.A timidez, que é uma característica doseu temperamento, não lhe contagiou nem aalma, nem o espírito. Antes, pelo contrário,transformou seu acanhamento em concentraçãoe esta fêz o milagre da florescência do gênio.Niemeyere LúcioCostaQSCAR Niemeyer, um dos seis filhos de umafamília da classe média, foi praticamentecriado por uma tia, depois de perder '


EMARMADOòfsA*U'0 «.O.fcSiquando a ; nda era muito criança. Nascido noRio de Janeiro, depois de terminar o curso secundário,retardou sua iniciação profissional,trabalhando na f.rma comercial do pai. Sentia-seinfeliz naquele mundo de negócios, poisque já naquele tempo, conforme declararia,mais tarde, o "único prazer que tinha era ficar,horas e horas, debruçado sobre uma mesa. desenhando".Assim, segundo a inata inclinação, passoua estudar arquitetura, sem dinhe ro e por iniciativaprópria. Mas a arquitetura abrira-lhe asportas do universo pelo qual, desde muito, ansiava.Dentro daquele mundo novo, que palmilhavade olhos deslumbrados e com o coraçãoaos saltos, encontrou a solução para as suasânsias obscuras. Recompôs a sua própria personalidade,afeiçoando-a ao sentido criador queseria, mais tarde, a razão de ser da sua própriavida.\inda estudante de arquitetura e. portanto,sem dinheiro e sem qualquer perspectiva,Niemeyer deu, por essa ocasião, um passo quepoderia parecer temerário: resolveu casar-se. Êleprópr o comenta a decisão, com o seu jeitãopeculiar de falar:— Casei-me cedo e me formei tarde e sóms arrependo da segunda parte, se é que mearrependo. . .De fato, o atraso na data da formaturaseria tirado, com facilidade, pelo entusiasmocom que se dedicou, desde logo, à carreira dasua predileção. Ao terminar o curso, Niemeyerjá era pai de uma menina — a futura decoradoraAna Maria Niemeyer — mas já, por essetempo, trabalhava no escritório do que seria overdadeiro precursor e o chefe do movimentoda arquitetura revolucionária contemporâneano Brasil: Lúcio Costa. A união dos dois grandesespíritos seria profunda e indissolúvel. Jáem 1936 os dois amigos, juntamente com umgrupo de arquitetos brasileiros, realizavam oprojeto do Ministério da Educação e Cultura,seguindo a linha renovadora de Le Corbusier.Pouco depois, um fato extraordinário equase inacreditável ocorreu, revelando a naturezaímpar da amizade que sempre ligou LúcioCosta a Niemeyer e vice-versa. Realizado, em1939, um concurso para a escolha do projetopara o pavilhão brasileiro a ser construído naFeira Internacional de Nova Iorque, Lúcio Costafoi o premiado. Quando se preparava parapartir, a fim de dar início à execução do seuprojeto, Oscar Niemeyer aproxima-se de LúcioCosta e lhe fala. com uma visível timidez:— Estudei a ubiquação do nosso pavilhãoe resolvi fazer este desenho. Que achada idéia?Lúe o Costa tomou o desenho, examinou-ocom cuidado, e partiu. Foi direto ao gabinetedo Ministro que estava encarregado da construçãodo pavilhão e lhe disse, sem maioresrodeios:— Devemos anular o resultado do concurso,pois há um projeto melhor do que omeu. Aqui está.E exibiu o desenho de Niemeyer.Com muita dificuldade o Ministro procurouconvencer o ilustre arquiteto de que jáera muito tarde para a reconsideração do assunto.Dada, porém, sua insistência, teve deprometer a Lúcio Costa que, ao invés de viajarsó, Niemeyer seguiria em sua companhia eque o pav.lhão brasileiro seria construído deacordo com o desenho deste último. E, de fato,assim aconteceu.OKubitseheke Niemeyerêxito assinalou, desde logo, a carreira vertiginosade Niemeyer. Menos de dez anosdepois, um projeto seu foi escolhido, entre trintaoutros elaborados pelos maiores arquitetosdo mundo, para servir de base à construção doed.fício das Nações Unidas, em Nova Iorque.Era a consagração no exterior que seria seguida,pouco depois, de outras realizações da maiorimportância arquitetônica, como o Museu deArte Moderna, em Caracas, e o planejamentodo Bairro Hansa, em Berlim Ocidental.~"^ Mas Niemeyer, sendo um artista da arquiteturapuxa, acima das exigências econômicasou das limitações financeiras, sempre teve necessidadede um campo de ação mais livre, dentiodo qual* pudesse planejar suas criações semas estorvos das conveniências orçamentárias.Assim, o seu encontro com Kubitsehek assinalouo início da fase decisiva da sua carreira.Primeiro em Pampulha, depois em Diamantina,e, finalmente, em Brasília. *JK, homem de larga visão, compreendeuque encontrara em Niemeyer o arquitetode que tinha necessidade para renovar, atravésdo atos administrativos audaciosos, a fisionomianão só do seu Estado, mas da Nação. QuandoPreteito de Belo Horizonte, decidiu urbanizara Pampulha e construir um lago de 300 milmetros quadrados a fim de diss.par a nostalgiados mineiros pelo mar. O novo bairro teria,igualmente, um cassino, um restaurante, bar,um clube náutico, um hotel e uma igreja. JKchamou Oscar Niemeyer e o encarregou deprojetar todo esse conjunto de obras. A audáciae sentido renovador do estilo do grande arquitetodespertaram, desde logo, a atenção e ointeresse dos círculos intelectuais não só doBrasil, como dos Estados Unidos e da Europa.A Igreja de São Francisco de Assis, construídana Pampulha, serviu de pretexto para prolongadase calorosas polêmicas. Mas apesar daatoarda que se féz, na ocasião, lá está, até hoje,desafiando a estreiteza de vista dos espíritosconseravdores. imponente nas suas linhas revolucionárias— tão surpreendente em sua concepçãoarquitetônica, quanto arrojada no sentidoda mensagem religiosa que se propôsirradiar.Depois de Pampulha e de Diamantina,JK, já feito Presidente da República, convocouNiemeyer para a construção de Brasília.O grande arquiteto assinalou a importância danova empresa na detinição das suas tendênciasrevolucionárias:— As obras de Brasília marcam, juntamentecom o projeto para o Museu de Caracas,uma nova etapa em meu trabalho profissional,que se caracteriza por uma busca constantede concisão e de pureza e maior atençãoaos problemas fundamentais da arquitetura.De fato, Niemeyer passou a interessar-se,daí por diante, pelas soluções compactas, simriase geométricas. Decidiu-se pela conveniênciade um espírito de unidaúe e de harmoniaentre os edifícios a fim de que se caracterizempor sua própria estrutura, devidamente integradana concepção plástica original, e não porseus elementos secundários. Assim, desvencilhou-sedef nitivamente da influência de LeCorbusier, que fora preponderante na fase inicialda sua carreira. Dessa maneira, despiu-sedo que havia de emprestado, de falso, de nãonieme\eriano em sua obra, para se tornar claro,puro e cristalino como podemos senti-lo,hoje, nas fabulosas construções de Brasília.O planalto, desbravado por J K. constituiua grande e mágica oficina de apuração estética,dentro da qual Oscar Niemever encontrou-sea si mesmo. E, ao encontrar-se a simesmo, deu novo sentido à arquitetura universal.CAIO DEFREITAS81


CARNAVALMANCHETEa edição extrasobre Brasíliao seu inicioinauguraçãopelo PresidenteJK


O povo já se aglomera nasruas para discutir seus problemasPARLAMENTARES, funcionário»e trabalhadores já formam umamultidão nas ruas que mal acabamde ser pavimentadas. Em certas horas, ascalçadas dos pontos principais tem omovimento de um centro já adultoe de vida própria. A foto dábem idéia do rebuliço que nodomingo passado encheu a cidade àsvésperas da inauguração.Acompanhemas grandesREPORTAGENSESPORTIVASda grande equipe daRADIO MAYRINK VEIGAcomandada pelo Rui Porto, com asupervisão de Lúcio Guimorões.Um oferecimento dodeliciosoBRAHMA


Wmr" nMM<strong>•</strong>'.s 'sKHt IllflpR - 1 ^íWÊm>*^v A<strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong><strong>•</strong>-,= ; '-: ' : <strong>•</strong>::::-<strong>•</strong>.i*-.><strong>•</strong>* yI&


A 10*liüEscolas de samba, ranchos , frevos, blocos, mascarados, muitoritmo e fantasias marcaram as festas de despedida da antiga Capitalcom um verdadeiro carnaval. E na mesma batida o povosaudou o r tascimento do Estado da Guanabara.Foto» tlr FernandoAbrunhotaLDETJSli!'r*í»tt iti,C£>


a alvorada de uma belezanova para suas mãosA mulher moderna tem agora.dentre as tonalidadesdo esmalte Kisqué. o Rosa Alvorada, a côr queacompanha o ritmo e a tidalguia de seus gestos...Você encontrará no esmalte Risque, aquela tonalidadeque completa a sua elegância ! De fácil aplicação,brilho intenso e sutil... Seu encanto transparececom a leveza e a limpidez do esmalte Risque, emsua nova côr Rosa Alvorada.... e aplique, ainda, o creme para as mãosJ2iAi \auecomplemento de magia * e requinteUm produto de alta qualidade de


t^^mmtt^ma>C X&>^*iVSEstado da Guanabaracaramelos de leites


*Odete Larafilma naArgentinam,m tro.êsii/f, p.fc-?Odete Lara está emBuenos Aires filmando"Sábado a IaNoche, Cine". Quandoos produtores argentinosviram a estrelaem "Moral emConcordata" tomaramnota do seunome e na primeiraoportunidade mandarambuscá-la. FernandoAyallo, que éum diretor "nouvellevague", formou umelenco de primeirotime com os nomesfamosos de GildaLousek, Afda Luz eLuís Tasca, todospouco conhecidosno Brasil, mas famososna Argentina.Anselmo Duarte na EspanhaOutro ator brasileiro que filma no estrangeirocom sucesso é Anselmo Duarte. Os produtoresespanhóis viram "As Pupilas do Senhor Reitor"com o galã no principal papel e logo o con-90trataram para "un Rayo de Luz", que já estásendo rodado, sob a orientação de Luiz Lúcia,que foi premiado, em 1959, como o melhordiretor da Espanha. Na fotografia, uma cenado filme i o galã brasileiro Anselmo Duarte(tendo na mão um exemplar de MANCHETE)e Maria Mahór, em um "hall" de hotel.BudapestehojeBudapeste já foi uma das cidades mais alegresdo mundo. Mas veio a guerra, a ocupaçãosoviética e a trágica epopéia vivida por umpovo que sonhou reconquistar a liberdade.


4i«,ftoxi.aÉ5i;,4tt.4/? (j,. GÔMANCHETE (em inglês)chega a Nova IorqueCom um exemplar da separata de MANCHETEsobre Brasília (em inglês) o Prefeito de NovaIorque, Robert F. Wagner, tomou conhecimentodos detalhes de construção da cidade. Seuinteresse foi tal que distribuiu entre os vereadorestodos os exemplares que o Sr. CunhaBueno, na foto, tinha em seu poder. Umaremessa suplementar permitiu então queoutros setores de Nova Iorque pudfssem ver aNova Capital às vésperas da inauguração.Depois da revolução perdida, em 1956, oshúngaros que não puderam fugir do paísarrastam sua tristeza pelas ruas, que num diade chuva ainda ficam mais sombrias. Note-sea mulher uniformizada varrendo as ruas, comoem Moscou e em todos os países comunistas.A neve cobria tudo.O carro fúnebre seguiadevagar e respeitosocom sua carga habitual:defunto e flores. Numacurva,.de nada adiantoua prudência do motorista,pois o veículo capotoumesmo, embora ocaixão não tenha sofridoum só arranhão." Nãohouve feridos. Comtoda calma o motoristapôs o caixão no meiodo caminho, à esperade socorro. A foto foibatida por um suecoem férias na Noruega,onde o fato ocorreu.


~ -^ClaudiusBRASÍLIA EM TRÊS TEMPOSpersonagens por ordem de entrada: LÚCIO COSTA E NIEMEYER1957-59i1960OMW y'^.

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