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VAN GOGH ASSASSINADO! NA LOUCA 29 ANOS NUM ENLOUOUECEU? MÃTA! SEXO

van gogh assassinado! - Memórias Reveladas

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CARTADE JOÃOCopacabana, 23 de setembro de 1974.Narciso Kalili, Hamilton Almeida,Mylton Severiano, amigos, companheiros,toda a equipe de EX-. PrincipalmenteHamiltinho.Hamiltinho e todo o resto dopessoal:leio aqui O Merduncho transformadoem conto-oral pelo talento doinquieto Hamiltinho. Ao lado da minhasurpresa (não grande porque conheço acoragem e o talento do amigo) umaafirmação, a de que vocês é que estãocertos. Estão enfrentando as coisas,não estão se deixando perder, castrar,enquadrar, aceitar a omissão comomeie vergonhoso de vida. Vocês estãoencarando e enfrentando. Parabéns! Ecoragem.O aproveitamento do material quefalei ao Hamiltinho demonstra claramente,sem faraismo e sem demagogia,sem laudatórios e salves-salves, queHamiltinho é um dos homens de maiorfibra e mais quente talento dessageração de massacrados, manipulados,moidos e calados à força. Como é umhomem de talento especial, será semprea mesma fera a dar trabalho para osdoutores de falsa fama, inveja para osmaus escribas, repórteres medíocres ebons fariseus do bundamoli°.mo nacional.Jamais será/para minha alegria e detoda a sua geração, um homem bemcomportado e sabe a que hora, seja aque for, nunca será dos mansos. Sembriga não tem amor e sem luta a vidanão tem graça. Nem sentido.A todos de EX-, ao querido Percivalde Souza (um dos poucos homens quefazem policia em jornal neste pais eainda não enriqueceu, o que poderia eimpunemente) e aos cçmpanheiros quenem conheço, desejo que mantenhamsevivos, como as matérias que produzem.Vocês representam uma verdadebrasileira. Gostaria, sem paposempostados, de que vocês contassemcomigo, dentro de minhas proporções,para o que desse e viesse. Afinal, comosabem, para mim escrever não podesignificar (como querem os atuaisdonos da verdade e do jornalês)produzir coisa para o escárnio e aindiferença dos leitores. João AntônioOS ANONÜHOSChamada Para Uma Próxima Matéria De Capa: Vamos Contar Juntos Essa História?O underground no Brasil é uma multidãode anônimos, de desconhecidos. A sua históriaé pós-68; e sendo pós-68 é mais exatamentepós-70, Pouquíssimas pessoas que já tinhamalgum nome pré-68 participaram dosmovimentos tidos como undergrounds noBrasil. Houve sim um preconceito enorme ebrutal de toda a intelectualidade brasileira, detodo o movimento cultural, contra qualquermovimentação, num momento em que,simplesmente, toda a cultura brasileira tavaaterrorizada; então teorizava a respeito de nãoparticipar de nada e os mais novos que seestrepassem, que fossem fazer experiênciassem contar com eles, porque não tavam nessa.Essa história é uma história de anônimos.£ uma história que está sendo vivida e não tápodendo ser contada. Imaginem o absurdo deuma história que você pode viver mas nãopode contar. E pra todos os efeitos essahistória não existe, então é uma brincadeira.É quando chega a hora do balanço. O balançoé uma forma de tentar contar a história. Omomento que a gente vive hoje é esse. É omomento onde a história fugiu totalmente doslivros, fugiu de tudo e tá arrumando suaúltima trincheira na imprensa. Mas ao mesmotempo que essa história refugia-se na imprensa,essa imprensa marginal ou underground éparte da história. Tem que continuar abatalha dela, que é não poder subsistir maspoder viver e fazer parte da história. Eu achoque o problema da imprensa underground noBrasil é esse.No meu balanço, eu só considerounderground o anônimo. Aos que ninguémtava ensinando nada e eles estavam resistindoou vivenciando a sua loucura. A imprensaunderground no Brasil não podia ser outracoisa senão um aborto. Fora do Brasil, .imprensa underground existe em dois níveis:militância, política ou partidária, oumilitância de costumes, de modo de vida,religião. Underground é isso.Num país em que a imprensa oficial chega aretroceder — vantagem já é estagnar econtinuar a ser um grande negócio. Aí, o quepode ser uma imprensa underground? Querdizer, ela pode inexistir. Então, a existênciade qualquer coisa publicada, impressa noBrasil, livre, passou a ser considerada imprensaunderground. E de fato. Com todo o direitode assim ser chamada, porque se a turminhado colégio tal imprime um jornalzinho e tádistribuindo, aquilo é que é imprensaunderground nesse país, nesse momento,nessa imprensa.E você vai encontrar uma imprensamarginal e uma imprensa underground.Marginal aquela que conseguiu margear osistema e underground aquela que é anônimamesmo. A imprensa underground brasileira dehoje, resultado de 4 ou 5 anos de vida, é tudoaquilo que eu talvez não conheça nessemomento. Alguma publicação feita emqualquer lugar nesse momento e com umcaminho maior para percorrer, pra semarginalizar. Será alguma coisa mais amadora,porque o Brasil é outro papo mesmo - vamoscitar o exemplo fora e aqui. Tudo que cai aquitoma outros contornos, enfrenta outrarealidade, bate em outras pedras. É digeridopor outros estômagos. A antropofagia dagente taí. O nosso 1984 é mais engraçado, éoutro.Mas lá fora, a imprensa underground tevede se profissionalizar para enfrentar o sistema.A imprensa underground fora do Brasilconseguiu inclusive o seu papel como bloco,como status. Mas a profissionalização daimprensa underground fora do Brasil foiviável exatamente porque a imprensa oficialtambém é viável. Aqui no Brasil não. Aequivalência pra imprensa undergroundbrasileira é uma imprensa oficial esfaceladapela censura, pela restrição que em 6 anos feza imprensa oficial parar — não há nada de novona imprensa oficial burguesa brasileira, emdesenvolvimento técnico, em pesquisa denovas formas de comunicação e linguagem.No Brasil, a imprensa underground não seexpande ao ritmo de se tornar marginalcoerente. O único órgão que teve condição deser um marginal coerente foi o Pasquim. E setornou incoerente. Ele se consumiu nelemesmo, na geração dele que é uma geraçãoanterior a 68. O Pasquim não teve objetivopolítico suficientemente forte que omantivesse numa linha marginal. Os outrosórgãos acabaram. Foram undergrounds ou não,ou já nasceram com certo approach marginal,porque aí é que tá, Flor do Mal pra mim nãoera underground, era uma coisa com approachmarginal, como O Bondinho, O Verbo. Eleseram undergrounds enquanto não conseguiamnem imprimir, não conseguiam chegar numarotativa e tavam querendo ser marginais. Sercomprado em bancas. Já contavam com asbeirolas do sistema, as margens.Quantas áreas se usou pra se tentarinformar nesses últimos tempos? Ainformação fugiu pras músicas, pra todo lado.Até o boca-a-boca, que é o maior centro deinformação dessa minoria — porque tem quehav

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