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VAN GOGH ASSASSINADO! NA LOUCA 29 ANOS NUM ENLOUOUECEU? MÃTA! SEXO

van gogh assassinado! - Memórias Reveladas

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Nestas duas páginas, falam, escreveme desenham vários internosde três hospícios de Buenos Aires.O material todo — textos, conversasgravadas, desenhos — foirecolhido durante cinco anos porVicente Zito Lema, poeta e advogadoargentino. Uma parte de seutrabalho foi publicada pela revistaCrisis, também de Buenos Aires,de onde extraímos os textos edesenhos aqui apresentados.— Que castigos?— São vários, diferentes. Porexemplo te pegam no banho comum cobertor, vários enferemeiros,e até com ajuda de outrosinternos, e te cobrem de porrada,no estômago, isso tudo ...— Continuam usando camisade força?— Sim, e molham as camisaspara amarrar os doentes . . .— Alguma vez lhe aplicaramchoque?— Sim . . . como esquecer. . .É uma barbaridade, o castigo quelhe dão aqui é uma barbaridade.Te pegam aí, te amarram ... ospróprios doentes mandados pelosenfermeiros, quando vêem quealguém se rebela ou porque nãovão com a cara . . .— Antes da internação, vocêtrabalhava em quê?— Pedreiro, servente de pedreiro.— Que cuidados tomam comvocê?— Praticamente nenhum. Ointerno fica abandonado aqui,não há tratamento, não ... Comopoderia dizer... não ajudamo interno, precisavam cuidardele ...A MORTEMas para que querem, entender?...A morte me mostrou a língua aolado de uma árvore, enquanto meupai preparava o assado e eu decidiase dava ou não um tiro em mim,com a pistola Tala. Entendeu bem?Te ponto a ponto ele ponto a ponto.Dei-me conta de que a Tala podiaficar talado e via o buraco brancoe a morte mostrando-me a línguae isso me excitava e para não memasturbar pus-me a caminhar e umespinho me entrou e começou adoer a doer mas continuei caminhandoe então apareceu o Anjo e coma espada cortou a língua da morte eeu aproveitei e passei-lhe a mão' nabunda e voltei correndo para juntode meu pai que continuava fazendoo assado e quando me viu disse: vocêparece São Pedro, e começou arir.CASIMIROCom apenas 10 anos, CasimiroDomingo - nascido em 1882 numpovoadozinho espanhol - foi paraMadri e começou a trabalhar de sapateiro:seria sua profissão pelo restoda vida. Com 31 anos, Casimiro veiopara a América Latina e instalou-sena Argentina. Sapateiro, sempre.Em 1935, teve o primeiro "chamadoobsessivo" de que "os espíritoso reclamavam como intermediário entreeles e o mundo". E assim, obedecendoa "forças alheias", começoua desenhar, sem ter a menor noçãodo que fazia nem ter nunca tentadosequer traçar um risco. A mesma vozinterior guiava seus textos, cheios desabedoria e inocência.Casimiro Domingo, após uma longainternação, morreu no hospícioem 1969. Seu valor não está apenasem suas formas de expressão, capazesde despertar beleza, emoção, a infinitaânsia do maravilhoso; mas tambémem ter sido, apesar de sua inocênciaou por causa dela, o donooriginal de conhecimentos profundosque escapam daqueles que o prenderamdeclarando-o "incapaz".Com a palavra— Você acha que agora, sobum governo popular, podemmelhorar as condições destehospital?— Poderia ser se mudassem asautoridades daqui, porque hojecontinua sendo tudo igual, nãomudou nada.—Quanto tempo faz que vocêestá aqui?— Tenho seis anos aqui esempre estão os mesmos. Jáestavam aqui antes de Lanusse.— E como vê a vida nessasituação?— Eu lhe digo: espero ficarbom, cair fora e trabalhar, paraser útil à sociedade.— O que é pior aqui, alémde estar preso?— Tudo é mau, não apenas acomida. Afora isso, maltratam agente brutalmente, que seieu . . . te fazem de tudo,aqui ... os médicos, os enfermeiros. .. Sem contar que osenfermeiros tomam o pecúliodos internos, então não podemoscomprar nada, nem cigarros. . .— E vocês não têm jeito dedefender-se?— Que jeito? se vão e dizemao médico e nos metem umainjeção ou choque elétrico! Nosmaltratam, nos maltratam.Quando não amarram a gentenuma cama, de castigo. E daí agente vai reclamar pra quem?Contudo não os odeio. Fazemo que podem.O terrível é que nos trazempara que a gente não morra pelasruas. Ê logo todos nós morremosaqui.— E choque elétrico, continuamaplicando?— Continuam.— Mesmo contra a vontadedo interno?— Claro. Mesmo assim aplicam.Alguém reclama mais duramente,outro se rebela, vocêbriga por alguma coisinha,enfim ...— É uma forma de castigo...— É como a "congesta" dapolícia.— Como acha que se poderiamelhorar a situação geral dohospital?— Eu a primeira coisa quefaria seria tirar o diretor e asdemais autoridades que estãocom ele, porque são pessoasque não se tocam. Pelo menos deviampercorrer os pavilhões ondeestão torturando os internos,onde estão amarrados com lençóis,e o diretor não toma nenhumamedida, não tem nenhumaresponsabilidade. E tambémtem a negociata da carne; acarne que entra aqui, eles tiramcom um caminhão pelo outrolado, pela porta de ferro quedá para a avenida Brandsen, epor ali tiram tudo — assim queentra, levam de novo ...— E quem é responsável porisso?— E quem mais séria... asautoridades, não?CARTA A MINHA MUIÉ "SOLEÁ'Estas longe muié! Estás longe!Deus benditif te ampare, madona.Como pashas? Eu estou como Deusmanda.Às vezes, às vez pensso. Puderiamosestá jontosh. Mas se Deus oquero. Que sheja u que Deu queira.Bendita a mãe que te pariu. Benditasheja. Deste-me uns anos bons.Que mais? Madona: lembra-se demim às vezes? Sabes que existo?Que lindo guisadus fazias! Que olé!Que Ele te tenha. Tu mereches.Eu esto facendo meu calvário paranão deixá de esta cuntigo. Porqueestarás muito pertinha dos quirubins,serafins e arcanjos.Se às vezes tenho uma fraquez,me perdoas. São coisas que sau. MasSoleá, como sempre me faz acumpanhadu,shei que voltarás.Devo confessar-te uma coisha. Perdão.Tenho outra muié. Me perdoas?Se chama, também, SOLEÁ.Teu marido

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