STF na MÃdia - MyClipp
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Discutir se as novas regras do Código do Trabalho<br />
estão ou não de acordo com os preceitos<br />
constitucio<strong>na</strong>is é assunto para alimentar apaixo<strong>na</strong>dos<br />
debates políticos até que a instituição com a última<br />
palavra, o Tribu<strong>na</strong>l Constitucio<strong>na</strong>l, as chancele. E<br />
mesmo que a redação fi<strong>na</strong>l das novas disposições<br />
venha a ser retocada em detalhe, a essência do novo<br />
diploma mantém-se intacta: em Portugal, entramos<br />
agora numa nova era <strong>na</strong>s relações laborais. Ela<br />
caracteriza-se pela acrescida mobilidade do trabalho -<br />
<strong>na</strong> medida em que se facilita e embaratece o<br />
despedimento e se adaptam horários de trabalho às<br />
necessidades da conjuntura económica.<br />
Este modelo, aplicado com moderação e saber, tem<br />
dado bons resultados há muito tempo <strong>na</strong> Europa mais<br />
desenvolvida e, através de empresas estrangeiras que<br />
atuam em Portugal, cá também. O poder acrescido<br />
dos empregadores - sejam eles proprietários ou<br />
gestores - pode aumentar bastante os ganhos de<br />
produtividade e competitividade, o que, por sua vez,<br />
pode ter consequências positivas, já que é condição<br />
essencial para uma melhor repartição de rendimentos<br />
entre capital e trabalho.<br />
Mas é também necessário, se não mesmo essencial,<br />
que os empregadores aceitem o princípio de que só<br />
poderão atingir altos padrões de produtividade com<br />
trabalhadores capacitados, bem remunerados - ou de<br />
acordo com o que produzem -, envolvidos <strong>na</strong> vida da<br />
empresa mediante um sistema adequado de<br />
informação e consulta dos seus representantes, e<br />
motivados para ir melhorando o seu nível de vida em<br />
sintonia com aquilo que produzem.<br />
Diário de Notícias Lisboa/ - Portugal, Qui, 29 de Março de 2012<br />
CLIPPING INTERNACIONAL (Tribu<strong>na</strong>l Constitucio<strong>na</strong>l)<br />
A nova era laboral<br />
Esta visão aqui descrita será para muitos idílica. Até<br />
porque choca com a dura realidade de 300 mil<br />
microempresas, da iliteracia funcio<strong>na</strong>l de dois milhões<br />
de assalariados, do quero-posso-e-mando que<br />
corroeu o País durante meio século e ainda subsiste<br />
em muitas cabeças mandantes. Lei modernizadora ou<br />
lei da selva, eis pois a questão que permanece em<br />
aberto e que é preciso fiscalizar.<br />
Mudanças em Hava<strong>na</strong><br />
A homilia do Papa Bento XVI perante cerca de meio<br />
milhão de pessoas <strong>na</strong> Praça da Revolução, em<br />
Hava<strong>na</strong>, sintetiza o ciclo de transição que se vive em<br />
Cuba. No local onde Fidel Castro falava horas e horas<br />
no auge do seu poder, o Papa falou <strong>na</strong> linguagem<br />
específica do Vaticano e do seu dirigente, mas<br />
suficientemente claro para não haver dúvidas sobre o<br />
que está em causa: a necessidade do regime<br />
continuar a mudar. De forma gradual, os impacientes<br />
dirão "lenta", mas real, com a aproximação entre "as<br />
autoridades e os cidadãos, entre os cidadãos, entre os<br />
crentes no Cristo e aqueles que nele não acreditam".<br />
Um processo cujo início se pode colocar <strong>na</strong> viagem de<br />
João Paulo II, em 1998, quando a Igreja começou a<br />
atuar como um mediador entre a oposição e o regime.<br />
A multidão presente <strong>na</strong>quela "emblemática praça" -<br />
como se lhe referiu Bento XVI - revela a importância<br />
da Igreja em Cuba e a dimensão das mudanças<br />
ocorridas. Diminutas, para os impacientes da<br />
oposição, mas que estão a assumir uma dimensão e<br />
dinâmica que as tor<strong>na</strong> irreversíveis. E isto é o mais<br />
importante.<br />
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