Download - Media Institute of Southern Africa
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MOZAMBIQUE<br />
State <strong>of</strong> the media in <strong>Southern</strong> <strong>Africa</strong> 2002<br />
circunstância da Televisão emitir apenas em língua portuguesa, quando a grossa<br />
maioria da população a não fala.<br />
É de salientar, entretanto, o esforço feito pela TVM estatal no sentido de<br />
transmitir em directo, com abundância de comentários, o julgamento relativo<br />
ao assassinato de Carlos Cardoso, sem se preocupar com o facto de uma das<br />
personalidades postas em causa ser um filho do Presidente da República.<br />
Acesso à informação<br />
É este, o do acesso à informação, um dos pontos críticos do nosso sistema.<br />
Embora a Lei da Imprensa obrigue os poderes públicos a soltarem a informação,<br />
com algumas poucas e compreensíveis excepções ( caso de segredo de Estado<br />
e de Justiça, etc ), os funcionários públicos ainda não interiorizaram este tipo<br />
de cultura. Há, no entanto, alguns destes funcionários que começam a perceber<br />
a importância de manter o público informado e mantêm contactos com os<br />
jornalistas que os procuram, embora, sob o signo do anonimato. Esta conduta<br />
depende também dos jornalistas, entre nós marcados por alguma cultura de<br />
índole paternalista.<br />
O acesso à informação, às fontes, padece, como acima ficou dito, sobretudo<br />
num jornalismo de índole investigativa, de falta de meios materiais, entrando<br />
em linha de conta, também, com os magros salários que auferem os homens<br />
da Imprensa..<br />
O problema da Imprensa “Independente”<br />
Em Moçambique vigora o mote público segundo o qual são independentes os<br />
media cuja propriedade não pertence ao Estado. A palavra “independente”<br />
reveste - se de “ambiguidade”, já que , no que se refere ao jornalista, no acto<br />
de produzir ou publicar a sua história, deve perguntar - se: “ independente de<br />
quem”. Aconte, por vezes, o jornalista deixar -se subornar, tornar - se dependente<br />
de grandes e pequenos poderes, desde os políticos aos monetários. Tivemos<br />
alguns casos clamorosos, mas poucos.<br />
Quanto ao jornalismo produzido, quer escrito, televisivo ou radi<strong>of</strong>ónico,<br />
sobretudo o de maior expressão, importa sublinhar que ainda é fortemente<br />
influenciado pelos poderes públicos no seu dia a dia.São estes também os<br />
maiores produtores de eventos que conseguem captar a atenção do jornalista,<br />
pouco dado a uma investigação aturada, sobretudo por falta de meios.<br />
Aconteceram, porém, este ano, diversos episódios em que os jornalistas, mesmo<br />
nas estações públicas, puderam informar com liberdade. Em 2002, os<br />
“intocáveis” em Moçambique tiveram a vida menos fácil já que alguns deles<br />
apareceram, com certa frequência, nos meios de comunicação social.Mesmo<br />
na Comunicação Social , propriedade do Estado.<br />
Organismos <strong>of</strong>iciais<br />
Quanto aos organismos <strong>of</strong>iciais criados, para velarem e promoverem, ex <strong>of</strong>icio,<br />
a liberdade de informação, caso do Conselho Superior de Comunicação Social,<br />
a sua actuação não se fez sentir no ano de 2002, nem do ponto de vista<br />
So This Is Democracy? 79