Download - Media Institute of Southern Africa
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State <strong>of</strong> the media in <strong>Southern</strong> <strong>Africa</strong> 2002<br />
sangue dos aldeãos à noite, quando estes estava a dormir. Mazeze disse<br />
mais tarde que as afirmações da polícia eram totalmente falsas. A MBC e a<br />
TVM apressadamente transmitiram a informação sem sequer tentarem<br />
contactar com Mazeze para ouvirem o seu lado da história. Por outro lado, a<br />
forma como a notícia tinha sido transmitida, dava a impressão que os<br />
noticiaristas da comunicação social electrónica, regozijavam-se e celebravam<br />
a detenção de um colega da comunicação social. Claramente, tanto a MBC<br />
como a TVM tinham sido mais uma vez utilizadas pelo sistema com o<br />
objectivo de fazer avançar a campanha de desinformação do público.<br />
Apesar do governo e das autoridades do partido no poder desejarem<br />
ardentemente que o mundo acredite que existe a liberdade de informação no<br />
Malawi, o ambiente no qual os trabalhadores da comunicação social estão a<br />
operar hoje, deu vários passos à retaguarda. Ainda não é “Uhuru” para a<br />
liberdade da comunicação social no Malawi.<br />
Os que estão encarregados pelo leme do governo e que se afirmam ser<br />
democratas e como tal, abertos à crítica, deveriam ter vergonha de estarem a<br />
dirigir o país de volta à idade negra do monopólio da comunicação social<br />
pública e da manipulação da informação com o objectivo de defenderem os<br />
seus caprichos.<br />
A tendência de suprimir a liberdade de expressão e de fazer o país retroceder<br />
para uma era de medo, tem vindo a ser desenvolvida de duas formas: por um<br />
lado, a condenação dos pr<strong>of</strong>issionais mais corajosos e das empresas da<br />
comunicação social a partir de plataformas políticas e por outro, ataques<br />
físicos contra os pr<strong>of</strong>issionais da informação e suas empresas que são<br />
consideradas como estando a expor actos impróprios cometidos pelas figuras<br />
públicas.<br />
Em Setembro e Outubro, registaram-se uma série de incidentes que são<br />
indicativos da ameaça que paira sobre a liberdade de expressão no Malawi.<br />
Verificou-se o seguinte:<br />
2002<br />
• No dia 12 de Setembro, o Presidente Muluzi, num comício em Lilongwe,<br />
fez um extenso discurso de crítica contra o jornal “The Chronicle” acusandoo<br />
de incitar o povo a sublevar-se contra os Muçulmanos devido a um artigo<br />
que publicou, alegando que os Muçulmanos no Malawi, financiados por<br />
Osama Bin Laden, estavam a conspirar incendiar igrejas. Se Muluzi tem o<br />
direito de fazer afirmações inflamatórias nos comícios do partido, sem<br />
comprovar a sua veracidade a centenas dos membros do seu séquito que<br />
estão completamente cegos, deve pôr-se em dúvida o direito que a MBC e a<br />
TVM têm de fazerem um verdadeiro festival com estas alegações sem sequer<br />
se preocuparem em ouvir o ponto de vista do jornal que está a ser atacado.<br />
• Apenas algumas semanas depois, um funcionário da UDF, Alick Makina,<br />
58 So This Is Democracy?