Download - Media Institute of Southern Africa
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ZIMBABWE<br />
State <strong>of</strong> the media in <strong>Southern</strong> <strong>Africa</strong> 2002<br />
A entrada em vigor destas duas leis tem contribuído em muito para o aumento<br />
do assalto à comunicação social privada e a negação da liberdade de expressão,<br />
tendo contribuído também para um aumento das dificuldades com a livre<br />
circulação de informação pelo público tanto no interior como no exterior do<br />
Zimbabwe.<br />
A POSA foi estritamente aplicada imediatamente após a sua entrada em vigor.<br />
Durante o ano de 2002, cinco jornalistas foram presos e acusados,<br />
especificamente ao abrigo das disposições relacionadas com ajuntamentos<br />
públicos e publicação de informação prejudicial ao Estado. Até à data, não foi<br />
terminada nenhuma das acções judiciais. Uma outra tendência perturbadora<br />
também emergiu: muitas vezes a polícia deteve jornalistas que faziam a cobertura<br />
de comícios da oposição, de estudantes e outras manifestações, tendo alguns<br />
dos jornalistas sido agredidos pela polícia durante a sua detenção. Inicialmente<br />
os jornalistas foram presos por transgredirem a POSA, para a seguir, depois de<br />
horas (ou dias) em detenção, saírem liberdade sem culpa formada.<br />
Logo que a AIPPA foi promulgada 14 jornalistas e chefes de redacção foram<br />
detidos em várias alturas, acusados pelo crime de “publicarem falsidades”. Tal<br />
crime é punível com uma pena máxima de dois anos de cadeia. Ao todo foram<br />
presos 44 jornalistas em 2002. Destes, dois casos foram julgados até ao fim; em<br />
seis outros, a acusação desistiu da acção em tribunal; 22 jornalistas foram<br />
libertados sem culpa formada e um foi deportado; outros 13 casos aguardam<br />
solução. Contudo, apesar de várias notícias falsas terem sido publicadas em<br />
jornais financiados pelo estado, nenhum jornalista ou chefe de redacção deste<br />
sector foi preso ou acusado.<br />
A primeira acção judicial foi instaurada contra Andrew Meldrum, um dos<br />
correspondentes do Guardian. Numa vitória para a liberdade de imprensa e sob<br />
enorme pressão governamental, o Magistrado Godfrey Macheyo rejeitou a<br />
acusação, sublinhando a redacção inadequada da cláusula sobre notícias falsas<br />
e determinando que a responsabilidade estrita não era intencional.<br />
Andrew Meldrum recebeu imediatamente os documentos para a sua deportação<br />
assinados pelo Ministro do Interior. O Jornalista desafiou o aspecto constitucional<br />
da sua remoção e está ainda no Zimbabwe a aguardar o resultado desta causa.<br />
A única outra acção lançada ao abrigo da cláusula de notícias falsas, foi referida<br />
ao Tribunal Supremo para análise da sua constitucionalidade e a questão ainda<br />
não foi resolvida. Contudo, o Ministro da Informação aceitou a<br />
inconstitucionalidade deste e de outros parágrafos, ao apresentar ao Parlamento<br />
o Projecto de Alterações da Lei de Acesso à Informação e Protecção da<br />
Privacidade.<br />
Houve jornalistas que foram também importunados ao abrigo de outra legislação.<br />
Dois jornalistas que filmavam o líder da oposição que estava a caminho de uma<br />
So This Is Democracy? 175