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State <strong>of</strong> the media in <strong>Southern</strong> <strong>Africa</strong> 2002<br />

por soldados. Foi recusada a vários jornalistas estrangeiros a sua acreditação<br />

para fazerem a cobertura das eleições presidenciais em Março. Os escritórios<br />

do jornal Daily News e de rádios comunitárias Voz do Povo (VOP) e Rádio<br />

Diálogo foram revistados de surpresa pela polícia e documentação e fitas foram<br />

apreendidas ilegalmente. Mais grave ainda, os escritórios do Daily News de<br />

Bulawayo foram incendiados com bombas de gasolina, tendo acontecido o<br />

mesmo à impressora de uma companhia que produziu material da campanha<br />

eleitoral da oposição. Uma bomba incendiária destruiu completamente as<br />

instalações da Rádio VOP em Agosto. A polícia não conseguiu ou não quis<br />

acusar ninguém em relação a todos estes ataques.<br />

Durante 2002 a comunicação social privada foi obrigada a operar sob as mais<br />

restritivas condições legislativas de que há memória desde a independência.<br />

A Lei da Ordem Pública e Segurança (POSA) foi aprovada em Janeiro e marcou<br />

o início dum assalto sistemático às liberdades constitucionais de expressão e<br />

de associação. Entre outras cláusulas, esta considera criminosas as reportagens<br />

ou notícias que enfraqueçam insidiosamente a autoridade do Presidente e a<br />

publicação de depoimentos falsos que sejam prejudiciais ao Estado.<br />

A promulgação da Lei do Acesso à Informação e Protecção da Privacidade,<br />

(AIPPA), em meados de Março, foi o principal golpe contra a liberdade de<br />

expressão e liberdade de imprensa. Na sua forma de projecto de lei, a Comissão<br />

Parlamentar para Assuntos Legais descreveu-a como “o assalto mais calculado<br />

e determinado contra as nossas liberdades (constitucionais).” (Per Chairman,<br />

Dr EJ Zvobgo). Apesar da AIPPA permitir o acesso à informação relacionada<br />

com os organismos públicos, proíbe a informação sobre assuntos substantivos<br />

como as deliberações do gabinete e assuntos de política do governo. A circulação<br />

de informação de terceiras partes é deixada à discrição de funcionários públicos.<br />

A lei cria uma Comissão de Comunicação Social e Informação, (MIC), toda<br />

poderosa e nomeada pelo governo, que não representa os vários interesses<br />

jornalísticos. A MIC tem poderes quase judiciais e de investigação que usurpam<br />

a função tanto dos tribunais como da polícia, permitindo-a intrometer-se de<br />

forma inconstitucional e injustificada nos assuntos das organizações de<br />

comunicação social e dos pr<strong>of</strong>issionais da comunicação social.<br />

2002<br />

Nos termos da AIPPA é obrigatória para a prática do jornalismo a acreditação<br />

dos jornalistas e o registo das empresas de comunicação social. Mas o espectro<br />

dos que são afectados é tão vasto que pode inclusivamente envolver organizações<br />

de publicidade, organizações não governamentais (ONG’s) e indústrias<br />

relacionadas com web. É ilegal a propriedade estrangeira de meios da<br />

comunicação social e os correspondentes estrangeiros só são autorizados a<br />

registar-se por “um período limitado”. Finalmente, as disposições e multas<br />

relacionadas com as notícias falsas e abuso do “privilégio jornalístico” são mais<br />

duras do que aquelas que foram já consideradas inconstitucionais pelo Tribunal<br />

Supremo ao abrigo da Lei já revogada da (Manutenção) da Lei e da Ordem.<br />

174 So This Is Democracy?

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