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State <strong>of</strong> the media in <strong>Southern</strong> <strong>Africa</strong> 2002<br />

Zimbabwe<br />

Por Irene Petras.<br />

Irene Petras é advogada de pr<strong>of</strong>issão e activista dos direitos humanos.<br />

Actualmente trabalha para a organização Advogados para os Direitos<br />

Humanos do Zimbabwe como Coordenadora. Trabalha ainda como consultora<br />

para várias organizações no Zimbabwe.<br />

“... A publicidade negativa prejudicou a economia deste país... As<br />

reportagens negativas que foram credíveis para a comunidade<br />

internacional eram, na sua maioria, fabricações ou exageros ou histórias<br />

de violência transformadas em sensacionais... No interesse de proteger a<br />

segurança pública e o bem estar económico, é necessário … fazer com que<br />

tais práticas jornalísticas potencialmente desastrosas sejam consideradas<br />

criminosas a um nível estritamente de responsabilidade.”<br />

Depoimento escrito, feito sob juramento, pelo Ministro de Informação e<br />

Propaganda, Jonathan Moyo, na Associação dos Jornalistas Independentes<br />

do Zimbabwe & 2 Ors -v-Minister <strong>of</strong> State for Information and Publicity &<br />

2 Ors SC 252/02)<br />

Tais afirmações são indicativas da atitude do governo no tratamento da<br />

comunicação social privada em 2002. Os pr<strong>of</strong>issionais da comunicação social<br />

independente empenharam-se pr<strong>of</strong>undamente para expor a corrupção, a<br />

má administração e a decadência sócio económica no Zimbabwe. O Estado,<br />

contudo, recusou-se a tolerar a análise crítica de um processo eleitoral<br />

disputado, da violência política patrocinada pelo Estado e um programa<br />

deficiente de reforma agrária; utilizou a maquinaria de informação de<br />

propriedade pública para pedir desculpas pelas suas políticas e muitas vezes<br />

enganou até os seus ouvintes / leitores.<br />

A comunicação social privada foi ameaçada e atacada durante todo o ano de<br />

2002, particularmente pelo Ministro da Informação e Propaganda Jonathan<br />

Moyo, pelo Comando do Exército, a polícia e mesmo o próprio Presidente<br />

Mugabe, que acusaram o sector de serem “vendilhões de mentiras, exageros e<br />

de fabricação de notícias” (Alert Update 18/03/02). Isto ocorreu normalmente<br />

como resultado de artigos considerados prejudiciais ao respeito e autoridade<br />

do partido no poder e dos órgãos estatais.<br />

Residências de jornalistas foram revistadas; vários jornalistas foram proibidos<br />

de fazer a cobertura de acontecimentos públicos ou foram agredidos enquanto<br />

estavam a fazê-lo. A violência não poupou os jornalistas dos meios de<br />

comunicação públicos que em algumas ocasiões foram assaltados pelos<br />

simpatizantes dos partidos da oposição e um operador de câmara da Corporação<br />

de Radiodifusão do Zimbabwe (ZBC) foi uma vez agredido violentamente<br />

So This Is Democracy? 173

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