Susana Isabel Ferreira da Silva de Sá ESTROGÉNIOS E ...
Susana Isabel Ferreira da Silva de Sá ESTROGÉNIOS E ...
Susana Isabel Ferreira da Silva de Sá ESTROGÉNIOS E ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Apesar <strong>de</strong> nas fêmeas os neurónios do VMNvl terem um corpo celular menor ou idêntico em<br />
volume, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> fase do ciclo ovárico, ao dos machos, o comprimento <strong>da</strong>s suas<br />
arborizações <strong>de</strong>ndríticas é semelhante ou maior que nos machos quando as fêmeas estão em<br />
fase <strong>de</strong> diestro 1 ou <strong>de</strong> proestro, respectivamente, <strong>de</strong>vido ao maior comprimento, nesta fase,<br />
dos <strong>de</strong>ndritos terminais (Ma<strong>de</strong>ira et al., 2001). Sabia-se também que a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s espinhas<br />
<strong>de</strong>ndríticas era maior nas fêmeas que nos machos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> fase do ciclo<br />
ovárico, e que o seu valor aumentava em cerca <strong>de</strong> 30% entre as fases <strong>de</strong> diestro 1 e <strong>de</strong><br />
proestro (Ma<strong>de</strong>ira et al., 2001). Esta observação sugeria que a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> organização<br />
sináptica do VMNvl era maior nas fêmeas que nos machos e, naquelas, maior quando os<br />
níveis <strong>de</strong> esterói<strong>de</strong>s sexuais se encontravam em fase <strong>de</strong> pico (proestro) do que quando os seus<br />
níveis plasmáticos eram baixos (diestro 1).<br />
68<br />
É do conhecimento geral que as espinhas <strong>de</strong>ndríticas são estruturas muito dinâmicas,<br />
com gran<strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> modificar as suas dimensões, forma e número em resposta a<br />
variações <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> neuronal e que, no cérebro adulto, são a estrutura neuronal sobre a<br />
qual se estabelece a maioria <strong>da</strong>s sinapses excitatórias (para revisão, ver Harris e Kater, 1994;<br />
Calabrese et al., 2006; Bourne e Harris, 2008). Porém, no VMNvl, on<strong>de</strong> os neurónios ou não<br />
possuem ou são muito pobres em espinhas <strong>de</strong>ndríticas (Millhouse, 1973), cerca <strong>de</strong> 3/5 dos<br />
contactos sinápticos fazem-se sobre os troncos <strong>de</strong>ndríticos (Field, 1972; Nishizuka e Pfaff,<br />
1989) e, <strong>de</strong>stes, cerca <strong>de</strong> 85% são <strong>de</strong> tipo assimétrico (Nishizuka e Pfaff, 1989) e, portanto,<br />
presumivelmente excitatórios. Por este motivo, no TRABALHO 2 proce<strong>de</strong>u-se à quantificação<br />
do número <strong>de</strong> sinapses estabeleci<strong>da</strong>s sobre as espinhas <strong>de</strong>ndríticas, os troncos <strong>de</strong>ndríticos e os<br />
corpos celulares dos neurónios do VMNvl <strong>de</strong> ratos em fase <strong>de</strong> diestro 1 e <strong>de</strong> proestro, e<br />
também <strong>de</strong> machos. Estimou-se o número <strong>de</strong> sinapses por neurónio, parâmetro estereológico<br />
que permitiu ultrapassar as limitações <strong>de</strong> interpretação inerentes à <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong><br />
parâmetros quantitativos intermediários, como é o caso <strong>da</strong>s <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Estes <strong>da</strong>dos<br />
permitiram corroborar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que as sinapses axo<strong>de</strong>ndríticas eram mais numerosas que as<br />
axospinhosas (Matsumoto e Arai, 1986b; Nishizuka e Pfaff, 1989), mas mostraram que essa<br />
predominância não era tão acentua<strong>da</strong> como estes autores tinham sugerido com base na<br />
<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> superfície. Para estes autores, o número <strong>de</strong> sinapses<br />
axo<strong>de</strong>ndríticas era 3 a 4 (Matsumoto e Arai, 1986b) ou 2 (Nishizuka e Pfaff, 1989) vezes<br />
superior ao <strong>da</strong>s sinapses axospinhosas, mas a estimativa do número <strong>de</strong> sinapses por neurónio<br />
mostrou que os contactos sinápticos sobre os troncos <strong>de</strong>ndríticos são apenas 1,5 vezes mais