Susana Isabel Ferreira da Silva de Sá ESTROGÉNIOS E ...
Susana Isabel Ferreira da Silva de Sá ESTROGÉNIOS E ...
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Em trabalhos anteriores realizados no Instituto <strong>de</strong> Anatomia tinha-se verificado que o volume<br />
do VMNvl aumentava em cerca <strong>de</strong> 20% entre as fases <strong>de</strong> diestro 1 e <strong>de</strong> proestro, e que esta<br />
variação se <strong>de</strong>via ao aumento do volume dos corpos celulares dos seus neurónios, não<br />
sofrendo o neurópilo alterações significativas do seu volume (Ma<strong>de</strong>ira et al., 2001). Esta<br />
plastici<strong>da</strong><strong>de</strong> morfológica induzi<strong>da</strong> pelos esterói<strong>de</strong>s sexuais nas fêmeas justificava que as<br />
diferenças sexuais no volume tanto do VMNvl como dos corpos celulares dos seus neurónios<br />
também variassem ao longo do ciclo ovárico, sendo máximas quando os machos eram<br />
comparados com fêmeas em fase <strong>de</strong> diestro 1 e mínimas, no caso do volume do VMNvl, ou<br />
até mesmo nulas no caso <strong>de</strong> volume somático dos seus neurónios, quando a comparação era<br />
feita com fêmeas em fase <strong>de</strong> proestro.<br />
O estudo quantitativo, cujos resultados constam do TRABALHO 1, permitiu <strong>de</strong>monstrar<br />
que o aumento do volume somático dos neurónios do VMNvl entre a fase <strong>de</strong> diestro 1 e a <strong>de</strong><br />
proestro, período durante o qual as concentrações plasmáticas <strong>de</strong> estrogénios e <strong>de</strong><br />
progesterona aumentam para atingir a fase <strong>de</strong> pico no proestro (Butcher et al., 1974), se <strong>de</strong>via<br />
à sua activação metabólica. Esta conclusão baseou-se na verificação <strong>de</strong> que o volume nuclear<br />
e o volume e área dos organelos citoplasmáticos envolvidos na síntese proteica, e.g., o<br />
retículo endoplasmático rugoso e o aparelho <strong>de</strong> Golgi, aumentavam <strong>de</strong> modo significativo<br />
entre estas duas fases do ciclo ovárico. O número <strong>de</strong> poros nucleares também se encontrava<br />
aumentado, o que reforça esta interpretação <strong>da</strong>do saber-se que o número <strong>de</strong> poros nucleares<br />
está associado à activi<strong>da</strong><strong>de</strong> metabólica nuclear, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente à importação para o núcleo <strong>de</strong><br />
pequenas proteínas ribonucleares e à exportação para o citoplasma <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> RNA<br />
(revisto Corbett et al., 1997; Görlich e Kutay, 1999). Embora a comparação dos resultados<br />
obtidos nas fases <strong>de</strong> diestro 1 e proestro não tenha permitido discriminar os efeitos dos<br />
estrogénios dos <strong>da</strong> progesterona, a verificação <strong>de</strong> que as variações que ocorrem ao longo do<br />
ciclo ovárico são em tudo idênticas às provoca<strong>da</strong>s pela administração <strong>de</strong> estrogénios a ratos<br />
ovariectomizados (<strong>de</strong>scritos e referenciados em <strong>de</strong>talhe na Introdução <strong>de</strong>sta dissertação)<br />
sugere que a progesterona não influencia, pelo menos <strong>de</strong> modo marcado, estes aspectos <strong>da</strong><br />
morfologia dos neurónios do VMNvl.<br />
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