Susana Isabel Ferreira da Silva de Sá ESTROGÉNIOS E ...
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O núcleo ventromedial do hipotálamo<br />
Uma <strong>da</strong>s áreas do SNC que mais tem contribuído para a compreensão dos mecanismos <strong>de</strong><br />
acção dos esterói<strong>de</strong>s sexuais é o núcleo ventromedial do hipotálamo (VMN). Este núcleo,<br />
fun<strong>da</strong>mental para a iniciação <strong>de</strong> comportamentos motivados necessários à conservação <strong>da</strong>s<br />
espécies, como o comportamento sexual e alimentar e a agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Simerly, 1995), está<br />
localizado na zona medial <strong>da</strong> região tuberal do hipotálamo. É <strong>de</strong> forma oval e está ro<strong>de</strong>ado<br />
por uma zona rica em neuritos e relativamente pobre em células, a cápsula do VMN (Heimer<br />
e Nauta, 1969; Millhouse, 1973), que o separa dos núcleos hipotalâmicos adjacentes,<br />
nomea<strong>da</strong>mente do núcleo dorsomedial, dorsalmente, do núcleo arqueado, ventromedialmente<br />
e <strong>da</strong> área hipotalâmica lateral, lateralmente (Broadwell e Bleier, 1976; Simerly, 1995). É<br />
composto essencialmente por dois agrupamentos celulares, a divisão dorsomedial e a<br />
ventrolateral, que estão separados ao longo <strong>de</strong> quase to<strong>da</strong> a extensão do núcleo por uma zona<br />
esparsa em células, a divisão central, e que rostralmente convergem para formar a divisão<br />
anterior do VMN (Gurdjian, 1927; Simerly, 1995). As duas principais divisões do VMN têm<br />
diferente citoarquitectura, características neuroquímicas e conectivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, e estão envolvi<strong>da</strong>s<br />
na modulação <strong>de</strong> comportamentos distintos.<br />
A divisão dorsomedial tem eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> celular e é forma<strong>da</strong> por neurónios<br />
relativamente pequenos, com corpos celulares arredon<strong>da</strong>dos ou ovais (Van Houten e Brawer,<br />
1978; Ma<strong>de</strong>ira et al., 2001) e que expressam, <strong>de</strong> forma marca<strong>da</strong>, receptores para peptí<strong>de</strong>os<br />
orexigénicos, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente para a leptina e neuropeptí<strong>de</strong>o Y (revisto em Kalra et al.,<br />
1999). É-lhe reconhecido papel importante na regulação <strong>da</strong> homeostasia energética e do<br />
comportamento alimentar, particularmente na indução <strong>da</strong> sacie<strong>da</strong><strong>de</strong>, através <strong>da</strong>s conexões que<br />
estabelece com a área hipotalâmica lateral e com os núcleos arqueado, paraventricular e<br />
dorsomedial do hipotálamo (Saper et al., 1976; Luiten et al., 1987; Canteras et al., 1994,<br />
Sternson et al., 2005). Quanto ao seu envolvimento na produção energética é <strong>de</strong> realçar a<br />
importância <strong>da</strong>s suas conexões com a substância cinzenta periaqueductal e a formação<br />
reticular do mesencéfalo, através <strong>da</strong>s quais activa os neurónios <strong>da</strong> coluna intermediolateral <strong>da</strong><br />
medula espinhal e os componentes periféricos do sistema nervoso simpático, assim<br />
modulando a termogénese no tecido adiposo castanho (revisto em Saito et al., 1989;<br />
Yoshimatsu et al., 1993; King, 2006). É-lhe ain<strong>da</strong> atribuído papel <strong>de</strong> relevo quer na<br />
sincronização dos ritmos biológicos pela ingestão alimentar, função que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s suas<br />
conexões com os núcleos pré-óptico medial e dorsomedial e com a zona sub-paraventricular<br />
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