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Joaquim da Silva Fontes, Significação e Estabilidade do Género no ...

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palavras-chave<br />

resumo<br />

Film Noir, género cinematográfico, ico<strong>no</strong>grafia, padrões narrativos (flashback;<br />

voiceover), semiótica, simbolismo, estilo visual.<br />

.<br />

O conceito film <strong>no</strong>ir é manifestamente complexo de ser defini<strong>do</strong>.<br />

Atenden<strong>do</strong> a que não existe um estu<strong>do</strong> ver<strong>da</strong>deiramente completo sobre a<br />

estilística <strong>do</strong> film <strong>no</strong>ir, esta tese, inseri<strong>da</strong> <strong>no</strong> âmbito <strong>do</strong>s Estu<strong>do</strong>s<br />

Cinematográficos, pretende ser uma tentativa de exploração <strong>do</strong> conceito film<br />

<strong>no</strong>ir e <strong>do</strong> género cinematográfico sob vários aspectos. Trata-se, <strong>no</strong> fun<strong>do</strong>, de<br />

uma forma de restabelecer este conceito descritivo america<strong>no</strong>, desde o início<br />

<strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s quarenta até finais <strong>do</strong>s cinquenta, através de um processo de análise<br />

ico<strong>no</strong>gráfica.<br />

Este projecto focaliza-se na seguinte questão de investigação: pode o<br />

film <strong>no</strong>ir america<strong>no</strong> ser considera<strong>do</strong> um género cinematográfico enquanto tal?<br />

Numa primeira fase, analisam-se os contextos cinematográfico e social<br />

preexistentes <strong>no</strong> cinema <strong>no</strong>ir de mo<strong>do</strong> a compreender este fenóme<strong>no</strong><br />

cinematográfico, enquanto uma extensão <strong>do</strong> movimento hard-boiled, uma<br />

cosmovisão subversiva que descara<strong>da</strong>mente se opõe aos mitos america<strong>no</strong>s<br />

<strong>da</strong> auto-promoção americana, que marcaram muitos filmes de Hollywood<br />

durante a época <strong>da</strong> Depressão. Depois, descrevem-se os movimentos<br />

culturais específicos, bem como os acontecimentos sociopolíticos <strong>da</strong> época, a<br />

psicanálise, o estruturalismo e a teoria de autor, que aju<strong>da</strong>ram a contextualizar<br />

os padrões <strong>do</strong> film <strong>no</strong>ir e a forma como o conceito acabou por gradualmente<br />

penetrar na cultura americana.<br />

As películas a analisar concentrar-se-ão sobre símbolos visuais<br />

específicos e elementos cinematográficos (tais como os <strong>da</strong>s técnicas de<br />

iluminação e fotografia), a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> uma perspectiva semiótica. Através <strong>do</strong>s<br />

conceitos saussuria<strong>no</strong> de “sig<strong>no</strong>” e de “ícone” perceia<strong>no</strong>, procuro demonstrar<br />

de que forma os símbolos em filmes <strong>no</strong>ir constituem significa<strong>do</strong>s que são<br />

enfaticamente indexicais, isto é, de que maneira eles são transversais,<br />

passan<strong>do</strong> de um símbolo para outro (ou evento), direccionan<strong>do</strong> e coagin<strong>do</strong> a<br />

atenção <strong>do</strong> especta<strong>do</strong>r.<br />

A tese conclui então que o filme <strong>no</strong>ir não pode ser considera<strong>do</strong> e<br />

entendi<strong>do</strong> como um género fílmico e que o seu estilo visual (o aspecto<br />

<strong>do</strong>minante <strong>do</strong> cinema <strong>no</strong>ir) tem como propósito acentuar o desencanto senti<strong>do</strong><br />

<strong>no</strong> rescal<strong>do</strong> <strong>da</strong> guerra, representar os meandros <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> urbana americana e,<br />

principalmente, enfatizar a incerteza, a ansie<strong>da</strong>de e o la<strong>do</strong> obscuro <strong>da</strong><br />

existência humana.

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