Sie wollen auch ein ePaper? Erhöhen Sie die Reichweite Ihrer Titel.
YUMPU macht aus Druck-PDFs automatisch weboptimierte ePaper, die Google liebt.
187
PATRÍCIA TIMÓTEO
I calm my mind, 2021-2022
MIGUEL ÂNGELO MARQUES
Since the beggining of times there was an impulse,
an inextinguisahble fire...and we’ve succumbed to it, 2021-2022
Muito interessada nos formatos e nos suportes
como matéria, as peças mais recentes de Patrícia
Timóteo parecem questionar o que é forma/
fundo e o que é suporte/matéria e tema/teoria.
As imagens que cria são construídas a partir do
corpo, mas noutros projetos aproximam-se de
uma quase teoria da cor, cristalizando o tempo
em que são concebidas, numa apologia a
um novo realismo a que poderia fazer sentido
regressar nos dias que correm. A sua pintura
expandida realizada através de luz comunica
à distância com a pintura simbólica de Miguel
Ângelo Marques, que faz o fecho da exposição
num painel múltiplo preenchido de pinturas,
que tanto nos parecem estudos de cor como
aproximações à história da arte. De forma muito
simbólica, e fazendo lembrar um Atlas Mnemosyne
warburgiano, vemos elementos que
se repetem e nos confrontam, como o fogo, o
cavalo, a água, o pé (ou o calcanhar) e que regressam
dos nossos sonhos para nos avisar ou
cobiçar um futuro risonho. A pintura de Miguel
Ângelo Marques apela a uma identidade coletiva,
de construção de um conhecimento comum
e identificação da repetição - quando ela acontece
- que nos poderá avisar, de forma a não cometermos
os mesmos erros do passado.
A esperança que se faz sentir ao percorrer
a exposição no Espaço Mira intensificou-
-se no dia 23 de abril na série de performances
evocativas da liberdade, onde pudemos
assistir a Rebecca Moradalizadeh, numa ação
de pós-memória, em que a liberdade acontece
através da vivência e repetição de gestos
ancestrais de preparação do alimento em cima